Abriu um restaurante para loucos por cozinha asiática

Os ventos do Oriente trouxeram até ao bairro da capital o pan-asiático Soão, onde cabem vários países daquele continente. Da decoração tradicional ao serviço, pratos, chás e cocktails, tudo é pensado para encurtar esta viagem.

O Expresso do Oriente, que chegou a ligar Paris a Istambul, teria pouca capacidade para aguentar o percurso que o novo restaurante de Alvalade se propõe a fazer. Na carta do Soão (vento que sopra de oriente) a viagem gastronómica percorre Índia, Vietname, Tailândia, China, Coreia do Sul e Japão, com possibilidade de incluir outras paragens. «Tivemos de deixar pratos de outros países fora da carta», explica Luís Cardoso, o chef que conduz este comboio. Foi um dos discípulos do japonês Takashi Yoshitake no antigo Aya, mas o encerramento do restaurante levou-o a Braga, onde surgiu a oportunidade de continuar a fazer sushi tradicional.

O namoro com o grupo Sea Me (com espaço homónimo no Chiado e a cadeia Prego na Peixaria) já vinha de outros tempos e o projeto do Soão acabou por o convencer a regressar à capital. Juntamente com Rui Gaspar, um dos administradores do Sea Me, lançou-se num périplo pelo Oriente antes da abertura desta nova aposta do grupo.

Para dar expressão às várias especialidades da carta, o chef conta com uma equipa de sete nacionalidades diferentes, capaz de preparar as massas frescas e al dente dos pad thai, o picante caril verde e a sopa tom yam, além de toda a carta de sushi. Nas entradas encontram-se dim sum de champanhe e lavagante, pão frito com choco e tinta do mesmo, baos e ainda os «korean chicken wings». Foram os últimos a entrar na carta e são tão gulosos que se manteve o hábito de os comer à mão, mesmo num restaurante que se presta a fine dining.

 

 

Expresso Oriente é também o nome do menu de degustação, que se pode provar no piso inferior do restaurante. Tem o custo de 65 euros ou 85, com cocktails.

A cerâmica segue a linha oriental, tal como outros pormenores na decoração. O carpinteiro Luís Souto foi o responsável por criar os painéis de madeira que estão na entrada de três das quatro salas privadas no piso inferior. Cada uma tem lugar para seis pessoas e nomes distintos: veludo, bambu e seda, atribuídos pelos materiais que forram as suas paredes. A quarta sala, a kimono, é a mais reservada, com porta em madeira, mesa redonda e uma janela para a cozinha. Não é a única possibilidade de assistir à confeção dos pratos, já que no primeiro andar há lugares ao balcão e mesas individuais.

A qualquer um dos locais de refeição chegam as bebidas e cocktails, que saem do bar no último andar. Os chás foram selecionados pelo tea sommelier Sebastian Filguera, da Companhia Portugueza do Chá, que se aliou ao bartender Vasco Martins para se assegurar que as opções acompanhavam a variedade de sabores da carta. Os dois cruzaram também ideias ao fazer nascer o momento Cerimónia de Chá, uma experiência semelhante ao «digestivo português», que junta o whisky ao chá e que os visitantes podem pedir no final da refeição.

Vasco Martins, depois de muitos anos em Barcelona, entregou-se ao aliciante novo projeto, que lhe permite ter 95 por cento dos destilados da casa com nacionalidade asiática. Nas prateleiras estão rums tailandeses e indianos, gins e vodka japoneses, e também bebidas tradicionais: sake, baijiu e sonju, estes últimos destilados chinês e sul-coreano, respetivamente. É possível prová-los individualmente e em cocktails, que nada têm de convencional. Até porque ingredientes mais óbvios como wasabi e matcha ficam de fora. «Queremos respeitar as tradições asiáticas», explica Vasco Martins, enquanto menciona sabores como o citrino yuzu, noz moscada, rosa e pimentas. Muita pesquisa e estudo envolvido nesta carta, tal como em tudo no Soão. Afinal, uma viagem não se faz sem preparação.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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