Há 200 anos que a Quinta do Esteval pertence à família de Salvador Holstein, o diretor-geral e cicerone do Hotel Casa Palmela, implantado num terreno de 75 hectares entre a Serra da Arrábida e a Serra de São Luís. Descendente da família Palmela, à medida que percorre as salas e corredores com aura senhorial, vai contando que a propriedade pertencia ao bisavô, D. Domingos de Sousa Holstein Beck, e que foi passando de geração em geração pela família.
Na década de 1970, o avô de Salvador chegou a viver ali com mais 10 filhos, na casa que a família veio a herdar por episódios de sucessão gravados na História de Portugal. Na verdade, a propriedade do século XVII era uma casa agrícola, tendo chegado a servir de veraneio ao colégio de jesuítas de São Francisco Xavier de Setúbal, de que é testemunho o chão de pedra com 400 anos na receção, sala comum e restaurante.
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- (Fotografia: DR)
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O hotel parece um museu vivo, com objetos e fotografias de família e mobiliário antigo. O edifício está classificado como Imóvel de Interesse Municipal não só por ter azulejos do século XVIII oriundos do Palácio do Calhariz (na Calçada do Combro, em Lisboa), mas também por conservar a telha portuguesa original. Do mesmo palácio a família trouxe uma imponente lareira, que adorna um corredor de quartos, e à entrada, qualquer amante de escultura se detém para admirar a estátua de Diógenes (um filósofo da Grécia Antiga) esculpida pela terceira duquesa de Palmela.
A acomodação dos hóspedes tem lugar nos 21 quartos da casa principal, equipados com as facilidades que se esperam de um cinco estrelas, e é apoiada pelo restaurante Zimbral e por uma piscina rodeada de flores. Já a capela da casa (que acolheu missas até há 20 anos) encerra outro tipo de beleza e é menos procurada quando comparada com uma casa de banho de serviço forrada com um padrão de azulejos de há 50 anos, muito apelativo para fotografias, conta Salvador com um sorriso.
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O Hotel Casa Palmela tem também três villas T2 e T3, num edifício ao lado, onde a cadela Pica e os outros cães da quinta costumam dar uma lambidela de boas-vindas aos hóspedes. Por terem cozinhas e uma piscina própria, são muito procuradas por famílias. Volta e meia, é também por ali que passam os passeios a cavalo organizados em parceria com a empresa Cavalos na Serra by Cavalos na Areia (a empresa dos conhecidos passeios a cavalo na praia da Comporta).
Durante os passeios com os dóceis animais, sob orientação da instrutora Joana, os hóspedes percorrem a paisagem de sobreiro, pinheiro e vinhedo que circunda o hotel e entram pelos 20 hectares de vinhas syrah e moscatel geridos pela José Maria da Fonseca, histórica casa sediada em Azeitão. É no meio delas que se ergue, majestoso, um sobreiro com 300 anos, cenário idílico para qualquer pôr do sol ou mesmo para aulas de ioga matinais e casamentos.
(Fotografia: DR)
Receber uma massagem no spa, original por estar num edifício forrado a troncos de madeira no meio dos sobreiros, é outra das muitas atividades que o Hotel Casa Palmela propõe para passar o tempo. Não é que se dê por ele e haja ânsias de passar. As caminhadas pelo jardim de ervas aromáticas ou pelos trilhos da propriedade ajudam a abrandar o ritmo e a imaginar como seria viver neste lugar cheio de história.
Restaurante Zimbral
Tem uma carta de comida portuguesa irrepreensível a cargo do chef luso-brasileiro José
Fossati e uma seleção de vinhos da Península de Setúbal e do país. O pequeno-almoço é ali
servido à carta.
Longitude : -8.2245
