Alberto Pires, fundador do Lisbon Bar Show: “O interesse pelos cocktails tem vindo a crescer”

Alberto Pires, fundador do Lisbon Bar Show. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
Nos dias 17 e 18 de maio, a Sala Tejo do Altice Arena, no Parque das Nações, em Lisboa, será a meca dos profissionais de bar e apreciadores de bebidas espirituosas, durante a sétima edição do Lisbon Bar Show, tido como “o maior evento de cocktails em Portugal”.

O Lisbon Bar Show prepara-se para realizar a sua sétima edição após dois anos de interregno devido à pandemia. Organizado por Alberto Pires – que tem uma empresa de catering de bebidas há 15 anos -, o evento propõe-se ser uma plataforma de conhecimento e partilha de experiências, divulgando em Lisboa as novidades e tendências da área de bar a nível mundial. As palestras, a cargo de um painel de profissionais nacionais e internacionais, abordarão os mais variados temas, e o público final, que se interessa cada vez mais pela coquetelaria, está convidado.

A antecipação do evento decorre dia 16 de maio no Lisbon Marriott Hotel, com uma festa “não oficial” em que estarão presentes três profissionais de renome do setor: Misel Posovac (Paragon), às 21h, e Jared Brown (maior historiador de cocktails do mundo e criador do Gin Sipsmith), às 22h. Uma hora depois terá lugar Jorge Balboutin (Curado Tequila). Todos prometem fazer cocktails no bar Tapas & Tiles, no átrio do hotel, que tem também refeições ligeiras. O evento é aberto ao público.

 

Quais serão os pontos altos desta sétima edição?
Nesta edição recuperámos quase tudo o que estava feito para a de 2020, que fomos obrigados a cancelar em março desse ano. Vamos ter uma programação super intensa, com cerca de 50 convidados a dar palestras sobre vários assuntos, em simultâneo, distribuídos por três salas; e França como país convidado. No segundo dia, 18 de maio, vamos juntar o maior número possível de barmans e brindar ao Dia Nacional do Cocktail com um mojito gigante, feito com runs de vários expositores.

Entre o painel de oradores, o que destaca?
Nunca houve tantos portugueses como nesta edição. É uma forma de celebrar o regresso do evento e de dar um impulso ao setor. Nos oradores internacionais destaco a equipa do London Cocktail Week – um dos maiores eventos de bebidas do mundo – que vai lançar cá um guia mundial de bares, o Pinnacle Guide; o Tato Giovanni, do Floreria Atlantico (em Buenos Aires); e o Remy Savage, que foi eleito personalidade da indústria na última cerimónia dos 50 World Best Bars.

França é o país convidado. Que representação terá?
Depois de termos convidado o Reino Unido, Espanha e México, decidimos convidar França, por ter um segmento bastante grande de bebidas premium, como o champanhe e o conhaque. Vamos ter alguns barmen franceses nas palestras e dois chefs franceses que estão a trabalhar em Portugal: o Frederic Breitenbucher, do Hotel Albatroz, em Cascais; e o Vincent Farges, do Epur. Haverá, como sempre, uma grande ligação entre os cocktails e a gastronomia. O foco não é apenas em fazer bebidas.

Alberto Pires no Monky Mash, um dos bares do festival. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI).

O objetivo é chegar cada vez mais ao público final?
Sim. Apesar de ser um evento muito virado para o trade (restauração, hotelaria e bar), estamos a tentar estar mais virados para o público final. Qualquer pessoa vai poder comprar um bilhete, ver e provar tudo o que existe. Nas demonstrações, por exemplo, vamos ter o Tom Dyer, um dos melhores flair bartenders do mundo [prática de entretenimento entre o bartender e o público, com base em manuseamentos rápidos de garrafas e equipamentos, à semelhança do malabarismo]. Ele vai dar uma palestra sobre isso.

Os cocktails têm atraído mais o interesse do público?
Sim, nos últimos sete anos temos vindo a notar esse crescimento de interesse por parte do público final. Em 2014, quando o Lisbon Bar Show começou, não havia uma linha de cocktails tão especializada como há agora, no país todo, não só em Lisboa. Foram-se formando novos públicos, por um lado porque os portugueses têm viajado cada vez mais, e por outro porque temos cada vez mais turistas. Esses dois fatores são muito importantes para a evolução da área de bar em Portugal.

Que tendências destaca este ano?
A pergunta que toda a gente faz é qual vai ser a próxima bebida, ou o que é que vai substituir o gin? A resposta para isso não existe: não há nenhuma bebida que vá substituir o gin, apesar de haver, desde há uns anos, um consumo muito mais evidente de rum e outras bebidas. O gin continua a ser tendência e não há nenhuma bebida tão versátil.

Que desafios se colocam ao setor?
Sentimos um retomar bastante intenso nesta fase e achamos que vai haver problemas graves [de falta] de profissionais no setor. Quando esta área congelou [devido à pandemia], muitas pessoas procuraram outros trabalhos, e a área da hospitalidade é mesmo para quem gosta e para quem se dispõe a trabalhar muitas horas.

 


O EVENTO

Lisbon Bar Show
Os bilhetes custam 23 euros se comprados antecipadamente (online) e 30 euros à porta, e dão acesso aos dois dias do evento. Além dos cocktails, também a cerveja artesanal estará representada, numa galeria com oito produtores nacionais.





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