8 vinhos do norte alentejano que surpreendem

A Herdade do Arrepiado Velho, Sousel, está na linha de mira dos que procuram o inteiramente novo, com estes oito vinhos do norte alentejano que surpreendem pela intenção e foco com que foram criados e coproduzidos.

O Alentejo continua no topo das preferências dos consumidores portugueses e o mercado interno continua a ser mais interessante do que os exteriores para a grande fatia do território vitícola nacional. Vinhos macios e aveludados, sabor e aroma copiosos, e bons amigos da mesa são algumas das virtudes encontradas pelo mercado interno nos vinhos alentejanos.

Confirma-se, contudo, o princípio básico da exceção que faz a regra quando caminhamos para o Norte Alentejano e damos com a serra de São Mamede, Portalegre e solos únicos. É onde se encontram as influências africana, atlântica e continental na forma mais sublime, e de onde têm surgido autênticas alegrias vínicas, a encantar-nos e a levar-nos a procurar mais.

Sousel faz parte desse mundo novo que somos convidados a encontrar quando perseguimos afoitos uma paixão pelo vinho. Foi aí que em 2002 foram plantados cerca de 30 hectares de vinha nos solos eminentemente xistosos que António Antunes e família foram encontrar. Secundado pelo dueto de sonho António Maçanita, enólogo da vanguarda atual, e David Booth, viticólogo prematuramente desaparecido, António Antunes aproveitou a ocasião para pensar tudo de raiz, e tudo com um objetivo específico, um pouco à maneira do Novo Mundo, para a seleção de castas e locais de cada uma. Nas brancas foram eleitas a viognier (30%), antão vaz (22%), verdelho (15%), riesling (15%) e chardonnay (8%), enquanto nas tintas a escolha recaiu na touriga nacional (42%), syrah (18%), cabernet sauvignon (24%) e petit verdot (16%). Um elenco no mínimo original, mas que o tempo veio a ratificar como conjunto vencedor.

 

Personalidade não falta

Os vinhos estão disponíveis no mercado e falta de personalidade é coisa que não se aplica, de todo em todo, à oferta. O topo de gama dá pelo sugestivo nome de Amma, composto pelas iniciais do empresário, mulher e filhos, e é um vinho pensado para arrasar. Seduz no primeiro contacto e pede guarda em cave por muitos e bons anos. A gama Collection pretende mostrar a excelência da adequação entre terroirs e castas, há que provar e aprovar. O tinto foi de tal forma inspirador que fomos expô-lo ao desafio dos desafios, a lampreia à bordalesa. O prato está normalmente reservado aos vinhos verdes tintos ou espumantes de acidez pronunciada, mas a frescura dele fez-nos ousar e ainda bem. Sendo copioso, tem também uma capacidade de corte notável, conseguindo resolver a lampreia com segurança. O Tradição é um estreme de touriga nacional e resulta da seleção das melhores barricas. Os varietais viognier e riesling são notáveis pela franqueza com que mostram as castas de que são feitos, a ponto de nos fazer viajar sem sair do lugar. O Riesling leva-nos para o Mosela, na Alemanha, e apresenta-se com as notas patrimoniais clássicas fósseis e petroladas. O Viognier transporta-nos para os exóticos e caprichosos Condrieu, expressão suprema da casta em todo o mundo. O Petit Verdot Unoaked colheu e surpreendeu pela força com que se mostra e pelo sabor intenso que tem, quando a casta é conhecida pelos amargos pronunciados. Vinhos de grande gabarito, nada arrepiantes, antes cativantes, estes do Arrepiado. Bravo.
Arrepio saboroso
Todos os 8 vinhos presentes nesta fotogaleria surpreendem, pela intenção e foco com que foram criados e produzidos. A prova da maioria dos títulos do Arrepiado Velho mostra como denominadores comuns a intensidade de sabor e a elegância. É um Alentejo bem diferente, este que se nos abre no Arrepiado. Boas provas!

 

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