Quinta da Lagoalva: nove séculos de uma casa ribatejana

(Fotografia: Gonçalo Villaverde)
Pelo amplo terreno da Quinta da Lagoalva, em Alpiarça, fazem-se provas vínicas, visitas a uma capela e um museu, refeições ou passeios em charrete. Um projeto familiar com a genética fresca dos Vinhos do Tejo, que não para de crescer.

Está apenas a uma hora de Lisboa, mas envolve-se da paisagem rural ribatejana, oferecendo o melhor de dois mundos. A propriedade remonta ao século XII e o terreno soma 600 hectares, 45 dos quais vestidos de vinha, o suficiente para tornar a Quinta da Lagoalva numa das maiores e mais antigas na região dos Vinhos do Tejo. Um estatuto que não vive preso no tempo, com a quinta vínica de Alpiarça a duplicar vendas em 2023, produzindo quase milhão e meio de garrafas, e a abraçar um rebranding recente.

Nas mãos da família Holstein Campilho há várias gerações, a Lagoalva acumula várias áreas de produção – azeite, cereais, gado, batata, ervilha, milho e nozes, por exemplo – mas são os vinhos da casa que nos levam a uma visita pelo espaço. Entre tintos, brancos, rosé, espumante e abafado, somam-se 14 referências no mercado com o selo Lagoalva, equilibrando-se a frescura e acidez natural dada pelo Tejo com complexidade.

Os novos lançamentos da Quinta da Lagoalva. (Fotografias de Gonçalo Villaverde)

Visitas à adega e provas vínicas fazem parte das atividades da quinta.

As castas mais plantadas – além da Fernão Pires, a rainha regional, casos do Arinto, Alvarinho, Sauvignon Blanc, Alfrocheiro, Touriga Nacional, Syrah ou Tinta-Roriz, entre outros – são monotorizadas pela dupla de enólogos Luís Paulino e Pedro Pinhão, este último há duas décadas na quinta. “Temos uma área grande em solos férteis e produtivos”, explica Pinhão, num passeio pela vinha da Lagoalva, que foi pioneira em 1984 com a primeira plantação nacional de syrah.

Ao mercado, têm chegado novidades como os últimos cinco Grande Reserva: três monocastas (os tintos Alfrocheiro 2021 e Syrah 2020 e o branco Fernão Pires 2022) e dois Dona Isabel Juliana (tinto 2021 e branco 2022), aqui numa homenagem dos seis irmãos proprietários à matriarca da família.

Pedro Pinhão e Luís Paulino são os enólogos da Lagoalva.

A chancela Lagoalva soma dezena e meia de referências no mercado.

Razões que cheguem para espreitar as várias opções de enoturismo. Além das provas vínicas mais simples, com azeite e produtos regionais, caminha-se pela herdade, com entrada na Capela de S. Pedro, que ainda retém a azulejaria original, pelo museu junto à torre sineira, que alberga uma coleção de carros de cavalos do século XIX e XX, pelas cavalariças da casa e a adega. A isto podem juntar-se atividades como passeios em charrete pelas vinhas, almoço ou jantar com proprietários e enólogos, em parceria com bons restaurantes locais, mas também cursos e workshops de vinho, provas cegas e comentadas com quem melhor entende a vinha.

Dentro da propriedade, é possível visitar uma capela.

Na quinta, nasceu um museu com uma coleção de carros de cavalos do século XIX e XX.

Quinta da Lagoalva. Quinta da Lagoalva de Cima, Alpiarça. Tel.: 243559070. Web: lagoalva.pt. Preço: visita e prova vínica a 28€; com almoço, 45€; com passeio de charrette, 67€.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend