Porto: prazeres ibéricos mas sem fronteiras no Tapas e Destapas

Porto, 27/08/2020 - C&B restaurante Tapas e Destapas, na Rua de Trás, Porto (Artur Machado / Global Imagens)
A casa que agora reabre na Rua de Trás, no Centro Histórico do Porto, é a concretização do sonho de um chef autodidata. Depois de ter estado com uma banca no Mercado do Bom Sucesso, desde 2015, o projeto teve de crescer.

No Bom Sucesso, “só servíamos presunto, queijos e enchidos”, conta Jorge Moreira, que sentia falta de uma cozinha para poder diversificar a oferta. “O ano passado, decidimos vir para a Baixa”, diz Helena Silva, parceira do chef nesta aventura, que deixou a engenharia para se dedicar à restauração.

Depois de nove meses de obras, a casa abriu, muito elegante e confortável, com uma carta feita de petiscos que remetem para as memórias de viagens de Helena e Jorge. Mas logo a seguir veio o confinamento e nem tiveram tempo de fazer a inauguração oficial do Tapas & Destapas, que só voltou a reabrir no início de junho. Vindo de uma família ligada de várias formas à comida – o avô tinha uma charcutaria – Jorge estudou arquitetura, mas logo percebeu que queria era dedicar-se à cozinha.

Alguns dos petiscos do Tapas & Destapas (Fotografia de Artur Machado/Global Imagens)

“Sempre gostei muito de comer e de cozinhar. Quando eu andava no quinto ano de Arquitetura, o meu pai e um amigo abriram o Linha 22”, uma casa de degustação na Rua dos Clérigos. Aí, começou a elaborar alguns petiscos, mas com algumas limitações também por falta de cozinha. Depois veio a banca e finalmente a mudança para aquilo que realmente queria.

Tal como no Mercado, não falta aqui presunto. “Trabalhamos com presunto da região de Salamanca”, conta. Presunto esse que é fatiado com todo o cuidado e que pode ser servido em tábua com queijos e língua afiambrada (língua de novilho curada, receita que está na sua família há várias gerações). A influência espanhola é a que mais se destaca. Não faltam batatas bravas, com molhos alioli e picante, revuelto de cogumelos, croquetes de presunto ibérico ou pimentos de Padrón. Mas não só dos sabores dos “nuestros hermanos” vive o restaurante.

Foie gras com cebola caramelizada, crumble de punheta de bacalhau, tártaro de novilho, magret de pato braseado com puré de maçã ou tártaro de atum com sorvete de lima tornam esta cozinha tão regional como internacional. É uma cozinha sem muros para provar na Baixa.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend