15 refúgios no interior do país

Piscina da Casa Agrícola da Levada, um oásis de sossego às portas de Vila Real (Foto: Manuel Gomes da Costa/DR)
Em comum, estas 15 casas de campo têm muito caráter, natureza ao redor e piscina. Têm ainda em comum o facto de estarem ligadas a velhas ou novas histórias de amor, família e restauro, assim como a um encantamento dos seus donos por um território mágico, surpreendente e que merece ser descoberto e apreciado. Quase todas elas se situam longe da costa (ou a uma distância considerável), no interior do país, do Minho ao Algarve. Ficam entre serras e rios, montanhas, planaltos e planícies, ou junto a vilas e cidades com vida própria e uma “movida” singular - sempre com as boas surpresas que o nosso país nos consegue dar. Inspire-se para umas férias cá dentro... e bem mais para dentro.

Casa de Belharino, um refúgio sem pressas no planalto mirandês

Na Casa de Belharino o tempo parece ter outro ritmo, propício ao descanso e a sestas ociosas sob uma árvore. O convite que a família Domingues faz é mesmo esse, o de ir sem pressas para aproveitar a serenidade do planalto e simplesmente estar.

As memórias de infância dos pais de Ana Domingues têm como cenário a aldeia de Genísio, no planalto mirandês. As de Ana e do irmão também, sobretudo os verões na casa dos avós paternos. Era por isso um sonho voltar às raízes e transformar a casa onde cresceram num refúgio, e assim nasceu a Casa de Belharino. Cada uma das oito suítes (duas delas superiores, com uma pequena zona de leitura) foi batizada com expressões populares portuguesas, e a decoração de toda a casa combina peças evocativas da vida rural e das tradições da região, com uma simplicidade elegante, que transmite conforto.

 

As antigas peneiras e crivos utilizados nas lides da propriedade estão nas paredes do quarto “Deixa-te de peneiras”, e trilhos de vários tamanhos (estrados em madeira com dentes de ferro, puxados pelo gado para debulhar cereais) adornam recantos da casa; máscaras tradicionais transmontanas, esculpidas por um artesão local são o elemento central do “Ó caraças!”, e no “Bê-a-Bá” foi recriada a antiga escola da aldeia, com brinquedos em madeira, lousas, uma secretária, livros de histórias em mirandês e mapas antigos de Portugal.

 

“Tentámos trazer um bocadinho daquilo que já existia na casa ou na região e dar-lhe alguma modernidade, sem ser demasiado. Queríamos transmitir todo este sossego que se vive aqui à volta”, explica Ana. “O tempo passa num ritmo um bocadinho diferente aqui na aldeia, e queremos que as pessoas venham e vivam sem pressas. Por isso, a principal atividade que promovemos é o ‘fazer nada’, é mesmo para desligar, para aproveitar a piscina, o pequeno-almoço com produtos da região e com as compotas da minha mãe e os morangos da horta”, recomenda. Irene e Francisco, os pais de Ana, vivem numa parte privada da casa, e são quem recebe os visitantes.

Casa de Belharino (Fotografia: DR)

 

Há bicicletas à disposição e a cama de rede à sombra de uma árvore convida a uma sesta. Ao final do dia, a família prepara tábuas de enchidos e queijos para picar. Por mais que a filosofia seja o “não fazer nada”, também recomendam que os hóspedes saiam à descoberta do muito que a região tem para oferecer.

Miradouros, burros e passeios de barco
O planalto mirandês é agraciado por paisagens deslumbrantes que se abrem de muitos miradouros pelas aldeias ao redor. Com uma pequena viagem a Miranda do Douro (20 minutos de carro) pode-se ainda conhecer os burros de Miranda e as imponentes arribas do Douro, através de um passeio de barco.

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Casas de Vale de Lobo convidam a juntar a família na Terra Quente

Nuno Quinta procurou na Terra Quente um refúgio de fim de semana e apaixonou-se pela aldeia de Vale do Lobo, onde criou duas casas para ficar.

Quando chegou à vida adulta, o portuense Nuno Quinta, começou a pensar que um dia gostaria de ter uma casa de fim de semana na aldeia da mãe, em Mirandela. Num dos regressos à Terra Quente transmontana, de visita à mãe, partiu à descoberta das aldeias ao redor, e encantou-se por Vale de Lobo, uma pequena localidade contornada pela ribeira de Carvalhais, afluente do rio Tua. Em parceria com o amigo José Barbosa Rodrigues, recuperou uma propriedade em ruínas, criando as duas unidades – as casas do Lar e do Lagar – que constituem as Casas do Vale do Lobo.

 

A recuperação dos edifícios manteve parte da antiga construção em pedra, conjugando-a com elementos da arquitetura moderna, criando interiores simples e luminosos. As casas podem ser alugadas individualmente ou em conjunto, acolhendo um total de oito pessoas. O terraço em comum com duas mesas em ferro pode acolher refeições, enquanto que o relvado e a piscina convidam a desfrutar a luz da aldeia, e da vista para a montanha.

Mergulhos e boa mesa transmontana
Na aldeia vizinha, Romeu, fica uma instituição da cozinha transmontana que vale a pena conhecer, o restaurante Maria Rita (conselho: reservar espaço para a sopa seca). Para desmoer, daí a 25 minutos encontra-se o vasto areal da praia fluvial da Ribeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros.

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Quinta da Vinha, um refúgio para momentos a dois em Castro Daire

Quase no limite da aldeia de Reriz, encontra-se a Quinta da Vinha, um projeto familiar com uma piscina enorme e um jardim encantador, perfeito para escapadelas em casal.

Os momentos felizes passados na quinta ainda habitam a memória de Sónia Lacerda: “Isto foi sempre um lugar de muita alegria e de muita festa”. Os pais começaram a ficar nessa quinta dos avós paternos aos fins de semana até que a família decidiu abrir o lugar ao turismo, há cerca de dez anos. A Quinta da Vinha estende-se por 2.500 metros quadrados, parte deles ocupada por carvalhos e castanheiros e pelo florido jardim, tratado por Lúcia Moreira, mãe de Sónia e encantadora anfitriã.

 

É nesta envolvente que se encontra a casa em pedra, com um quarto, WC, cozinha aberta para a sala, e, ao lado, uma piscina enorme. Apesar do tamanho, a casa recebe apenas duas pessoas de cada vez, e é muito procurada por estrangeiros. São viajantes que encontram ali “sossego e retiro”, características que terão levado Sylvia Fiennes a estabelecer-se na última casa da aldeia. A inglesa era avó do ator Ralph Fiennes, que entrou em filmes como “O Fiel Jardineiro” e “O Paciente Inglês”, e que era visto por ali, pontualmente, a desfrutar dos bons ares de Reriz.

Quinta da Vinha (Fotografia: DR)

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Casa Agrícola da Levada, um oásis à porta de Vila Real

A cidade cresceu à volta da quinta, mas para lá dos portões, a Casa Agrícola da Levada mantém a mesma essência rural de sempre e dá a quem ali chega um gosto da vida no campo. Há um pomar, uma horta biológica, sossego quanto baste e recantos de brincadeira para as crianças.

A sensação é a de se estar numa pequena aldeia, banhada pelo rio Corgo, protegida por floresta e recortada em pomares e hortas, e uma dezena de casas em granito dispersas no entremeio. Até custa acreditar que fora dos muros esteja um rebuliço de vias rodoviárias e a malha urbana, que acabou a rodear a quinta com o crescimento de Vila Real para norte. A Casa Agrícola da Levada manteve-se como uma espécie de oásis à porta da cidade, com o mesmo espírito rural de outros tempos e sete hectares de puro sossego, convidativos de umas férias em família no meio da natureza.

Inês Albuquerque é a responsável pela recuperação desta antiga propriedade agrícola, que pertencia à família do marido. “A solução menos intrusiva para conseguir manter o espírito da quinta acabou por ser o turismo rural”, conta.

 

Além das quatro suítes no edifício principal, o alojamento estende-se ainda a nove casas rústicas espalhadas pela propriedade, de diferentes tipologias (do T1 ao T4), pensadas para receber famílias mais ou menos numerosas. Todas estão equipadas com kitchenette ou cozinha completa e têm terraço privado. Na mercearia da quinta, os hóspedes podem abastecer-se de produtos da horta biológica, conservas caseiras, vinhos e carne maronesa.

Quem fica na casa grande, tem direito a pequeno-almoço com fruta do pomar, compotas e doces caseiros e ovos das galinhas da quinta. Por cortesia, é também deixado um saquinho de pão fresco todas as manhãs à porta das restantes casas, mas o pequeno-almoço só está disponível a pedido (por um valor extra).

Inês fez ainda sua missão criar recantos por toda a quinta para que os mais pequenos “se sentissem bem-vindos”. A lista de ingredientes disponíveis para a brincadeira inclui um trampolim, uma pequena cozinha e uma oficina em madeira, uma mini loja, bicicletas, muita terra e água, e uma boa dose de imaginação.

Este ano foi também construída uma segunda piscina, mais um lugar para descontrair e petiscar uns covilhetes (empadas tradicionais de Vila Real). Todos os dias há também uma sugestão para o jantar, servido no terraço da casa.

Passear na serra
Mesmo com tudo o que a quinta tem para oferecer, vale a pena sair à descoberta do território e dar um saltinho ao Parque Natural do Alvão, a apenas oito quilómetros da Levada, ou fazer uma visita e prova de vinhos na Casa de Mateus, ali bem perto.

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Há casinhas em pedra e uma piscina bio no Chão do Rio, em Seia

Uma piscina biológica com nenúfares, casinhas com telhado de giesta e um carvalhal jovem são apenas alguns dos encantos do Chão do Rio, na aldeia de Travancinha, no sopé da Serra da Estrela.
Com as paredes em pedra e os telhados cobertos por giestas (ainda que apenas decorativas), as casinhas do Chão do Rio parecem fazer parte de uma história de encantar, com o seu ao lago coberto por nenúfares, na aldeia de Travancinha, em Seia. A história delas começou a escrever-se há cerca de vinte anos. “Sempre gostámos de fazer férias junto da Natureza, e de fazer caminhadas. Já tínhamos vontade de comprar algo, um sítio onde pudéssemos plantar árvores e visitar aos fins de semana”, começa por dizer Catarina Vieira, que, ao lado do marido, gere o negócio. Esse sítio acabou por se materializar no Chão do Rio, que o casal comprou.

Havia “uma ruína e mais nada”, pelo que tudo o que se vê hoje foi idealizado pelo casal, e construído (e reconstruído, devido a um incêndio em 2017) ao longo dos anos. O alojamento recebeu os primeiros clientes em 2010, que “não só gostaram [do conceito] como se tornaram fieis”. Posteriormente, foram construídas mais cinco casinhas e uma impressionante piscina biológica.

São 300 metros quadrados de espelho de água, sempre em circulação, e mantida saudável pelas, entre outras plantas, castanhas-de-água, que fazem a oxigenação, e pelos nenúfares que além de regularem a temperatura, apoiam o ecossistema natural. Já fora de água, na Floresta do Futuro, está a crescer um carvalhal, e alguns medronheiros, um “projeto de continuidade” motivado pelos fogos que assolaram a quinta.

Quanto às casinhas, são sete, e todas elas têm kitchenette. Acomodam desde duas a oito pessoas, sendo que a maioria recebe até quatro. Loba, Ribeiro e Churra são alguns dos nomes, inspirados naquilo que está na base do projeto: a cultura pastorícia. A decoração, feita com várias peças produzidas localmente, pretende refletir essa inspiração, e “aproximar-se o máximo possível à Natureza”.

Visitas ao redor
Seja o Museu do Pão, o Museu do Azeite, ou as praias fluviais de Loriga, do Doutor Pedro, da Lapa dos Dinheiros ou de Vila Cova à Coelheira, não falta o que fazer e visitar nas redondezas.

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A Casa da Várzea, em Fornos de Algodres, reúne Natureza, desporto e arte

Em Vila Soeiro do Chão, há uma quinta chamada Casa da Várzea, que promove atividades desportivas de natureza, exibe uma coleção de peças de arte e serve gastronomia regional. Um lugar para ficar em família, para brincar, descansar e alargar horizontes.

Natureza, desporto e arte são os pilares da Casa da Várzea, um projeto de Celso Castro e da família, a funcionar há seis anos, em Vila Soeiro do Chão, no município de Fornos de Algodres. Este projeto desdobra-se numa casa principal, onde estão as suítes Guarda Rios, Cotovia e Lugar da Serra, e nas casas da Mina e Branca, maiores e ambas com terraço virado para a Serra da Estrela, para duas a seis pessoas. “Procuramos que a quinta tenha aquele toque de arranjo, mas sem violentar a Natureza”, explica Celso, referindo o projeto com mão dos arquitetos José Gigante, José Almeida e Bernardo Castro, filho do patriarca. O gosto de Celso pela arte observa-se nas paredes, onde estão expostas “serigrafias de autores portugueses consagrados”, como Souto de Moura e Álvaro Siza.

(Fotografia: Casa da Várzea/DR)

Além de uma piscina numa cota superior, a quinta apresenta tantas atividades que praticamente se consegue passar uma estadia inteira sem de lá sair. Estamos a falar de um slide com 150 metros que atravessa a quinta na diagonal, uma parede de escalada, tiro de arco e flecha, campo com rede de voleibol, aparelhos de manutenção física, saco de boxe, salão de bilhar e carros de dois ou quatro pedais, que, segundo Celso, conquistam “desde o neto ao avô”.

Caso as atividades abram o apetite, e não haja vontade de cozinhar nas kitchenettes – que quase todos quartos têm -, a mulher de Celso prepara especialidades regionais, como borrego de leite, carne de vaca jarmelista e arroz de pato, se pedidas com antecedência. Pregos e hambúrgueres, com carne da terra, tábuas de queijos e fumeiro são as soluções para pedidos mais em cima da hora.
Esta vontade de dar a conhecer os sabores regionais estende-se ao pequeno-almoço, onde é servido requeijão durante a sua época, e queijo da Serra, que dependendo da altura do ano, ora está mais curado, ora mais cremoso. Certo é que não faltará.

Bicicletas e canoas
Se a vontade for de sair, a quinta garante os meios para o fazer, seja as bicicletas, para ir até ao centro da freguesia de Vila Soeiro do Chão, ou as canoas, para desbravar as águas do Rio Mondego.

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Na Quinta do Ragal, no Fundão, dorme-se em yurts e numa cabana

Diversos tipos de quartos, ovelhas, cavalos, gatos e um burro, árvores de fruto e um tanque aberto a mergulhos fazem parte da Quinta do Ragal, um alojamento na freguesia de Lavacolhos, no Fundão, ideal para partir à descoberta da Beira Baixa.

A vida passada da Quinta do Ragal, um alojamento local com morada no Fundão, está inscrita no nome, ainda que esse facto possa passar despercebido à primeira vista. Afinal, “Ragal” é “lagar” escrito ao contrário, uma homenagem que Joana e Paulo quiserem fazer ao lugar e às famílias que ali trabalharam na produção de azeite, até há cerca de trinta anos. Hoje, ainda lá estão as oliveiras – das quais os hóspedes podem apanhar azeitonas, a seu tempo -, e os antigos bidões de combustível que eram usados para alimentar o lagar, a servir de suporte para o lavatório em algumas das casas-de-banho.

(Fotografia: DR)

A Quinta do Ragal é o projeto de vida do casal, que se mudou de Lisboa para a freguesia de Lavacolhos, perto da Serra da Gardunha, há cerca de quatro anos, e onde percebeu “que o tempo existe”.
A quinta está de portas abertas desde março de 2019 – tendo fechado apenas três meses no início da pandemia – e disponibiliza duas tendas yurt, uma cabana em madeira, três suítes rurais numa estrutura em madeira, e ainda, temporariamente encerrados, dois quartos inseridos na casa principal, onde o casal anfitrião habita. Embora os alojamentos não tenham kitchenette, há uma cozinha comum preparada para os hóspedes usarem.

Ainda dentro da propriedade existe ainda um antigo tanque em granito que convida a banhos, diversos animais que os hóspedes podem alimentar, como ovelhas, cavalos e um burro, e um pomar com cerejeiras, abrunheiros, figueiras. Outras possibilidades para aproveitar o tempo passam pela experiência na roda do oleiro, orientada por Paulo, participar nas vindimas ou acompanhar o ciclo da lã – que, dependente da época, pode dar direito a presenciar a tosquia dos animais.

Praias fluviais
Não muito longe da quinta, encontra-se a Praia Fluvial de Lavacolhos, a Praia Fluvial do Paul e os Passadiços do Orvalho, em pleno Geopark Naturtejo, que levam os visitantes a algumas das mais bonitas paisagens da Beira Baixa.

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Wild Portugal, um éden no Alto Alentejo

Uma família inglesa com ligações antigas ao Alentejo restaurou um monte com 60 hectares, em Marvão, onde há agricultura real e duas casas de campo acolhedoras para arrendar de forma independente ou para grupos, e se é aliciado a explorar a natureza e ainda as aldeias e vilas ao redor.

O apelido da família que criou e gere o Wild Portugal faz uma aliança perfeita com o lugar: foram os ingleses Eden (Éden, em português) quem restaurou aquele monte com 60 hectares, há 10 anos, onde existem duas casas de turismo rural e também oliveiras e carvalhos, cavalos e um rebanho de 60 ovelhas Merino e borregos, com produção de azeite, lã e carne. A ligação de Peter e Rosemary Eden, e dos três filhos, a Portugal é, porém, muito mais antiga. O casal “namorou e enamorou-se do Alentejo” quando era adolescente, conta o filho Rupert, tendo vivido em Marvão até depois da Revolução de 1974.

Rupert Eden, fotógrafo e jornalista de viagens, cresceu no Alentejo, numa aldeia onde não havia eletricidade, com uma agricultura “autêntica e completamente sem químicos” e uma comunidade onde, entre lavradores e artesãos, todos tinham o seu papel. “Portugal era absolutamente incrível naqueles anos 60”, recorda o jornalista.

Rupert é um dos anfitriões do Wild Portugal, onde os hóspedes podem ficar em duas casas de campo – o Monte Moita Raza (três quartos duplos) e o Montinho Cottage (dois quartos duplos) – que podem ser alugadas de forma independente ou em conjunto. “O mais interessante é estar no meio de uma floresta e de uma área completamente selvagem, daí o nome”, refere Rupert.

Os hóspedes podem ficar na quinta, a aproveitar a piscina partilhada pelas duas casas ou a explorar a floresta, observar os trabalhos agrícolas ou as várias espécies de plantas e aves da propriedade ou ainda as aldeias em redor, de bicicleta ou a caminhar – a Wild Portugal fica entre Castelo de Vide e Marvão. Podem ainda pedir ajuda para escolher restaurantes ou conhecer a “movida” local, como um bar de cerveja artesanal ou produtores de delícias regionais.

Mimos e comodidades

No Wild Portugal, não se serve pequeno-almoço, mas os hóspedes são recebidos com um cabaz com chutney, cerveja Barona, vinho alentejano, ameixas de Elvas, azeite e broas de castanha, entre outras delícias regionais. As casas estão equipadas com cozinhas completas, espaços de lavandaria, DVD e internet.

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Monte dos Cordeiros: herdade alentejana e familiar às portas de Vila Viçosa

Em São Romão, às portas de Vila Viçosa, conhecida como a “princesa do Alentejo”, um pai e três filhos deram nova vida a uma herdade com 900 hectares. No Monte dos Cordeiros, há casas T1 com terraço, piscina infinita, barragens, olival e criação de gado.
A amplitude da propriedade, cerca de 900 hectares, permite uma versatilidade de cenários, do típico montado alentejano de azinho à zona de olival, bosque com árvores autóctones, duas barragens, horta biológica, campos de cereais e a ponte medieval que atravessa a Ribeira de Mures. Sem esquecer a manada de vacas de raça alentejana e as varas de porco de montanheira que pastam pelo extenso terreno do Monte dos Cordeiros.

À frente deste turismo rural, nascido há dois anos, está Miguel Parreira, agrónomo lisboeta que aqui construíu um projeto de raiz familiar, com a ajuda de três braços-direitos, os filhos Luísa, Marta e Miguel. “O ponto de partida foi criar algo que envolvesse toda a família. Quis transmitir aos meus filhos o que os meus pais me transmitiram”, explica o proprietário, que deu nova vida às ruínas deste terreno do pai, alentejano de gema.

Miguel Parreira deu nova vida a este monte alentejano, com a ajuda dos filhos.

As casas T1 têm kichenette, sala, quarto, casa de banho, mezzanine e terraço.

Junto à vila de São Romão, às portas de Vila Viçosa, dorme-se em casas T1 (para três adultos ou dois adultos e duas crianças) com acabamento típico alentejano, onde se inserem kichenette, sala, quarto, casa de banho, mezzanine e terraço. O preço dos T1 parte dos 260 euros, com pequeno-almoço. No futuro, juntam-se a estas duas cabanas de madeira sofisticadas onde se poderá apreciar o luar, ou não fosse este o conhecido céu estrelado do Alqueva.

A piscina infinita de água salgada, com vista para a planície alentejana, é um dos ex-líbris do monte, assim como as torres onde se pratica observação de aves, passeios de barco a remos e percursos pelas barragens e ponte. Outras experiências incluem piqueniques, passeios de bicicleta e Moto 4. Já o pequeno-almoço à carta conta com produtos biológicos regionais e pode ser provado na zona comum ou nas casas. O mesmo para as refeições, pedidas sob reserva no dia, que homenageia a cozinha alentejana com pratos como borrego estufado no forno, bacalhau dourado, salada de perdiz ou cozido de grão com enchidos.

O Monte dos Cordeiros está situado numa propriedade com 900 hectares.

Às casas T1 vão juntar-se, no futuro, cabanas em madeira para apreciar o céu estrelado do Alqueva.

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São Brás do Regedouro: dormir numa típica aldeia alentejana, perto de Évora

A vinte quilómetros de Évora, o São Brás do Regedouro é um recente turismo rural que quer manter vivas as tradições da aldeia alentejana que lhe dá nome. Junto às casas recuperadas, há uma piscina para refrescar nos dias quentes.

Há quatro anos, no final das férias, enquanto regressavam do Algarve para Cascais, Vítor Ribeiro e os três filhos fizeram um pequeno desvio no percurso e passaram pela aldeia de São Brás do Regedouro, a vinte quilómetros de Évora. “Percebi logo o seu potencial”, explica o cascalense, ligado à área do imobiliário, e que se apaixonou pela pequena localidade, chamada por muitos de Quatro Caminhos, nome que ganhou por ser ponto de passagem já desde os tempos dos romanos.

Dois anos depois, nascia o São Brás do Regedouro – Turismo na Aldeia, com 15 antigas casas que foram recuperadas, perfeitas para casas ou famílias. As tipologias e dimensões variam (T0, T1 e T2 a partir dos 95, 100 e 135 euros por noite, respetivamente), mas mantêm a coerência na decoração, simples e rústica, adornadas com peças feitas por artesãos locais, como é o caso dos candeeiros. Comum é também a existência de um pequeno terraço em cada casa, com cadeiras, mesas de apoio e canteiros de ervas aromáticas. Todas têm zona de sala e cozinha equipada e algumas chegam a ter um pátio. Um dos locais onde se pode saborear o pequeno-almoço, que chega às casas em cestas artesanais.

No São Brás do Regedouro – Turismo na Aldeia há 15 casas antigas recuperadas.

O projeto fica situado na aldeia que lhe dá nome, a vinte quilómetros de Évora.

Os mergulhos na piscina exterior são a resposta para refrescar nos dias mais quentes – afinal, estamos no Alentejo -, mas também se pode e deve passear à sombra de grandes figueiras, romãzeiras, pereiras e oliveiras centenárias. “Esta é uma zona de muita água. Aqui cresce tudo a uma velocidade incrível”, conta Vítor. A oliveira mais antiga da propriedade, com mais de 3000 anos, será uma das peças centrais na zona do restaurante que irá nascer. Neste espaço comum, vai ser integrado também salas de eventos, loja de produtos regionais, garrafeira e sala de exposições.

Dormir neste turismo rural é, de resto, viver de perto as tradições locais, como se exemplifica com atividades como workshops de pão e olaria, passeios nos arrozais vizinhos e aulas de pesca com quem sabe do assunto. Batismos de paraquedismo e passeios em balões de ar quente são outras sugestões. “É uma aldeia com muita vida”, remata Vítor.

O pequeno-almoço pode ser saboreado na própria casa.

No futuro vão nascer restaurante, loja, garrafeira e zona de exposições.

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Repousar num refúgio alentejano, nas Casas de Santa Rita

Um refúgio no Alentejo, na vila histórica de Evoramonte, com uma refrescante piscina, rodeada de olivais e arbustos de góji e um singular castelo no alto da colina a marcar a paisagem.

É provável que seja a Jasmim, uma cadela galgo de olhar meigo a receber quem chega. Ela é praticamente inseparável de Miguel Conim, o proprietário das Casas de Santa Rita, um turismo rural instalado entre oliveiras e arbustos de góji em Evoramonte, a meio caminho entre Estremoz e Évora.

Depois de vários anos a trabalhar numa empresa de telecomunicações, Miguel virou-se para o Alentejo e para a propriedade familiar transformando a pequena casa tradicional num alojamento turístico. A experiência foi tão gratificante que “deixei a vida de Lisboa e dediquei-me ao projeto”. E assim à tradicional casa alentejana, com três quartos, juntou-se uma nova construção de linhas mais modernas, a que um extenso alpendre dá o toque alentejano. Esta casa tem cinco suítes, uma das quais familiar com dois quartos intercomunicantes; outra com sala e kitchenette.

(Fotografia: DR)

(Fotografia: DR)

(Fotografia: DR)

Em comum, existe a piscina que é o refúgio perfeito no calor alentejano. Ideal para passar tardes de calmaria, nas espreguiçadeiras ou nas camas de rede, com o silêncio do campo e o castelo de Evoramonte a dominar a paisagem. Almoçar e jantar sem sair de casa é uma opção, pois mediante reserva são servidas refeições. Também é passível adquirir os produtos de produção própria, como bagas de góji, azeite e chás biológicos, bem como vinhos das adegas Herdade do Freixo e Monte Branco. É um lugar ideal para dias de descanso, acompanhando o dia a dia das atividades agrícolas, na companhia da Jasmim, dos burros e das ovelhas.

Feira de Estremoz
Ao sábado de manhã o Rossio enche-se de vida. Na feira de Estremoz tanto é possível comprar poejos frescos, enchidos ou queijos, como um rádio antigo a funcionar. Lado a lado no mercado há produtos frescos e velharias e um bulício de festa.

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Na Quinta do Vau, em Mértola, acorda-se com vista para o rio e o castelo

O castelo e o casario implantados num rochedo ladeado pelo Guadiana, de um lado, e pela ribeira de Oeiras, do outro, é a vista que se tem da Quinta do Vau, em Além-Rio.

Este alojamento não fica dentro das muralhas da vila, nem precisa. Afinal, é justamente por se situar em Além-Rio, na outra margem do Guadiana, que goza de um dos melhores enquadramentos paisagísticos sobre a terra alentejana. A vista sobre o espelho de água, as muralhas, o castelo e as casas tem-se praticamente de todas as janelas dos 12 quartos que compõem a Quinta do Vau, e só isso basta para fazer a magia do lugar.

(Fotografia: Tempusdexposicao)

(Fotografia: Tempusdexposicao)

As portas abriram ao público há sete anos, depois de Luís Morais Costa recuperar uma quinta que o avô paterno tinha abandonada. Recentemente, aproveitaram a pandemia para aumentar a capacidade em mais quatro quartos, todos equipados com kitchenette, para dar mais autonomia e conforto aos hóspedes (não há serviço de refeições à exceção do pequeno-almoço, opcional).
Todos os quartos (dois twins, dois triplos, três duplos e quatro com cozinha) têm uma decoração sóbria, de gosto intemporal, para deixar brilhar o cenário lá fora, que alguns hóspedes “até pensavam que era montagem”, comenta Luís entre risos.

(Fotografia: Tempusdexposicao)

A melhor altura para visitar Mértola – terra onde as temperaturas ultrapassam frequentemente os 40 graus no verão – é mesmo a partir de setembro, ou na primavera. De qualquer forma, a Quinta do Vau tem uma agradável piscina para refrescar o corpo e disponibiliza 10 bicicletas todo-o-terreno para os hóspedes se aventurarem nos trilhos, neste que é também um destino de natureza, a par da cultura sobre a herança islâmica.

Visitar a vila-museu
Em Mértola vale a pena visitar o circuito da alcáçova do castelo, o núcleo da arte islâmica, a igreja matriz e a própria fortificação, subindo à torre de menagem com 30 metros de altura.

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Neste agroturismo em Beja mergulha-se em 400 hectares de natureza

Mais do que um turismo rural, o Agroturismo Xistos, na Herdade Monte da Ponte, “é um modo de estar” em contacto com a natureza e aberto à comunidade.

Arquiteta, agricultora florestal e empresária turística, Paula Conduto Mira diz que é “um pouco das três”, ou não fosse uma mulher fazedora e multifacetada. Em mãos tem múltiplos projetos, em áreas como a inovação social, a ciência e o desenvolvimento de produtos turísticos, mas é a biodiversidade desta herdade de 400 hectares que a motiva profundamente.

(Fotografia: DR)

(Fotografia: DR)

Quando quis criar um agroturismo, colado ao Parque Natural do Vale do Guadiana e em plena Reserva Ecológica Nacional, disseram-lhe que a ideia era uma loucura, mas em boa hora o fez, com ajuda do pai. O objetivo, diz, é divulgar o “Alentejo genuíno e escondido”, sensibilizando as pessoas para a urgência de preservar a sua rica fauna e flora. Todo o projeto é, por isso, autossuficiente.

(Fotografia: DR)

Dormir num dos cinco quartos duplos ou no estúdio com kitchenette e mergulhar na piscina é apenas uma parte da experiência. Paula e a equipa também guiam os hóspedes em passeios pela paisagem mediterrânica de montado (podendo observar javalis, raposas e lontras), e convidam a fazer jogos sobre biodiversidade e caças ao tesouro, ou tão-só andar de bicicleta.
“Não temos restaurante, mas servimos refeições rápidas e piqueniques e os nossos clientes não se vão embora sem antes assistir ao pôr do sol”, assegura. Na herdade também produzem gado ovino e bovino em regime extensivo, mel e cultivam uma horta.

“À volta de Beja”
Foram criados cinco novos percursos turísticos para conhecer os encantos de Beja “com vagar”. Paula destaca o “À Volta da Biodiversidade do Montado”, que propõe um percurso pedestre, almoço, piquenique, visita a museu e prova de chocolates artesanais.

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Uma quinta em Lagos com piscina e uma floresta comestível

Nove quartos, piscina, horta biológica, animais e um projeto de agricultura regenerativa são algumas das valências desta quinta inserida na natureza, no barlavento algarvio.

A história de Nita e Walt já deu muitas voltas até a Quinta do Vale da Lama ser o projeto que é hoje. Tudo começou em 1998, quando Nita Barroca, ligada à área do serviço comunitário, fundou o Projeto Novas Descobertas, atual IPSS, para organizar campos de férias e outras atividades. O projeto foi crescendo, até que um incêndio na Serra de Monchique reduziu o espaço a cinzas. Sem baixar os braços, encontraram a quinta atual, em Odiáxere, e nos últimos 16 anos têm recuperado os seus 43 hectares com um projeto de agricultura regenerativa.

Mas essa é apenas uma das faces visíveis do projeto, que além de se estender à vertente social e comunitária passou a integrar, de forma natural, um eco-resort. Composto por nove quartos (todos com mezzanine, design minimalista e mobiliário up-cycled), piscina exterior e restaurante de comida vegetariana e vegana feita com produtos da horta, o alojamento convida a dias de descanso e imersão na natureza. “Temos bom wi-fi, mas não temos televisão”, comenta Nita Barroca. Os planos são encerrar no final de outubro e reabrir com mais quartos e serviços.

(Fotografia: DR)

No exterior, os hóspedes podem explorar a quinta à vontade, visitando os burros, galinhas e ovelhas que ali moram e a horta e jardim de ervas aromáticas. Aulas de ioga também são realizadas, a pedido. A quinta acolhe ainda uma “floresta comestível” com centenas de árvores e quem quiser, eventualmente, descobrir mais sobre a permacultura que ali praticam pode ficar na biblioteca a ler livros.

Ir à praia ou pedalar
A quinta fica a apenas meia-hora de carro da Meia-Praia, em Lagos, e tem bons acessos para caminhadas e passeios de bicicleta. Lagos e Portimão ficam a 15 minutos de viagem por estrada.

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No Monte da Vilarinha dorme-se no meio da serra e perto do mar algarvio

Três T1, cinco T0 e quatro casas com cozinha garantem o alojamento no Monte da Vilarinha, turismo rural encaixado num vale em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Próximo da costa, mas encaixado num vale de uma serra algarvia, o Monte da Vilarinha redefine a noção de passar férias no Algarve por estar longe das praias mais procuradas. Tem outras nas proximidades – como a do Amado, Arrifana e Carrapateira -, mas quem ali chega para passar uns dias pode perfeitamente dispensá-las, pois nada falta no hotel, se o objetivo for dar uns mergulhos na piscina e descansar o corpo e a mente.

(Fotografia: DR)

Aberto há 17 anos e alvo de sucessivos melhoramentos, o projeto foi criado por João Pedro Cunha, que sempre acalentou o sonho de ter um turismo rural, apesar de não ter experiência no ramo hoteleiro. “Sempre estive muito ligado a esta região da costa graças ao surf e à minha família”, diz o também responsável pelo restaurante Azenhas do Mar, em Sintra.

(Fotografia: DR)

As casas do Monte da Vilarinha distribuem-se por zonas de ribeira, encosta e monte e foram construídas com materiais da região, como a taipa, o xisto e a madeira. Totalmente equipadas, na maioria, dispõem de zona de refeições, terraço, barbecue (algumas) e ainda zonas de estar com televisão e sofás. Na época fria, sabe bem o conforto do piso radiante.

Há também um serviço de refeições com snacks, saladas e hambúrgueres durante o dia, para dar apoio à permanência na piscina, e jantares servidos mediante pedido antecipado. Adultos ou crianças que queiram explorar a herdade de 40 hectares ou mesmo ir a uma das praias próximas podem ainda usar bicicletas gratuitamente.

Atividades para todos
O hotel ajuda a marcar atividades nas proximidades, como ter aulas de surf, fazer passeios a cavalo e caminhar por trilhos no meio da natureza. A Rota Vicentina passa mesmo em frente à propriedade e encontra-se assinalada.

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