Lisboa e Porto competem para eleger “as tascas favoritas do país”

Arroz de peixe com gambas no Cova Funda, em Lisboa. (Fotografia de Clau Pereira)
Primeira edição portuguesa do concurso Tascando, original do Brasil, decorre em Lisboa e no Porto entre 10 e 26 de maio, com 40 tascas tradicionais a concorrer com petiscos próprios. A votação conjuga avaliações do público em geral e de um júri escolhido pela organização.

Entre 10 e 26 de maio, os portugueses vão ser chamados a percorrer 40 tascas, divididas entre Lisboa e Porto, para votarem com base na experiência e elegerem as suas favoritas. Esta é a primeira edição portuguesa do Tascando, um concurso nacional de tascas original do Brasil, e que já atingiu a 24.ª edição naquele país. A Evasões conversou com Miguel Moreira, coordenador da iniciativa, e revela agora todos os pormenores do concurso.

Sob o mote “Quem não tasca não petisca”, a iniciativa visa promover as tascas típicas do país e criar “um movimento de celebração e preservação da cozinha de raiz popular e familiar, que representa uma parte muito substancial da cultura portuguesa”, sinaliza o responsável. É mais do que um concurso, sublinha, pois procura criar uma “comunidade”, numa altura em que por variadas razões estes espaços têm vindo a ser ameaçados, ou a desaparecer.

Moelas, na Tasca Poiais, em Lisboa. (Fotografiia de Clau Pereira)

As 40 tascas – duas dezenas em Lisboa e outras tantas no Porto – foram selecionadas para o concurso por uma equipa interna do Tascando e a reação dos proprietários foi “absolutamente surpreendente”, conta Miguel Moreira. “Houve uma aceitação generalizada e uma empatia muito grande relativamente ao conceito, porque entenderam que era mais do que um concurso”. Já a escolha dos petiscos foi um “trabalho de equipa” entre a organização e as tascas.

O concurso terá dois perfis de voto: o dos jurados e o do público, que apenas pode votar fisicamente no espaço, preenchendo um boletim de voto “controlado por uma equipa externa de auditoria”. Cada estabelecimento dispõe de uma urna para a colocação do documento. Na ponderação final, júri e público valem 50% cada. O júri é composto por 40 pessoas, entre profissionais da restauração, jornalistas de comida e lifestyle e os chamados “foodies”.

Segundo Miguel Moreira, cada jurado terá em conta quatro critérios de avaliação para cada tasca, sendo o mais valorizado (70%) a qualidade do petisco/prato em apreciação. Seguem-se, todos com 10%, a qualidade do serviço/atendimento; a higiene do espaço; e o serviço da bebida (se está à temperatura correta e na dose esperada). O Tascando conta com o patrocínio da Coca-Cola e da Estrella Galícia, cujos preços são decididos por cada tasca.

Bifana no Azul e Branco, no Porto. (Fotografia de Clau Pereira)

Após o término do período em que os jurados e o público em geral podem visitar as tascas e votar, seguir-se-á uma semana de apuramento dos resultados e a divulgação dos vencedores do Tascando deverá ser feita “na primeira semana de junho”, adianta Miguel Moreira. A organização irá divulgar apenas os cinco primeiros classificados. O objetivo, a cinco anos, é alargar o Tascando a mais zonas do país e consolidar o mês de maio como o mês das tascas.

O concurso “Comida di Buteco” – projeto irmão do Tascando – nasceu em 2000 na cidade de Belo Horizonte, no Brasil, e tem ganhado notoriedade desde então. Em 2023, atingiu um milhão de votos, um recorde em todas as edições, com mais de 10 milhões de pessoas impactadas e um impacto direto na cadeia de “butecos” aderentes de mais de 300 milhões de reais, o que equivale a cerca de 55 milhões de euros.

 

Conheça, abaixo, a lista completa das tascas participantes em Lisboa e no Porto e os respetivos petiscos/pratos.




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