Algarve: vem aí o Festival da Comida Esquecida

Acelgas selvagens. Fotografia: DR
Conjunto de eventos gastronómicos em torno de alimentos esquecidos arranca no próximo dia 19, com um piquenique de charme, e estende-se até à primavera. Jantares sensoriais e percursos com paragem em hortas, para colher produtos, integram o programa do festival, que privilegia o interior algarvio.

O chícharo e as catacuzes, verduras que crescem espontaneamente nos campos, são exemplos de ingredientes que caíram em desuso no Algarve. Mas esses e outros, como as sardinhas garnentas, o pau roxo ou as acelgas selvagens, estão prestes a regressar aos pratos, graças ao Festival da Comida Esquecida. “Quando fizemos a recolha no território, muitas pessoas disseram que tinham saudades de os comer”, conta Susana Martins, que integra o Conselho de Administração da QRER – Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, organizadora da iniciativa.

Catacuzes.
Fotografia: DR

O festival reúne eventos de diferentes tipologias, sempre em torno de alimentos que as populações locais consumiram, noutros tempos, mas foram afastando das cozinhas. Ao todo, são 11 propostas, que decorrem em nove concelhos algarvios, do litoral até à serra, mas sobretudo em zonas rurais do interior. A exceção é Cacela Velha, que fica na costa, mas é “muito marcada pela ruralidade”, pelo que não foge ao conceito.

Espigas de milho. Fotografia: DR

O objetivo “é fazer renascer receitas e ingredientes perdidos na memória, e em alguns casos em iminência de extinção da sua espécie, tanto por estarem associados à pobreza; ou à ruralidade; ou pelo facto de não serem espécies de interesse agrícola atual”, lê-se, em comunicado. Pretende-se também levar as pessoas a conhecer o território através das tradições alimentares que fazem parte da identidade do mesmo, acrescenta Susana Martins.

O Festival da Comida Esquecida, apoiado financeiramente pelo programa cultural Algarve 365, engloba piqueniques de charme inspirados nos que se realizavam anos 1930/40, com pratos confecionados por chefes de cozinha, recorrendo a produtos da região relacionados com a temática do festival, e animados por performances. O arranque acontece, justamente, com um piquenique, no dia 19, na localidade de Azilheira, S. Marcos da Serra, concelho de Silves.

Há ainda o Momentum – Da Floresta ao Prato, que consiste em jantares sensoriais em lugares monumentais; e passeios com paragem em hortas familiares e outros espaços de cultivo, para Colher e Cozinhar – os produtos são retirados da terra e confecionados de seguida.

Colher e cozinhar é uma das propostas do festival. Na imagem, batatas.
Fotografia: DR

O festival termina em maio, Na Casa da D. Glória – trata-se de uma festa dedicada à comida das famílias algarvias, na aldeia de Querença, concelho de Loulé. A programação integral pode ser consultada aqui e os bilhetes adquiridos aqui.

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