Nova carta e noites de poesia e fado no histórico Café Calcinha, em Loulé

Fernando e Ricardo, responsáveis pelo café. (Fotografia de Paulo Spranger/GI)
Na casa onde António Aleixo se inspirava, quase a somar cem anos, há noites culturais para respeitar esse legado. No Café Calcinha, Loulé, a carta renovada está pronta a provar.

A estátua em bronze do poeta António Aleixo (que viveu os seus últimos anos em Loulé), sentado de perna cruzada na esplanada, é um dos vestígios mais claros do legado centenário do mais antigo café louletano ainda em funcionamento. Aberto em 1929, foi palco habitual de tertúlias, noites de bilhar e jantares entre figuras ilustres, momentos registados em fotografias e documentos espalhados pela parede do Café Calcinha (alcunha do fundador), reaberto há um ano, com cara lavada, mas mantendo a inspiração na Art Déco e as colunas trabalhadas à entrada.

No espaço gerido em registo familiar – pelo portuense Fernando Silva, que trocou a Invicta pelo Algarve, a companheira Sara e o filho Ricardo – a herança cultural continua a alimentar-se nos dias de hoje. Regularmente, há noites de fado, recitais de poesia (o Clube dos Poetas Vivos), atuações de jazz e ópera. Este ano, está para chegar o podcast Calcinha, para dar palco à cultura e aos empreendedores locais.

o

A estátua de António Aleixo, na esplanada. (Fotografias de Paulo Spranger/GI

Neste que é classificado um Imovel de Interesse Municipal, há mais de uma década, servem-se menus de almoço com dois pratos do dia (um vegano) a preços acessíveis, entre segunda e sexta. Numa carta renovada recentemente, destaque para as três tábuas para petiscar: a do Mar (muxama, polvo, cenoura, pão e azeitonas), a da Terra (pão, chouriços, queijos e azeitonas) e a Vegan (pão, húmus diversos, cenoura e tomate confitado). E a francesinha, normal ou vegana, a oportunidade de um proprietário nortenho encurtar as inevitáveis saudades de casa.

Além da carta fixa, há pratos do dia ao almoço durante a semana.

Além disso, ao longo do dia há torradas e tostas em pão de fermentação natural, bifanas e pregos, hambúrgueres, gelados, bolos à fatia, os tradicionais folhados de Loulé, D. Rodrigo, tortas (laranja, alfarroba, amêndoa e noz) e outros artigos de pastelaria. Para emparelhar, chocolates quentes, sumos naturais, chás, cocktails e cerveja artesanal algarvia, vinhos (em especial algarvios e durienses), além do café torrado na própria casa, originário do Brasil, Colombia e Etiópia, criando um aroma que se sente até na rua.

O café é torrado na casa.

Café Calcinha. Praça da República, 67, Loulé. Tel.: 934250079. Web: facebook.com/cafecalcinha. Das 8h às 23h. Encerra segunda. Preço: pratos do dia a 12 euros; sopas a três euros.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend