Crónica de Manuel Molinos: “slow living” entre vinhas

NHôme Country Living (Fotografia: DR)
Em Ponte de Lima, há um pequeno paraíso para descobrir, que inclui um jacúzi no meio das uvas.

Sendo natural do Porto e tendo vivido sempre em ambientes urbanos de grande ou média dimensão, viajar até ao campo significa sobretudo um ponto de fuga, um escape que vai muito mais além da geografia.

Em miúdo, ficava um pouco desgostoso quando nas férias de verão (ainda decorriam de junho até final de setembro) os amigos anunciavam que “iam à terra” ou partiam para “passar férias na aldeia com a família”. Nunca soube o que isso era e, confesso, sentia uma certa inveja, embora a situação me tivesse ensinado a explorar a cidade e a percorrê-la a pé até o cansaço vencer.

Desfrutar de ambientes rurais é, portanto, além de prazeroso, quase um ajuste de contas com um passado marcado pelas edificações urbanas, escadarias, estradas de paralelos e alcatrão, carros a boa velocidade, centros comerciais. O que também não é necessariamente mau.

O conceito de “slow living” faz cada vez mais sentido, especialmente para aqueles que procuram um pouco de tempo, equilíbrio e harmonia, como é o caso. Há muitas propostas no mercado turístico, mas poucas que elevem o conceito.

Em Ponte de Lima, há um pequeno paraíso para descobrir, que inclui um jacúzi inserido em plena vinha e mesas de refeições espalhadas entre as uvas. Para uns é o regresso à vida rural, para outros é relacionar a vida citadina com o campo.

O NHôme Country Living, um espaço inaugurado em setembro do ano passado, aposta nessa necessidade. Uma quinta de família transformada em cinco suítes edificadas num espaço onde se guardava maquinaria agrícola. Em frente, um relvado a pintar uma pequena colina e vinha a perder de vista.

O projeto é de Filipe Pimenta, um empreendedor natural da vila do Alto Minho, que viu nos terrenos onde no passado se plantavam batatas, cenouras e vinha uma resposta para abrandar o ritmo de vida de portugueses e estrangeiros.

Uma das suítes é precisamente dedicada ao descanso, onde se aposta no ritual do sono. Temperatura, luminosidade e mobiliário quase embalam o hóspede que consiga desligar-se dos aparelhos digitais.

O conceito estende-se aos restantes espaços que misturam decoração de qualidade com produtos locais e artesanais. As madeiras, as palhas e os tecidos em tons neutros são uma constante e contribuem para o propósito.

A piscina panorâmica mesmo ao lado das suítes rouba-nos a atenção, enquanto o jacúzi no meio das vinhas é simplesmente espetacular. O espaço é “pet friendly”.




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