Moda e tradição num edifício do Porto com 900 anos

É uma loja pensada essencialmente para o homem, que privilegia o fabrico nacional, com produtos regionais à mistura e serviço de alfaiataria, num edifício com 900 anos de história.

Ao fazer um desvio da movimentada Rua das Flores e subir pela transversal dos Caldeireiros, pode passar despercebida, à vista desatenta, a abóbada que dá acesso a um pequeno largo. Do outro lado, ergue-se um edifício de grandes proporções e uma história ainda maior.

Para lá das imponentes portas, as paredes em pedra rústica, as vigas de madeira que suportam o teto e as grandes portas trabalhadas em ferro que cobrem as janelas ao fundo ainda são as originais do outrora Hospital D. Lopo d’Almeida, construído no século XVII, por ampliação do ainda mais antigo Hospital-Albergaria de Rocamador, esse com origem no século XII. Durante quase 700 anos funcionou aqui o único hospital do Porto.
É neste edifício de atmosfera medieval que, mantendo o nome do clérigo benfeitor, se encontra desde dezembro a Don Lopo, dedicada em particular à moda masculina.

Paulo e Piedade Ribeiro recuperaram o edifício ao longo de 11 meses de obras e limpezas, sob o ceticismo de quem não acreditava no potencial do espaço. O casal sempre esteve ligado ao mundo da moda e alimentou o desejo de ter uma loja própria, que privilegiasse a qualidade dos produtos, em particular os de fabrico português. «Não é preciso comprar em Itália ou na Alemanha para ter produtos de qualidade», lembra Paulo.

Fatos, camisas, acessórios e produtos regionais forram as grandes paredes de pedra carregadas com 900 anos de história. Para além da marca da casa, cujas peças são, na maioria, fabricadas em Portugal, há ainda marcas internacionais, como Del Siena, Contessa, Paco Martinez e outras. Para quem procura um fato feito por medida a loja disponibiliza ainda serviço de alfaiataria, com as costuras a cargo do senhor Meireles, com 50 anos de experiência numa profissão quase extinta.

Apesar de o principal foco ser o vestuário de homem, as senhoras também têm um espaço dedicado, com roupa e complementos. Mais ao fundo, trocam-se os tecidos por uma seleção de produtos que inclui biscoitos, azeite, vinhos, cerveja artesanal, chocolates e acessórios de barbearia. A completar a oferta da loja estão ainda peças de decoração e mobiliário, que, a par das cortinas e tapetes que o casal acrescentou ao espaço, ajudam a criar um ambiente acolhedor.

De resto, Paulo e Piedade fizeram questão de manter a traça original do edifício. «Quando escolhemos o lugar, quisemos aproveitar o espaço como ele era», lembra Paulo. Com o charme natural de uma construção secular.

 

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