Pastelaria no Norte para quem tem restrições alimentares

Uma mãe que enfrentou uma suspeita de doença celíaca abriu uma pastelaria na Póvoa de Varzim onde se podem regalar todos aqueles que têm intolerâncias alimentares... e todos os outros também. Veja mais na galeria.

Teresa Bernardes quis criar uma pastelaria «inclusiva e para todos», com doces que pudessem ser apreciados por diabéticos, celíacos, intolerantes à lactose ou simplesmente vegetarianos… ou apenas vulgares gulosos. A Boca de Leão abriu há um ano mas, na verdade, germinou há cinco anos, depois de Teresa Bernardes ter vivido meses com a suspeita de que a filha de 14 anos tinha doença celíaca (intolerância ao glúten).

Sem trigo, centeio ou cevada, Teresa percebeu com fazer algo tão comum como tomar o pequeno-almoço fora de casa se tornou «um pesadelo». A pequena queixava-se de «nunca poder comer nada» e que o pão, bolachas ou bolinhos sem glúten não sabiam bem. Perante isto, Teresa, uma engenheira química a trabalhar na certificação e no controlo de qualidade na indústria de cordoaria e metalomecânica, não hesitou. A química dava-lhe o gosto pela investigação e pelas experiências. E, afinal, controlar a humidade e a levedação «não deixa de ser química», salientou.

Foi assim que deixou o emprego de anos, fez formação em pastelaria na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto e abriu a Boca de Leão, uma das três pastelarias no Norte de Portugal certificada pela Associação Portuguesa de Celíacos e «uma das poucas no país a trabalhar exclusivamente sem glúten ou lactose», sublinha. O desafio é fazer bolos e salgados comuns sem glúten, nem lactose, com um sabor o mais próximo possível dos originais. Daí que a farinha de arroz e alfarroba e os açúcares mascavados sejam ali ingredientes essenciais.

O trabalho de laboratório é diário e as descobertas nunca mais pararam. A filha, afinal, não é celíaca – «mas outros são», refere a engenheira que se tornou pasteleira e envia agora doces para todo o país em transporte refrigerado. Ali chega gente do Porto, de Viana, de Braga, de Paços de Ferreira e, cada vez mais, estrangeiros de férias na cidade.

«Ver a cara das crianças [celíacas] quando chegam aqui e lhes digo que podem comer tudo é incrível! E o melhor é quando as pessoas provam e dizem que sabe ao mesmo dos bolos ‘normais’», atira, sorrindo, acrescentando que, mesmo entre não celíacos, a dieta sem glúten tem cada vez mais adeptos.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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