Na Rua da Misericórdia abriu, no início do verão, um restaurante e wine bar onde a comida de chef – a saber, Gonçalo Caratão – é casada com os conselhos do experiente sommelier José Peixoto. Mais um restaurante entre tantos que Lisboa parece inaugurar a cada semana, perguntará o leitor? Talvez. Ou talvez não: o Stairwell tem o selo de garantia da equipa do Porto de Santa Maria, casa com provas dadas no Guincho, e isso faz logo despertar a curiosidade. Além da curiosidade que já assalta quem calha a espreitar para dentro do Stairwell, ou para o espaço contíguo e as poucas mesas junto à entrada. É necessário entrar e descer as escadas, para perceber a razão da designação de wine bar. Mas já lá vamos.
Primeiro a comida. Gonçalo Caratão foi sous-chef de Miguel Laffan e esteve vários anos em Copenhaga – onde passou por casas como o Marchal, restaurante do Hotel d’Angleterre, detentor de uma estrela Michelin. E a influência nórdica nota-se. Quer pelos sabores fumados quer pelos picles que combina com paladares mais tradicionais portugueses. A carta promete ter sempre caviar, carnes e legumes. O resto da promessa baseia-se na criatividade do chef, materializada, por exemplo, na garoupa com migas de coentros e berbigão ou no tártaro com gosto marcadamente nórdico.
Em sintonia, há José Peixoto, o sommelier que já aconselhou vinhos a George Bush. Peixoto recomenda acompanhamento líquido para cada prato com a minúcia, o conhecimento e a entrega de quem já se dedica aos vinhos há trinta anos. E para breve há a promessa de criação de momentos de degustação – onde também se incluirá a prova de azeites.
Seja pela garrafa ou pelo copo – detalhe importante, pode-se beber Pêra Manca a copo – o vinho tem neste restaurante tanto protagonismo (se não mais) quanto a comida.
A questão é saber se o propósito de ir ao Stairwell é beber vinho acompanhado de comida ou o contrário. Ficará à escolha do leitor.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.
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