«Aposto na diferença e na qualidade dos ingredientes. Há doces mais tradicionais e sabores mais modernos, tudo no mesmo espaço», explica Tiago Ferreira, pasteleiro «por paixão e vocação», como o próprio diz. Aos 12 anos já tinha por sua conta os doces da mesa de Natal. E aos 16, começou a trabalhar a sério. Andou por Toronto, fez formação em Portugal e no estrangeiro, aprendeu com outros pasteleiros.
Quando voltou, começou a fazer «bolos em casa para oferecer aos amigos». A palavra passou e, cinco meses depois, as encomendas eram tantas que decidiu abrir o seu próprio espaço. Magrinho, desde pequeno era, por ali, mais conhecido por “Folheta”. O nome tinha piada e ficou. O sítio não era central, mas Tiago confiava que «o cliente gostando, vai na mesma». Agora, um ano depois os Bolos do Folheta têm quase sempre fila à porta ao fim de semana e a equipa de três é já de 12. «A sorte dá muito trabalho», diz Tiago, sorrindo. Por ali, todo o fabrico lhe passa pelas mãos, todos os bolos são caseiros e até o creme de ovo das bolas de Berlim esconde um segredo de família.
À porta, há uma mobilete com dezenas de anos. Quem entra, vê uma antiga mercearia. «Queria ter um espaço diferente. O meu avô era antiquário e vem daí o meu gosto por peças antigas», explica. Os balcões são forrados a azulejo e madeira. Em cima, há uma balança e uma registadora antiga. Numa prateleira, estão notas e moedas de outros tempos e um velhinho moinho de café. Pendurados no teto, um relógio de estação de comboio, um avião que veio da Suíça e um carrinho a pedais trazido de França completam o espaço. «Se calhar, daqui a dez anos, tenho mais uma loja no Porto e outra em Braga», remata.
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