Veleiros: um restaurante com história e pratos icónicos em frente ao mar

Restaurante Veleiros, em Perafita, Matosinhos (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Em 2022, Veleiros, o conhecido restaurante em Perafita, Matosinhos, mudou de mãos. De cara lavada, em frente ao mar, continua a servir os pratos que o fizeram famoso.

Cliente do restaurante Veleiros desde que este abriu, em 1989, em frente à praia do Paraíso, Marcos Allen é agora o proprietário. Trabalhou durante três décadas numa multinacional na área de cosmética até que se reformou e quis mudar de vida.

“Eu estava ligado à gastronomia por paixão. Escrevia no Facebook sobre o assunto e gostava de me intitular divulgador gastronómico”, conta o próprio. Durante a pandemia, esteve ligado a um grupo naquela rede social que servia para divulgar restaurantes de takeaway no Grande Porto, ajudando assim no esforço para “minimizar os estragos” provocados pelo encerramento ao público.

O Veleiros passou por muitas dificuldades nesses dois anos. “O Sr. Fernando Pinto estava exausto e disse-me que ia vender o negócio. Eu só lhe pedi para não decidir nada sem falar comigo. Fui fazer as minhas contas e cá estou.” Como cliente habitual que era, Marcos teve receio que um restaurante com “tanta história e potencial” pudesse ir parar a mãos que “desvirtuassem o seu passado ou o levassem ao encerramento”.

Depois do negócio fechado, fizeram-se obras para dar uma lufada de ar fresco, modernizar o aspeto e torná-lo mais confortável. A carta teve também alguns ajustes, mas todos os pratos icónicos da casa se mantiveram, até porque as receitas são mais antigas do que o próprio restaurante. “O nosso polvo assado, o bacalhau no forno ou o arroz de pato têm todos mais de 50 anos. Tiveram a sua génese em restaurantes aqui das redondezas, como o Casa Velha ou o Pingão, e vieram com o primeiro dono, que também se chamava Fernando.”

Além dos clássicos, aumentou-se a oferta, adicionando sugestões com as quais “os restaurantes já não conseguem viver”. Assim, há também pratos vegetarianos, menu infantil, “até porque é um espaço muito frequentado por famílias”, e algumas novas sobremesas.

Para a cozinha, Marcos Allen recrutou o chef João Loureiro, “jovem de 25 anos mas já com bastante experiência em cozinha tradicional”. De resto, manteve praticamente toda a equipa. “Os antigos proprietários continuam comigo, o que dá aquela sensação de evolução na continuidade. E temos recuperado clientes que já não vinham há muito tempo.” Quando regressam, percebem que não se perdeu a essência. E a vista para o mar da grande janela do primeiro andar continua a ser o cenário para uma refeição de comida de conforto.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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