A pastelaria Benard, na Rua Garrett, no Chiado, está a comemorar 150 anos de existência com um programa de atividades que se vai prolongar até março de 2019 e tem como um dos pontos altos o lançamento do livro «Um século e meio a adoçar Lisboa», da autoria de João Bernardo Galvão Teles.
A agenda completa ainda não foi anunciada, mas é certo que a música, pintura, tecnologia e literatura vão ter um palco na pastelaria. Um convite aberto a lisboetas e turistas para conhecerem in loco a história do espaço, fundado em 1868 por Élie Benard.
Na verdade, o estabelecimento abriu primeiro como patisserie, na Rua do Loreto, com o nome do proprietário e só passou a incluir o termo «pastelaria» a partir de 1926, «quando os dísticos das fachadas em idiomas estrangeiros foram sujeitos a um pagamento [de 500 reis] à Câmara», explica o site Lojas Com História, projeto da autarquia lisboeta para preservar espaços antigos da cidade.
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Em 1902 – três anos antes da abertura da vizinha A Brasileira – a Benard mudou-se para a atual morada na Rua Garrett. Já nos anos 40, a pastelaria passou para as mãos de Manuel José Carvalho e é «sobre a sua gerência que têm lugar eventos memoráveis, como o jantar para e com a Rainha Isabel II durante a sua visita a Portugal», lê-se no mesmo website.
Maria Augusta Montes comprou o estabelecimento nos anos 80 e quando morreu, em 2003, deixou-o à filha, de igual nome. Antes, o espaço já havia sofrido remodelações importantes – como a criação dos atuais salões, de uma nova sala de refeições e a introdução da madeira como material principal na mobília. «A maquinaria é moderna, mas tudo o resto se mantém tradicional», diz a filha Maria Augusta Montes à Evasões.
E por mais que os anos passem sobre a Benard, os croissants continuam a ser o principal motivo de procura: «Os que mais saem são os croissants com chocolate e com ovo, sobretudo ao pequeno-almoço», diz. Mas os pastéis de nata também são campeões de vendas, ou não estivéssemos a falar de um estabelecimento situado em pleno epicentro do turismo. «Fomos invadidos por estrangeiros», nota Maria Augusta Montes. A Benard e a cidade nas bocas do mundo.
Longitude : -9.141856899999993
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