Paula Silva e a filha, Francisca Pereira acreditam que «juntos podemos mudar o mundo», e essa foi uma das razões que as levou a abrir uma casa onde só entram produtos biológicos. Pelas prateleiras encontra-se desde os cremes de barrar e frutos secos da +Cru a queijos veganos da Violife, ainda um cantinho com leguminosas, grãos e cereais a granel, e, mais adiante, há também uma área dedicada aos cosméticos orgânicos.
Apesar de 90 por cento das marcas serem importadas, o objetivo é «promover produtos de qualidade e se possível ajudar novos projetos locais e nacionais». Caso do pão biológico da Garfa e dos afamados brownies da bloguer Ani Cooks Vegan, que podem ser devorados na cafetaria que também partilha o espaço. Sim, que aqui não só se compra como também se come.
Paula é quem prepara tudo o que chega à mesa e, natural de Angola, não deixa de lado algumas influências gastronómicas. «Eu achava que a comida vegetariana que provava era muito insípida por isso tentei pegar em receitas tradicionais e adaptar. Uso muitos condimentos, gengibre, curcuma ou cardamomo». E está já a estudar a melhor forma de fazer uma muamba vegetariana.
Mas há que esclarecer que nem tudo o que se come segue esta dieta. «Ao almoço temos sempre três pratos disponíveis, um vegetariano, um que inclui carnes brancas ou peixe e uma opção mais ligeira, como quiche ou salada», explica Francisca.
Massa chinesa com pimentos e camarão grelhado, pastéis de massa quebrada no forno com legumes, espetada de lulas com quinoa, feijoada vegetariana ou até lasanha à camponesa são algumas das sugestões de almoço.
Os doces, que incluem duas opções veganas, não se limitam a rematar o almoço. Bolo de banana, brownies de chocolate e manteiga de amendoim, bolo de cacau com frutos silvestres ou até panquecas de aveia podem ser as estrelas de um pequeno-almoço ou lanche, onde ainda se pode optar por bruschette, smoothie bowls, tostas ou granolas.
A sustentabilidade é outra das máximas do projeto. «Tentamos reduzir o desperdício de papel e plástico, não há palhinhas, sacos de plástico e na casa de banho temos toalhinhas individuais», nota Francisca. Este negócio não é só de mãe e filha, ou não fosse o irmão de Francisca um produtor de mirtilos biológicos, pois claro. São raízes de família, e deram fruto, a Biológica.
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