Paulo Morais gosta de fazer viajar a sua comida. O mar português é (quase) sempre um ponto de partida, mas a Ásia acaba depois por surgir na rota, num processo de diluição de fronteiras que vai além da mera fusão. Ao ouriço-do-mar, que é frito depois de cozido a baixa temperatura, junta-lhe a acidez de um ceviche, e do Peru salta até ao Sul asiático, no leite de coco que enriquece o caldo, tornando-o untuoso, guloso de terminar à colherada. Interesse acrescido chega depois pela folha-de-ostra, inesperada explosão de sabor marítimo para quem nunca tenha trincado a curiosa herbácea. A sublinhar o elemento terreno, tomate-cereja braseado. Tanto ao mar e tanto à terra.
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