Le Babachris: uma história de amor renovada, em Guimarães

Le Babachris (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
Dez anos depois de chegar a Guimarães, um restaurante renova-se, cresce e evolui, numa nova morada no centro histórico, mas com a identidade de sempre: a cozinha de emoções do chef Christian Rullán e a receção calorosa da Bárbara Rodrigues. É do amor de ambos que floresce Le Babachris.

Ele é francês, mas viveu grande parte da vida em Maiorca. Ela é portuguesa, natural de Freitas, uma pequena aldeia do concelho de Fafe. Conheceram-se em Val d’Isère, num hotel onde ambos trabalhavam. O resto é história, e quem a conta são os próprios, Christian Rullán e Bárbara Rodrigues, sentados à mesa do seu novo Le Babachris.

Christian Rullán e Bárbara Rodrigues do Le Babachris (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

 

Quando chegaram a Guimarães, em 2014, trouxeram uma lufada de ar fresco à cena gastronómica da cidade, dominada então pela cozinha tradicional. “Fomos os pioneiros em romper todos os esquema: sem toalhas, sem carta…”, recorda o chef Christian Rullán, cuja longa carreira na alta cozinha mediterrânea lhe deu o saber-fazer necessário para praticar a cozinha de inspiração a que habituou os comensais do seu restaurante.

Uma década depois, e após um ano de encerramento – por motivos de transição e obras no novo local -, Le Babachris renovou-se. Encontrou morada no centro histórico da cidade-berço, num espaço maior, iluminado por uma frente envidraçada e vestido com uma decoração mais elegante, tudo pela mão do casal, que apesar da nova roupagem mantém os pilares de sempre: a comida criativa de Christian e a receção familiar de Bárbara. “Agora o salto o salto e queremos crescer como merecemos”, decreta Christian. A anfitriã acrescenta ainda o desejo de recuperar o selo Bib Gourmand, conquistado desde 2020, mas que por terem fechado não renovaram este ano.

Le Babachris (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

 

Para o efeito, fazem munir-se de clássicos já bem conhecidos dos clientes, como o pão de fermentação lenta servido no couvert, os raviólis de lavagante azul, a tarte tatin e os arrozes na paelha, antes servidos exclusivamente aos sábados e que agora ganham especial destaque e maior variedade. Ainda que Le Babachris sempre tenha funcionado com menus voláteis, criados conforme a inspiração do chef e os produtos disponíveis, a reabertura trouxe pela primeira vez um cardápio fixo. Mas os adeptos da surpresa podem ficar descansados, porque mesmo os pratos da carta estão sujeitos à criatividade de Christian, que muda regularmente os acompanhamentos, molhos e outros componentes, criando experiências diferentes em cada visita. Exemplo disso é o carpaccio de camarão de fusão nikkei: “Agora é primavera, é quando tenho mais verdura, por isso misturo o que quero. Hoje podes comer com umas favas e amanhã com rebentos de alguma coisa, ou espinafres.”

Carpaccio de camarão do Le Babachris (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

 

Há quem volte pela promessa de ser surpreendido, mas não faltam outros pretextos para uma releitura desta obra. Porque “o Babachris não é mais um, é único”, reforça Bárbara, e assim é também a história de amor (pela comida e pela arte de bem receber) que lhe deu origem.

Le Babachris. Largo do Juncal, 19, Guimarães. Tel.: 964 420 548. Web: lebabachris.com. Das 12h às 15h30 e das 19h30 às 22h30, de terça a sábado. Preço médio: 25-30 euros




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