Joias artesanais para descobrir na Miguel Bombarda

Não é só loja nem só galeria. É tudo isso e ainda um espaço de partilha de ideias entre 12 mulheres em tudo diferentes mas com um ofício em comum: o de que criar peças únicas.

Ana Bragança, Joana Santos, Lia Gonçalves, Marta Ribeiro e Susana Teixeira são as fundadoras da Collectiva, um espaço que, acreditam, é o reflexo da mudança dos tempos. «Historicamente a joalharia era trabalhada essencialmente por homens, porque era um trabalho pesado, e isso tem-se invertido. Os tempos mudaram e as mulheres estão cada vez mais a entrar no ofício», explica Lia. Lado a lado na mesa única que se estende ao longo da sala, as coleções das cinco residentes fazem-se acompanhar de peças de mais cinco marcas convidadas. Ana Dias, Mater, Ana João, Telma Da e Maria do Vale – esta formada por três irmãs.

O objetivo é criar uma unidade e não dar mais ou menos destaque a uma ou outra marca. «Não há competição. Todas queremos o sucesso umas das outras, até porque todas temos algo diferente a oferecer», lembra Joana. E as individualidades de cada coleção são notórias até ao olho mais leigo. Cada uma tem influências, linguagens e técnicas de trabalho diferentes, adquiridas pelo percurso de vida que seguiram.

Joana, Ana Bragança, Telma e Ana Dias são arquitetas de formação. Susana veio da matemática, Marta da escultura e Lia é a única com curso em design de joalharia. Desta miscelânea de influências surgem peças que tocam o geométrico e outras mais orgânicas, feitas com pedras, aço, prata, cerâmica ou materiais atípicos, como é o caso do termolaminado, inspiradas em flores, texturas, edifícios ou animais.

Até o processo criativo é muitas vezes oposto. «Eu desenho tudo no papel primeiro, mas acontece muito, quando estou a fazer as peças, de criar formas que não me tinha lembrado e acabam por mudar naturalmente», explica Joana. «É por isso que eu nunca desenho, faço logo a peça na banca», comenta Lia. Uma opinião, porém, é unânime. O trabalho na oficina, apesar de ser pesado e longe de limpo, funciona como uma terapia. «Pegar na matéria bruta e todo aquele processo até ter o acabamento final é muito relaxante», lembra Joana.

E porque todas as joias são feitas manualmente, sem recurso a um processo industrial, acabam por ser ligeiramente diferentes umas das outras. É caso para afirmar que «cada peça é única». Este coletivo no feminino é mais do que um espaço de exposição e promoção da joalharia que criam. É um ambiente de partilha, apoio e desafio que as leva a querer fazer mais e melhor. «Sei que pode parecer clichê dizer isto mas a verdade é que juntas somos mais fortes», confessa Joana.

E seguro será dizer que muitas novidades são ainda de esperar destas 12 joalheiras portuguesas.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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