O que fazer em Braga no fim de semana prolongado

Saiba mais ao longo desta fotogaleria.

(Fotografia: Miguel Pereira/GI)

COMER

Ignácio

Esta casa já está instalada no Campo das Hortas desde 1934. Mas em junho reabriu com uma nova vida, pelas mãos de Paula Peliteiro, que é também quem chefia a cozinha. E se, além do nome, as salas, decoradas a azulejos pintados à mão, o teto e a tijoleira permaneceram os mesmos, já a carta junta aos sabores tradicionais novos pratos que surpreendem. O forno a lenha, que se acende todos os dias de manhã, é o centro da cozinha, de onde sai o bacalhau à Braga, o cabrito assado ou até os rojões. Mas também há lugar para as massas frescas, e para o mar, tanto no capítulo de bacalhaus como de outras matérias-primas. Para terminar, pudim abade de Priscos, pois claro.

LANCHAR

Tíbias de Braga

Para reforçar a sobremesa, ou já a pensar num lanche guloso, mesmo ao lado do Arco da Porta Nova encontra-se uma pastelaria dedicada às famosas tíbias de Braga, um bolo que lembra o éclair francês, e que tem vários recheios. Há o tradicional creme de pasteleiro e sabores mais arrojados, como banana e caramelo ou cappuccino. Esta charmosa confeitaria foi inaugurada em 2015, mas depressa se destacou como uma referência da doçaria tradicional, e é das mãos do chef pasteleiro João Benjamim Araújo que saem todas as especialidades.

SAIR

Setra

Bem perto da Sé, três amigos decidiram criar um espaço «onde as pessoas se sentissem em casa», e levaram o conceito à letra. Ivo, Hélder e Alexandre decoraram o Setra – no me que ao contrário se lê «artes» – com os antigos sofás da casa dos avós, malas de viagem, gaiolas de grilos, carrinhos de brincar e até chapéus que fazem agora de candeeiros. A atmosfera, intensa, parece uma cápsula do tempo, mas convida todas as gerações a desfrutar das noites de música ao vivo que aqui se organizam às quartas e quintas-feiras, e na primeira terça de cada mês. Jazz, rock, indie e blues vão embalando os serões, e ao lado, no bar, são preparados os cocktails, a especialidade da casa. Há ainda petiscos para aconchegar o estômago, entre eles um que é sempre uma surpresa, a «tapa na telha», que depende da vontade e inspiração do momento de quem está na cozinha.

Setra. Rua São João, 15. Tel.: 911128423. Das 17h00 às 00h00. Encerra ao domingo e à segunda. Cocktails a partir de 6 euros.

FICAR

Burgus Tribute & Design Hotel

O nome diz tudo. O Burgus Tribute & Design Hotel é um lugar que presta homenagem às figuras mais emblemáticas da região. Cada um dos 14 quartos foi decorado com pormenores alusivos à personalidade a ele atribuída. D. Diogo de Sousa, Afonso Henriques e S. Martinho de Dume são alguns dos nomes que inspiram o hotel, a par do músico Adolfo Luxúria Canibal, dos Mão Morta, o único ainda vivo, e que foi até convidado a decorar o quarto que lhe faz referência. Também a própria cidade é alvo de tributo, ou antes a sua história, já que as ruínas romanas do século I encontradas durante as obras de reabilitação do edifício foram mantidas a descoberto, como lembrança de outros tempos. Quarto duplo a partir de 90 euros com pequeno-almoço.

VISITAR

Santuário do Bom Jesus

Mais de 500 degraus compõem o longo escadório do Bom Jesus do Monte, por onde se estendem várias capelas de referência aos episódios da Via Sacra. Vale bem a pena fazer este belo percurso incrustado na montanha, mas no sentido descendente. Para subir há o funicular, apresentado como o mais antigo no mundo em funcionamento a utilizar o sistema de contrapeso de água, e se isso não é razão mais do que suficiente para uma voltinha, chegando ao topo encontra-se uma vista panorâmica sobre a cidade, parques e jardins, e claro, o Santuário do Bom Jesus, local de peregrinação desde o século XIV.

VISITAR

Mosteiro de Tibães

Este mosteiro beneditino, a 15 minutos da cidade, foi fundado no século XI mas o edificado atual foi construído no século XVIII, com predominantes caraterísticas do barroco e do maneirismo. Mais do que a arquitetura, no entanto, vale a pena conhecer o acervo de arte sacra, pintura e escultura que se encontra no seu interior, e que é apenas uma parte da coleção original. Há ainda que percorrer os jardins que rodeiam o mosteiro, e onde se escondem capelas, lagos e grutas.

COMPRAR

Corriqueijo

Mais de 40 queijos artesanais ocupam o balcão da mais recente loja da cidade. Abriu em junho, num antigo edifício à entrada do centro histórico, e com parte da muralha da cidade como parede de fundo. Queijo azul, gouda, parmesão, manchego e, claro, Serra da Estrela, marcam presença, entre outros tantos que aqui chegam de todo o país e além-fronteiras. Caso do grande Comté Marcel Petit, vindo das caves de Saint Antoine, em França, ou do cremoso e intenso queijo azul Savel Airas Moniz, feito na região de Lugo, em Espanha. De produção nacional há referências de norte a sul, e ilhas. O DOP São Jorge, com 36 meses de cura, é um dos mais procurados. Se a escolha estiver difícil, provar algumas das variedades na zona de degustação pode ajudar a decidir o que levar para casa, e Ana Rita Lima, a proprietária, prepara cada tábua de acordo com o gosto do cliente, harmonizando com produtos regionais, como as compotas ou a cerveja artesanal Letra.