Vegan para Todos: Há um novo guia de «comida deliciosa»

Rita Parente, 26 anos, e André Nogueira, 29 anos, vivem em Faro e são os autores do blogue Cocoon Cooks e de «Vegan Para Todos», que chega às livrarias a 17 de abril. Um guia com receitas para quem quer explorar este estilo de vida.

Há muita confusão sobre o veganismo?
Rita Parente –
Nós fazíamos questão que o título incluísse a palavra vegan. É também uma tendência, há produtos a aparecer e as pessoas já sabem o que é. Nós somos vegan no verdadeiro sentido da palavra. Não incluímos produtos de origem animal na nossa alimentação, nem usamos cosmética, têxtil, não vamos ao circo. Mas acho que temos de ser permissivos, não podemos estar preocupados com terminologias. O importante é não ficarmos presos a rótulos.
André Nogueira – Há uma grande confusão ainda, mas fico contente por as pessoas estarem interessadas, por reduzirem a carne, o peixe… Há seis anos éramos nós a fazer as mesmas perguntas.

Foi por esse motivo que incluíram explicações no livro?
RP – Esta é a nossa realidade, mas pode não ser a de outras pessoas. Procurámos escrever o livro para que os leitores sintam que não estamos a impingir essa realidade. Deixámos referências de documentários para quem quer mais informação. Mas queremos sobretudo que seja comida deliciosa para quem gosta de comer.

Pode falar-se numa nova era do veganismo, com a quantidade de novos ingredientes que chegaram ao mercado?
RP – O veganismo não tem de ter obrigatoriamente ingredientes complicados. Não há nada mais acessível do que batatas, grão e vegetais. Na realidade, nós comemos muito assim, mas somos criadores de receitas e gostamos de tirar partido de novos sabores e texturas. As pessoas estão formatadas para ir à procura daquilo que conhecem, felizmente o mercado está a acompanhar as mudanças.


( Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens )

O veganismo mudou a vossa forma de cozinhar?
AN – Eu não gostava de comer muitas das coisas que como agora, foi uma mudança gigante. Comia arroz, batatas e bife. Hoje, olho para um prato como um todo, já não penso que existe uma proteína e um acompanhamento. No entanto, há junk food em todo o lado e o veganismo não é necessariamente sinónimo de saudável. Quando uma marca lança douradinhos vegan, nós consumimos e apoiamos para a indústria perceber que pode continuar. Mas sempre que possível apostamos no orgânico.

É mais caro comer vegan?
AN – Sabe-nos muito bem poder ir a uma mercearia e investir dinheiro numa especiaria de que nunca ouvimos falar. É a nossa pancada. É preciso isto para comer vegetariano ou vegan? Claro que não. A minha mãe não conhece estes ingredientes, usa sal, azeite, pimenta e fica tudo saboroso.

Nos últimos anos, abriram muitos espaços com opções veganas. É possível ir comer fora e comer um prato vegan de raiz?
RP – É preciso fazer uma triagem, mas há muitos sítios. Se quisermos fazer uma boa refeição vegan fora de casa conseguimos. Cada vez mais as pessoas se predispõem a conhecer outras cozinhas.

Qual o melhor conselho para quem quer seguir uma alimentação vegan?
RP –
Respeitar que o corpo e a mente precisa de tempo. Há quem mude da noite para o dia, mas não a maioria. Quem é vegan não é como se já estivesse na meta à espera dos outros, é mais pelas etapas do que pela meta. De começar por reduzir a carne, de sentir as diferenças no nosso organismo. Fizemos uma transição muito lenta.
AN – Acredito que a taxa de sucesso das pessoas que fazem uma transição consciente e demorada seja melhor. É dar tempo ao corpo e a si próprio para se habituar.

Vegan para Todos
Custa 18,99 euros e tem mais de 80 receitas 100% vegetais, das quais 65 nunca foram publicadas no blogue, caso do xerém do Algarve, os snacks e um bolo festivo. André é fotógrafo, Rita, designer, e o livro foi montado pelo casal.

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