É Uma Casa de Campo que une mãe e filho, e dela não se sai com fome, porque a primeira não deixa, com as suas receitas servidas em quantidades generosas. Basta pensar que uma dose de bacalhau à campo (frito, com cebolada de pimentos e camarões) inclui duas postas, cada uma com 500 a 600 gramas, conta Isabel Maia. O filho, Pedro – também responsável pela Biferia, no centro de Vila do Conde, e sócio da hamburgueria A Burguesa, no Porto – foi quem teve a ideia de abrir este restaurante de «comida caseira». Mas só se fosse a mãe, ex-costureira, que cozinha desde criança, a comandá-lo. Ela disse que sim, e o negócio já leva ano e meio.
A ementa, alicerçada na cozinha tradicional portuguesa, inclui sopa de enchidos, rojões à minhota ou posta de vitela na brasa. Ao domingo, há cozido à portuguesa e cabrito, e a cabidela Pica no Chão, uma das especialidades, só se faz por encomenda. A refeição é saborosa do início ao fim, o que implica falar dos rissóis de carne feitos por Isabel e de sobremesas como o bolo de bolacha ou o pudim – tudo caseiro, a condizer com o espaço, decorado em estilo rústico, com fardos de palha e utensílios agrícolas.
Como o restaurante «fica no Caminho de Santiago», também acolhe muitos peregrinos, sobretudo ao almoço, assinala Pedro Maia. Entrando, saltam logo à vista o pé direito superior a sete metros e as paredes que contam histórias. Se numa delas estão rendas de bilros de Vila do Conde, noutras é possível encontrar moedas deixadas por clientes. Esse costume foi iniciado por um casal em peregrinação, «para dar sorte, como nas fontes». Só que aqui há bem mais do que água para revigorar o corpo, antes de ele se fazer à estrada.
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