O crítico Fernando Melo avalia o Soundwich, do Porto

O projeto Soundwich de Joana Lencastre continua vivo e a mostrar que uma ideia bem concretizada traz consigo a inefável marca da regeneração. Fazer uma refeição neste cabeço do grande parque é sempre experiência a repetir.

Um chef, uma sanduíche, uma banda sonora. Foi assim que começou a epopeia das caixas de alumínio de bom gosto, assinadas por chefs de renome nacional. O que traziam dentro? Sanduíches, som e muito sabor. A boa inquietude da empresária nunca parou de introduzir inovação e importar sabores das influências e estados de espírito dos chefs que continuam a bordo do projeto.

Os soundwich geraram os tapewiches, compostos por saladas. Por 8 euros, uns e outros alegram grandes e pequenos com combinações de grande nível. Hélio Loureiro, desde sempre colaborador de Joana Lencastre na formação e na atividade da 1000 Paladares, assina um soundwich guloso, composto por atum marinado, tomate fresco, ovo cozido, chicória, rúcula, maionese de alcaparras, manjericão, tomate seco e azeitonas verdes, vamos a meio e já estamos a pedir repetição. Marco Gomes (restaurante Oficina) entra no elenco com o seu soundwich de omelete com salsa, beringela grelhada, cebola crocante, mistura de alfaces e vinagrete balsâmico, enquanto Rui Paula (Casa da Boa Nova) assina um soundwich de rosbife com molho de tomate, alcaparras, anchovas e maionese, acompanhado de alface iceberg.

Nas saladas Tapewiches, Arnaldo Azevedo (Hotel Teatro) criou uma solução muito própria, peito de pato braseado, molho vierge (azeite, citrinos e manjericão), tomate cherry, agrião, rebentos de legumes. Vasco Coelho Santos (Euskalduna Studio) desenvolveu uma tapewich de figos grelhados, mel, queijo da ilha, espinafres, agriões, picles, amêndoa e maionese de caril.
Há mais, muito mais para explorar nesta casa que não para de se reconfigurar, aos fins de semana, prazer e satisfação garantidos. E o prazer de uma refeição feita entre amigos, família ou a dois, os espaços e os recantos são muitos, com o inefável denominador comum da característica única e invulgar da congregação dos grandes talentos da cena culinária nacional, em exercício acessível e orientado para o convívio pacífico. Possível apenas com a liderança de Joana Lencastre.

Os vinhos, tisanas, e refrescos acompanham na perfeição a oferta sólida, as sobremesas variam, mas sempre de tonalidade caseira. Está aqui um modelo que merece instalação pelo país fora, forma ótima de interação com os melhores criadores. Para já e por enquanto, aqui no Porto, no Parque da Cidade.


O espaço:
4
O serviço: 4
A comida: 4


A refeição ideal

Jantar Bery Typical
(Sexta a Domingo, 19h30-22h30)
– Pica pau com picles caseiros (5 euros)
– Bacalhau confitado com cebola caramelizada (16,50 euros)
– Barriga de porco com puré de maçã e amêijoa à Bulhão Pato (16,50 euros)
– Pudim abade de Priscos com tártaro de citrinos (6 euros)

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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