Tapada de Coelheiros: três novos vinhos e um passeio, em Arraiolos

Os novos vinhos da gama Terroir: Alto, Sobreira e Taco. (Fotografia: DR)
O lançamento da nova gama Terroir é um bom pretexto para visitar a Tapada de Coelheiros, na aldeia de Igrejinha, e ir ao encontro de um Alentejo onde há vinhas a 300 metros de altitude e floresta com gamos, veados, pássaros e morcegos.

À medida que os pneus grossos do jipe calcam a estrada de terra fissurada pelas chuvas deste inverno, Ana Banha eleva a voz sobre o rugido do motor e estende a mão para apontar para as ovelhas que pastam, tranquilamente, entre as vinhas. As 1200 cabeças, ao todo, alimentam-se e estrumam os solos, ajudando a manter são o coberto vegetal da Tapada de Coelheiros, onde se pratica agricultura holística e regenerativa. Isso permitiu certificar os 50 hectares de vinhas como biológicas, em 2022, no total de 39 talhões de castas autóctones, a maioria em sequeiro.

“Temos visitas à adega, mas o nosso foco é mostrar o que estamos a fazer no ecossistema da tapada”, continua a responsável. A maioria dos programas de enoturismo inclui o tour de jipe, visto ser a melhor forma de conhecer o mosaico de culturas que alternam entre vinhas, pinhal, olival, nogueiral e montado de sobro e de azinho, no total de 800 hectares contínuos. A história começa há 500 anos, quando a propriedade foi oferecida como dote de casamento a D. Rui de Sousa, autor do Tratado de Tordesilhas. Em 2015, o empresário Alberto Weisser comprou-a.

(Fotografia: DR)

Este terroir na fronteira entre o baixo e o alto Alentejo, com solos maioritariamente argilosos, é a origem dos três vinhos da nova gama Terroir lançada no início do ano e que o enólogo Luís Patrão sumariza. “O branco arinto Alto 2018 mostra boa acidez, frescura, mineralidade e fruta branca cozida; o syrah Sobreira 2020 é fresco, elegante e com boa complexidade”; e o petit verdot Taco 2014 é um vinho com 10 anos, “cuja localização no final de uma encosta com duas linhas de água permitiu-lhe manter a acidez de forma consistente. É um vinho de guarda”, diz.

A restante oferta é composta pelas famílias Coelheiros (de gama média), cujos vinhos têm o perfil mais jovem, fresco e versátil; Tapada de Coelheiros branco e tinto, produzidos desde 1991; e Garrafeira, o ex-libris, de uma vinha antiga, editado apenas nos anos de qualidade excecional. A cultura de Arraiolos, nomeadamente o ponto usado nos tapetes, surge também nos rótulos. Além de montra, a loja recebe provas de vinho, seguidas, ou não, de um almoço tradicional. Quando o tempo permite, as pessoas podem provar as colheitas ao ar livre.

(Fotografia: DR)

(Fotografia: DR)

Aberta todo o ano, a Tapada de Coelheiros organiza também provas de nozes, entre meados de setembro e meados de outubro, parando o jipe perto da zona da apanha, onde se pode provar o fruto no ponto ideal de maturação. Depois do pavilhão de sacagem, os participantes regressam à loja para provar as cinco variedades ali produzidas (Lara, Franquette, Hartley, Pedro e Chandler) e descortinar as nuances de sabor, mais amargas ou até mais doces.

Tapada de Coelheiros. Igrejinha, Arraiolos. Tel.: 266 470 000. Web: coelheiros.pt. Passeio de jipe com prova a partir de 45 euros/pessoa (2h); só visita, 23 euros (1h). Marcação online. Vinhos entre os 11 e os 90 euros/garrafa.




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