O novo bar audiófilo de Lisboa – inspirado nos “listening bars” do Japão onde grupos de amigos e estranhos se encontravam para ouvir diferentes géneros musicais em vinil – abriu no Esqina Cosmopolitan Logde, entre a Baixa e Alfama, e quer afirmar-se como um ponto de encontro entre lisboetas e forasteiros, apesar da pandemia que se vive.
O espaço chama-se Static e é da autoria do chef e consultor criativo Shay Ola, juntamente com Hannah Reusser. Além de serem um casal, são os responsáveis pelo restaurante Queimado (que se abriu há dois anos no Bairro Alto) e dois criativos por natureza. Durante a pandemia idealizaram o novo bar e no final de setembro abriram-no à cidade.
O Static veio ocupar o anterior Esqina Gastro & Cocktail Bar, por isso surge logo à entrada do bar do Esqina Cosmopolitan Lodge, com luz difusa e obras de arte nas paredes. Atrás do balcão em formato oval lá estão as caixas com os vinis – “mais de 200”, diz Shay -, a maioria provenientes da sua coleção privada, outros comprados.
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- (Fotografia: DR)
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- (Fotografia: DR)
Escolher e ouvir
A ideia do Static é que os clientes levem um vinil de casa para o ouvir ali – quem o faz recebe um shot de oferta. A dinâmica é válida às terças-feiras. Já nas outras horas, qualquer pessoa pode escolher um vinil e pedir para o porem a tocar. Como DJ, tanto pode lá estar o próprio Shay Ola como algum amigo ou um anónimo do bairro. O objetivo é juntar pessoas (com a devida distância e tendo em conta a lotação reduzida a metade).
Nas caixas há vinis com música para todos os gostos, desde Dollly Parton e Wu Tang Clan, aos sons africanos, 80s, Hip Hop, Pop Rock, R&B e japanese rock. E no Basement, um espaço multifuncional na cave do Esqina, encontra-se ainda uma exposição com algumas capas de vinis desenhadas por 15 artistas como designers de moda, fotógrafos, ilustradores, DJs, artistas visuais e escultores.
(Fotografia: DR)
Os participantes foram desafiados a desenhar uma capa para um vinil cujo conteúdo desconheciam, e o valor das vendas reverteu para o Fundo Solidário para a Cultura, uma organização que apoia profissionais da cultura, artistas e técnicos afetados pela pandemia. Ainda é possível comprar alguns.
E de onde veio o nome Static? “Static é a parte mais reconhecível da experiência de audição analógica, e é por isso que pensei que o nome seria instantaneamente identificável para a comunidade audiófila. Representa a desconexão do mundo digital e a sobrecarga de informações que vem com isso. Quando a música para, entra o Static, aquele ruído que se ouve entre músicas muda o clima e também cria expectativa”, diz Shay Ola.
(Fotografia: DR)
Novidades gastronómicas
Para o Esqina Cosmopolitan Lodge, o chef e consultor criativo está a preparar, entretanto, mais novidades. Uma delas será implementar ali uma “versão 2.0” do restaurante Queimado, enquanto o bar, com comida e bebida, ficará a cargo do Static. Frango frito com crème fraîche e bao (pão a vapor) de cogumelo shitake são alguns dos pratos disponíveis e que se fazem acompanhar de bebidas como cocktails de autor com nomes sonoros.
Longitude : -9.136275
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