1908 Hotel renova obras de arte para celebrar sete anos no Intendente

Esta libélula, de Bordalo II, é uma das peças de arte contemporânea que integram o 1908 Hotel. (Fotografia: DR)
Sete novas obras de arte criadas por artistas emergentes vão passar a integrar a decoração dos 36 quartos do 1908 Hotel, em Lisboa. A unidade de quatro estrelas, gerida pela Amazing Evolution, está a celebrar sete anos desde que mudou a face do mal-afamado Largo do Intendente, dando nova vida a um edifício do século XX.

Já lá vão sete anos desde que o 1908 Hotel se instalou em pleno Largo do Intendente, no bairro homónimo da capital, com a missão de recuperar um edifício prémio Valmor do século XX, em primeiro lugar, e de homenagear a história local com obras de arte contemporâneas, em segundo. Este percurso, quase tão rico quanto o de uma década, foi celebrado no dia 28 de fevereiro e traduzir-se-á, agora, na instalação de sete obras de arte nos 36 quartos do hotel.

“A génese do hotel está muito ligada à arte”, começa por explicar Margarida Almeida, CEO da empresa Amazing Evolution, que gere o hotel em articulação com a família portuguesa sua proprietária. “Desde sempre que quisemos trazer a arte de fora para dentro do hotel, numa interpretação contemporânea dos alicerces da Arte Nova do edifício”, projetado pelo arquiteto português Adães Bermudes na esquina da Avenida Almirante Reis com o Largo do Intendente.

(Fotografia: DR)

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Datado, justamente, de 1908, o edifício chegou a ganhar o mais importante prémio de arquitetura do país, o prémio Valmor. Aos seus anos áureos, em que “cada piso correspondia a um apartamento” – recorda a responsável -, seguiram-se décadas de transformações interiores, com as quais passou a acolher uma casa de hóspedes e uma casa da sorte. 108 anos depois da inauguração, passou para as mãos dos proprietários atuais, com o intuito de ser um hotel.

Além dos quartos de diversas tipologias, o 1908 Hotel dispõe de uma pequena zona de estar com livros, numa mezzanine por cima do bar, e de um restaurante, o Infame, cujo nome evoca a má fama que o bairro do Intendente teve durante anos, por causa da prostituição e ambiente inseguro que nele existiam. Algo que, ainda assim, o projeto quis recuperar, coincidindo com o gesto do então presidente da Câmara Municipal António Costa transferir para ali o seu gabinete.

À luz deste enquadramento histórico entende-se melhor o alcance artístico das peças dos Irmãos Marques, com referência a mulheres da rua, e do mural de Vanessa Teodoro que serve de paisagem no percurso do elevador de vidro. Há ainda duas outras obras que se destacam, uma libélula e um escaravelho da autoria de Bordalo II, o artista que, fazendo arte com resíduos reaproveitados, estava em meteórica ascensão aquando da abertura do 1908 Hotel.

No seguimento do evento que o hotel organizou no dia 28 de fevereiro – com a presença de sete artistas e das respetivas peças, um tatuador, um teatro imersivo e muita animação -, o hotel irá reproduzir cada uma das obras 10 vezes, numa versão fotografada e impressa, para as colocar no interior dos 36 quartos. Maria imaginário, Carolina Piteira, Kampus, Catarina Glam, Ana+Betânia, Restless e Nature the Artist foram os artistas convidados.




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