Paços de Ferreira: a casa familiar que serve um premiado capão à Freamunde

Paços de Ferreira: a casa familiar que serve um premiado capão à Freamunde
Capão à Freamunde do Aidé. (Leonel de Castro/GI)
Tendo ficado famoso pelo seu capão à Freamunde, vencedor de vários prémios, o restaurante Aidé, em Paços de Ferreira, tem muito mais para oferecer. A contar com uma história de quase 60 anos.

“O nome Aidé é uma homenagem à mãe da minha mulher”, conta Fernando Pinto, que gere a casa com Teresa desde 1979. Foi Aidé que inaugurou esta pensão e restaurante em 1962. Tinha ficado viúva aos 34 anos e com 7 filhos para cuidar. “Eu fiquei sempre em casa, dei apoio à minha mãe, eu era a menina do lar”, lembra Teresa.

“A minha mãe tinha um sonho, já no tempo do meu avô que tinha cá uma confeitaria: abrir uma pensão com restaurante para receber os viajantes que vinham a Paços passar férias e os comerciantes”, conta. A Nossa Pensão – agora Paços Ferrara Hotel – começou por ter 15 quartos e o restaurante servia pratos do dia. “Eu tinha um restaurante com o meu irmão, desde 1976. E casei-me com a Teresa. Dona Aidé pediu-me para tomar conta disto”, diz Fernando.

Mais tarde, já na década de 90, adquiriram o negócio. “Aumentámos a sala e o número de quartos”, lembra Fernando. O restaurante já se estava a definir como sítio para bons comensais e em meados dos anos 80 tinha começado a servir capão. “Só as famílias em Freamunde é que o preparavam, em dias de festa, como o Natal. Começámos a fazer aqui porque os clientes pediram”, diz.

O capão à Freamunde do Aidé. (Fotografias: Leonel de Castro/GI)

Arroz de garoupa e gambas é outra das propostas do restaurante familiar. (Fotografia: André Rolo/GI)

O restaurante Aidé é um dos clássicos em Paços de Ferreira.

A receita passou de Teresa para a filha, que tem o mesmo nome (as outras duas filhas também aqui trabalham), que estudou cozinha. E aqui entra mais um elemento que se juntou à família. O chef Joaquim Gomes conheceu Teresa quando esta foi estagiar para o Vintage House Hotel, no Douro, onde ele era subchef. Tornaram-se um casal e, mais tarde, Fernando convidou-o a tomar conta da cozinha. E assim é há 10 anos. “Melhorou-se a garrafeira e o amesamento” e não se “estragou a essência”.

“Uso os produtos regionais: o salpicão, o queijo, as cebolas de Penafiel”, diz. Vários pratos de bacalhau com 20 meses de cura, posta, tripas ou cabrito saem todos os dias para as mesas. O capão serve-se, principalmente, em novembro e dezembro. O chef, que nunca tinha assado o animal, aprendeu com a mulher. “A essência está no capão”, diz. “Se for de boa qualidade tem tudo, principalmente gordura”, para assar lentamente no forno a lenha.

O chef Joaquim Gomes.

Teresa Seabra e Fernando Pinto, proprietários do restaurante.

O prato-estrela
Capão à Freamunde
O galo – capado em pequeno – é recheado e assado depois de ficar a marinar durante vários dias. O recheio é feito com os miúdos do próprio, refogado com presunto e vitela e picado. Durante o assamento, rega-se com vinho do Porto, que lhe refresca a pele, ajudando-a a ficar alourada e crocante.

 

Semana gastronómica
Quando o chef Joaquim entrou para a cozinha, o restaurante já tinha vários prémios da Semana Gastronómica do Capão à Freamunde. Nos quatro anos seguintes, ficou sempre em primeiro lugar. Este ano, a semana onde é possível comer o prato em vários restaurantes do concelho, realiza-se de 1 a 13 de dezembro. Vai já na 13.ª edição.

 

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Morada
Avenida 1º Dezembro, 137, Paços de Ferreira
Telefone
255962548
Horário
Das 12h às 15h e das 19h30 às 22h30. Encerra ao domingo.
Custo
(€€) Preço médio: 20 euros; 1 capão: 145 euros (para 8 pessoas)


GPS
Latitude : 41.27716744105643
Longitude : -8.374680156448676




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