Um passeio no Tejo para saborear Vila Velha de Ródão

(Fotografia de Maria João Gala/GI)
As cores das margens vestem-se de outono, mas o tempo é ainda para viagens de barco e observação de fauna e flora, no intervalo entre Castelo Branco e Proença-a-Nova.

Uma imensidão de verde abre-se nas margens do Tejo, à passagem do barco. Por este rio acima, o interior sabe bem. Tão bem quanto a degustação de queijos e enchidos, acompanhados de um vinho branco fresco, tudo criado na região. Ali, às Portas de Rodão, abre-se mais do que um passeio nas águas do rio, as mesmas onde nascem cada vez menos achigãs, mas ainda muitos outros peixes, como o lucioperca ou o barbo, servidos nos restaurantes das redondezas. O barqueiro Eduardo vai dando as explicações sobre a fauna e a flora que mora entre o arvoredo, como os grifos que pousam nas escarpas em volta. A meio do percurso, na Ilha dos Pescadores, nascem marmeleiros, por estes dias pontuados de amarelo. É o tempo dessa fruta selvagem que cairá de madura, “se ninguém a apanhar”. Dentro do barco, as uvas lembram que é outono e tempo de vindimas.

Vasco Fernandes sabia de cor as manhas de cada época e estação do ano por ali, quando a vida lhe mostrou que o rio onde crescera podia ser também um modo de vida. Foi assim que criou A Vila Portuguesa, corria o ano de 2014. “Começou quase por uma brincadeira, primeiro só com alojamento, depois com os passeios de barco. Até que o projeto foi crescendo e hoje já temos esta dimensão”, conta à “Evasões” o mentor da ideia. Primeiro foi a casa de campo que transformou em hotel, depois os barcos que se sucederam. São atualmente quatro, de diversas tipologias. É possível fazer apenas o passeio, ou acompanhá-lo de uma degustação de produtos regionais, ou requisitar um para atividades diversas, em registo de festa privada. O passeio tem uma duração de aproximadamente 50 minutos, e começa no cais fluvial de Vila Velha de Ródão. A passagem pelo Monumento Natural das Portas de Ródão e a observação da vasta colónia de grifos que se faz notar completam o passeio.

A Vila Portuguesa oferece passeios de barco pelo Tejo. (Fotografias de Maria João Gala/GI)

Onde comer e dormir em redor

À descoberta de outros sabores

Era uma antiga mansão de família aquele que hoje constitui um dos mais charmosos alojamentos da região. Em Proença-a-Nova, o Amoras Country House Hotel faz juz ao nome de refúgio no Pinhal Interior com que tantas vezes é apelidado. O empresário Fernando Almeida tem-se dedicado particularmente à recuperação do edifício, ao qual acrescentou uma nova ala com 32 quartos. O hotel foi construído a partir da quinta da família Baptista Diniz, em 2004. A ligação à terra faz-se pela abertura do restaurante ao público, mas também pelo empenho em resgatar os sabores mais antigos, dando-lhe nova roupagem. É o caso do arroz de cabrito ou dos croquetes de borrego, mas também do plangaio – um enchido típico da região.

O Amoras Country House Hotel, em Proença-a-Nova, soma quase 20 anos e foi recentemente ampliado.

Reinvenção da cozinha tradicional

O polvo assado no forno com queijo da Serra ou a alheira de presunto com puré de maçã tornaram-se uma atração no restaurante Cabra Preta, na zona histórica de Castelo Branco. Mas há toda uma panóplia de pratos que Alice Almeida faz questão de levar à mesa do antigo edifício. “Privilegiamos a comida de tacho e de forno”, conta à “Evasões” esta albicastrense que trocou uma carreira na banca pelo investimento no restaurante. E é a partir dali que tem contribuído também para a reinvenção de alguns produtos locais, muitas vezes usados da forma mais inusitada, nas sobremesas.

O pernil no forno é um dos pratos do restaurante Cabra Preta, em Castelo Branco.

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