Rui Paula recria A Última Ceia numa carta de amor ao Porto

O Canal História desafiou, Rui Paula aceitou. A sua versão d'A Última Ceia é um menu de cinco momentos que pode ser visto na TV, e provado por qualquer um na Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira. A inspiração foi o Porto, onde nasceu. Veja mais na galeria.

Um menu criado de propósito para a Semana Santa e inspirado no Porto, «a cidade onde nasci, a cidade que marca as pessoas, e a qual adoro». As palavras são de Rui Paula, o chef convidado pelo Canal História para criar, este ano, a sua própria interpretação de A Última Ceia. O resultado final pode ser visto em formato de programa de televisão com estreia a 12 de abril, pelas 22h10 – e repetições até à Páscoa, dia 21. Melhor do que isso: pode ser provado por qualquer um, de 16 a 20 de abril, no restaurante Michelin de Rui Paula, a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, por um preço de 120 euros com bebidas incluídas.

«Inspirei-me no mar, no Porto e nas minhas raízes», começa por explicar o chef, prometendo que se «vão viver recordações logo desde o primeiro prato». E assim é. Começa-se por um pão torrado, feito de raíz na Casa de Chá da Noa Nova, que é torrado na grelha e é pincelado com lardo fumado. As notas fumadas transportam-nos para um ambiente de lareira e caseiro.

O segundo momento é um lírio dos Açores fumado, «a representar o Atlântico», servido com quinoa e segue-se, depois, para uma feijoada de tripas de bacalhau. «Inspirei-me nos estufados de feijão da cozinha judaica, como o cholent, e juntei à feijoada o bacalhau, uma iguaria tipicamente portuguesa», explica Rui Paula. Um prato com várias texturas que faz recordar o Porto «por ser uma cidade cheia de caráter», conta.

O menu de Rui Paula está disponível de 16 a 20 de abril no seu restaurante em Leça da Palmeira

O menu de Rui Paula está disponível de 16 a 20 de abril no seu restaurante em Leça da Palmeira.

O segundo prato principal é um robalo ao sal com algas, servido com uma salada fria de batata, azeitona, feijão verde, ovo, chili e hortelã. «Aqui temos representado a partilha do peixe cozinhado em sal para preservar a sua suculência e, mais uma vez, representar um método de preservação», adianta Rui Paula. Escolheu o robalo como proteína por reunir «simplicidade e sabor», a espinha dorsal da sua cozinha e deste menu.

Por fim, termina-se com um sorbet de vinho tinto que é acompanhado por vários elementos, suaves e crocantes: frutos secos, pistáchio, crocante de mel e caramelo, granola caseira e uvas em nitrogénio, por exemplo. «Somos um país de vinho. Além disso, é uma referência que tem grande cariz na última ceia», adianta Rui Paula.

A escolha sobre Rui Paula foi imediata, «pelo seu percurso, conhecimento e gosto pela cozinha», explica Carolina Godayol, a diretora geral do The History Channel Ibéria. «Não poderíamos estar mais satisfeitos com a sua proposta de ementa que combina a tradição com a inovação, através de técnicas modernas e criativas», acrescenta a responsável.

A recriação d’A Última Ceia é uma iniciativa que o Canal História criou há sete anos e tem, simultaneamente, edições em Portugal e em Espanha. Por cá, nomes como Miguel Laffan, Miguel Castro e Silva, Kiko Martins, Henrique Sá Pessoa, Vítor Sobral e Diogo Noronha já aceitaram o convite e reinventaram a última refeição de Jesus e dos seus apóstolos.

 

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