No hotel JAM, em Lisboa, há espírito ecológico (e piscina no terraço)

O átrio e receção do hotel refletem totalmente o estilo construtivo do JAM. (Fotografia de Mireille Roobaert)
O Jam Lisboa, primeiro hotel de um grupo belga em Portugal, pretende refrescar a oferta hoteleira da cidade. Trata-se de um edifício de construção passiva cujas entranhas estão à vista, sem descurar o conforto, e que promove um estilo de vida urbano e ecológico.

Criar um projeto moderno que combinasse arte, inovação e sustentabilidade foi o mote que juntou um coletivo de artistas portugueses e belgas na conceção do Jam Lisboa, apontado como o primeiro hotel de construção passiva em Portugal. Desenvolvido na Alemanha nos anos 1980, este conceito construtivo, entretanto aplicado em milhares de edifícios em todo o mundo, traduz-se no desenho de edifícios altamente eficientes em termos energéticos, de forma a não depender de sistemas como ar condicionado, e confortáveis a nível térmico.

No caso do Jam, a aplicação desta filosofia implicou a montagem de painéis solares e de um sistema de recuperação de calor para aquecer a água do duche, entre outras medidas. Perante o olhar leigo dos hóspedes, a utilização de materiais como cortiça, tijolos, lajes de mármore, borracha, ferro, azulejos, madeira e vigas de aço – muitos deles completamente à vista e aplicados de forma criativa – pode ter uma função estética, mas representa acima de tudo a sustentabilidade da construção, já que todos os materiais podem ter segunda vida.

Muito diferente do que se costuma encontrar num hotel urbano é também o mobiliário desta unidade de três estrelas do grupo belga Nelson Group. Além do aspeto cru da construção, é impossível não reparar na disformidade e nos materiais de que são feitos os bancos, sofás e cadeiras das zonas comuns, desenhados por designers, arquitetos e artesãos curados pelo atelier Lionel Jadot. O Jam Lisboa assume-se como uma galeria de arte ecológica, e entre todas as peças a mais surpreendente é uma mota construída a partir de um tronco.

Nos 160 quartos, com capacidade para duas a seis pessoas, a construção passiva ganha ainda mais protagonismo, mas sem comprometer o conforto térmico e acústico exigido a um hotel. Há tapetes a fazer de cortinados, paredes com rebites à vista, colunas bluetooth para ouvir música e um jarro de cerâmica que os hóspedes podem encher com água filtrada, na copa de cada piso (também equipada com máquina de café e chaleira). Na mesma lógica, há uma copa com microondas e frigorífico de uso livre no espaço de cowork no piso térreo.

É aqui que se localiza o restaurante Mojjo, liderado pelo chef Mauro Airosa, uma cozinha de fusão com sabores de Portugal, África, Ásia e América do Sul marcados pela criatividade. É também da sua responsabilidade a carta de petiscos do Cabana, o bar no terraço do hotel, com vista para a paisagem portuária e ribeirinha da cidade. Numa sala ampla pode-se ainda jogar ténis de mesa e, de vez em quando, assistir a concertos de música ao vivo e DJ, pois a mesa é desmontável em peças que se arrumam depois nos devidos suportes na parede.


Jam Lisboa
Avenida 24 de Julho, 80
Tel.: 300528373
Web: jamhotels.eu
Quarto duplo a partir de 84 euros/noite (sem pequeno-almoço).




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