Em 1974 respiravam-se os primeiros ares de liberdade, livre das amarras do Estado Novo. Foi também este o ano da fundação da casa que à noite, juntava os grandes nomes da elite portuense na pista. O novo século trouxe tempos difíceis à discoteca da moda. Reabriu e voltou a encerrar vezes sem conta. A Baixa mobilizou a vida noturna, a Foz abrandou e conceito teve que ser repensado.
Reabriu em 2016, como restaurante, sob o nome de Mil na Foz, e haveria de fechar alguns meses depois, para voltar a funcionar em fevereiro, já sob nova gerência. Os problemas de gestão não afetaram a cozinha gerida por José Pedro Moreno, o chef que transita para o atual Twins 19.74, nome em jeito de homenagem à história da casa. Fez o seu percurso ao lado de nomes conhecidos da cozinha portuense. Deu uma mão no Foz Velha de Marco Gomes, mas também no antigo Mesa, de Luís Américo.
Porém, o jovem chef tem uma ideia muito própria da experiência que pretende servir aos novos (e velhos) clientes. Sabores e pratos «tradicionalistas que promovem a reunião à mesa», dando-lhes uma «roupagem contemporânea», numa espécie de contraciclo à tendência mais modernista dos últimos anos.
Isso traduz-se na carta e no prato, onde imperam os produtos locais. O ossobuco, por exemplo, chega à mesa em peça inteira, em pleno com os seus 800 gramas, com osso e tudo. «Ir à origem da cozinha buscar coisas que entraram em desuso» é o objetivo, explica o chef que acrescentou à lista de opções pratos como arroz malandrinho de tamboril e gambas, o estufado de rabo de boi e uma respeitosa seleção de sobremesas – são oito, no total.
Na sala ampla e luminosa, de decoração moderna, pode comer-se durante todo o dia, graças à carta de petiscos composta por tostas, francesinhas – há, até, um fondue recheado com o típico molho da especialidade – e as twins, um conjunto de mini sandes com várias combinações. A versão modernizada do Twins 19.74 é, na sua essência, um restaurante. Porém, a história não ficou perdida nas décadas de 1980 e 1990. Uma vez por mês, sala discreta no piso térreo – que irá acolher, brevemente, um bar de sushi – é palco de uma festa mensal, a Always Pop, que promete voltar a encher a mítica pista ao som de êxitos musicais de outras épocas. Afinal, o Twins está vivo.
Longitude : -8.672342200000003
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