É no rolo de papel afixado atrás do balcão que se centram as primeiras atenções de quem entra no espaço. Ali anunciam-se as escolhas do dia: saladas, tostas e pratos leves, vegetarianos e veganos, todos preparados com produtos locais e biológicos.
A linha inflexível da cozinha manobrada por Liliana Alves e Tiago Teixeira tenta promover um estilo de vida saudável, sendo que é possível traçar a origem dos produtos utilizados para confecionar cada um dos pratos que compõem a ementa do dia, sempre em constante mutação. Na origem do Época está um fascínio pelo hábito nórdico do café. O casal que viveu na Dinamarca e Suécia sentia falta da «cultura do café» e das horas passadas à mesa, entre chávenas e «almoços com uma qualidade que por norma só se encontra ao jantar».
As portas abrem logo pela manhã, para começar a servir o pequeno-almoço que não tem limites e pode ser pedido até ao final do dia. Apesar de «gostar do clássico pão com manteiga e compota», Liliana quis trazer algo de diferente e que aqui surge sob a forma de granolas, overnight oats e pão de receita própria. E no Época, o expresso ao balcão é para esquecer. Este toma-se vagarosamente – sob forma de expresso, macchiato, na prensa francesa, sempre com recurso aos grãos vindos de Barcelona, da Right Side Coffee Roasters -, à mesa, enquanto se lê uma das várias revistas e jornais espalhados pelas mesas.
Na ementa diária surgem pratos sempre diferentes mas com uma característica comum – são sempre vegetarianos e ocasionalmente vegan. As sopas tanto podem ser de espinafres e duqqa – uma mistura de especiarias e ervas – com avelã tostada como de beterraba. Nas tostas, tanto se engendra uma versão tipicamente dinamarquesa com pão de centeio com remoulade e funcho ou de ovos mexidos com pão caseiro e cogumelos. Os produtos disponíveis e a criatividade de Tiago e Liliana é que ditam com que pratos se constrói o menu do dia.
Desengane-se quem pensar que o Época é um espaço fundamentalista, até porque os donos se consideram flexitarianos, ou seja, não recusam um bom prato de carne, se a ocasião o proporcionar: «Se for a casa da minha mãe e ela fizer cabrito à moda do Minho, não resisto, mas a minha tendência nunca foi a de comer carne.»
A formação como designer permitiu a Liliana criar no espaço o ambiente perfeito e minimalista que tenta transportar para o Porto não apenas os hábitos nórdicos, mas também o design, combinado com «alguma inspiração japonesa». O sítio perfeito para um almoço a dois ou café solitário e demorado na companhia de uma revista.
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