Já foi lugar para se apreciar várias comidas internacionais, mas recentemente o Ilegal tornou-se sítio especializado em tacos, todos pensados pelo chef João Pupo Lameiras. Já no anterior Ilegal, a carta era assinada por ele, em parceria com Luís Américo. O projeto é mais um de Marta Freitas, que conta ali, na mesma Rua da Picaria, com mais um espaço, o Cruel.
«Como há pouca tradição de comida de rua em Portugal, fizemos um restaurante de comida de rua do Mundo todo. O projeto era tão abrangente, «que havia a possibilidade de se alterar o conceito para responder às necessidades da cidade», conta Marta. A ideia de se transformar o Ilegal numa taqueria aconteceu, assim, porque se aperceberam que havia falta deste tipo de propostas. De resto, a ideia foi manter a autenticidade nos ingredientes. «Fazemos as tortilhas de milho aqui, até mandamos vir máquinas do México, e também todas as salsas», diz a proprietária.
O espaço pouco mudou. Foi redecorado com pósteres que remetem para o imaginário mexicano. O néon com o nome na montra continua a chamar a atenção de quem passa. Na mesa, já não se come em pratos, mas sim em cestos. Ficou mais «informal do que era», considera Marta. Ambiente próprio para se saborear comida também ela informal. «A carta não é muito grande mas é muito pensada», explica Pupo, que antes de a elaborar investigou sobre este tipo de culinária. «Nunca tinha estudado a cozinha mexicana; sou mais orientado para a Ásia, mas interesso-me por todas as comidas exóticas».
A carta é um misto de tacos clássicos e tacos «ilegais, mais aldrabados», diz, mas tudo coisas que, eventualmente, se poderiam ver no México. Entre os primeiros contam-se, entre outros, carnitas (com carne assada, salsa borracha e pico de gallo) e o tinga de pollo (frango, natas ácidas, rabanetes, cebola roxa e jalapeños). Entre os mais criativos, destaque-se o vegan tinga de jaca (com jaca verde estufada, frijoles refritos e cebola roxa) e o tártaco (tártaro de boi guacamole, morita e mezcal).
Quem for num grupo de pelo menos quatro pessoas, pode pedir a roleta mexicana. «Vem um taco por pessoa e um shot por cada taco. E mais um shot extra de tequila e um de leite», explica Marta. Os tacos são todos iguais em aparência e chegam à mesa num prato giratório. Os clientes giram e comem o que parar à sua frente. A um deles sairá um taco muito picante, com direito aos dois shots. Para acalmar o ardor e continuar o jantar.
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