Dourada, robalo, salmão, choco, gamba, cavala, pregado, pargo, polvo e enguia. Mas não só. «Os que mais gosto de trabalhar são o atum e carapau», explica o chef José Alves. A variedade de espécies de peixe está à vista de todos, numa montra junto ao balcão, e é um exemplo da versatilidade da cozinha japonesa, quer se tratem de propostas frias de sushi e sashimi ou de pratos quentes. Mas é também a forma de assegurar a frescura. «Aqui vamos tendo o que é mais fresco nesse dia. A qualidade do peixe é o mais importante», adianta o chef do U.M.I, o novo restaurante nipónico, com uma cozinha aberta, que acaba de abrir no Parque das Nações.
Desde as carpas que vestem uma das paredes desta nova casa do grupo Super Food – o mesmo que detém o italiano Forneria e o Mar, ambos nesta zona oriental de Lisboa -, ao próprio nome, que significa mar em japonês, o foco é claro e navega-se de várias formas: pedindo à la carte ou em menus já preparados. Um destes, e talvez o mais original, é o Menu Especial U.M.I, (40 euros). Cada um escolhe o peixe que preferir, na montra do restaurante, e será esse o protagonista de três momentos diferentes. O primeiro, com peças de sashimi, niguiri e gunkan; um segundo, com uma tempura desse peixe e vegetais com crocante de escamas e espinhas; e um terceiro, o Kabutoni, que é a cabeça do escolhido peixe cozinhada ao vapor, com sake.
Também ao almoço, de segunda a sexta-feira, fazem-se menus, a partir dos 11,9€. Em cada dia, há um combinado diferente como prato principal e tem-se também direito a uma sopa misoshiru. Ostras panadas, arroz e salada; tempura de gambas, vegetais e legumes; e combinados de peças de sushi e sashimi são alguns exemplos.
«Esta é uma cozinha moldável a muitos tipos de peixe», vai referindo o chef brasileiro José Alves, que passou cinco anos só a especializar-se no corte da proteína. Aliás, as suas precisas mãos chegaram a participar, há alguns anos, num anúncio de publicidade, a cortar uma cebola roxa, onde aparece também o ator Pierce Brosnan. José Alves é do Recife, e está em Portugal há cerca de duas décadas, tendo passado por várias cozinhas, trabalhando ao lado de nomes como Miguel Laffan e Joachim Koerper. No célebre Aya, um dos primeiros restaurantes japoneses de referência na capital, esteve mais de 10 anos: chegou como copeiro e tornou-se no braço-direito do dono.
Ao longo deste percurso, já começa a somar uma clientela fiel. Mesmo neste novo U.M.I, com poucas semanas de vida. «Tenho clientes que fazem 300 quilómetros para virem cá comer, ou que vêm da Madeira, uma vez por mês», conta o responsável pela cozinha, formado em teologia e que chegou a estar nas Forças Armadas, em São Paulo.
Nesta nova etapa no Parque das Nações, provam-se também outras das suas especialidades, como o Maguro Tataki (10€), um atum selado com sementes de sésamo e um molho da casa, e que serve como entrada fria; combinados de Sushi Tokujo, preparado com as partes nobres do peixe; as Chirashi Tsuru, que são as taças de arroz com fatias de peixe por cima (16 unidades, 23€), inspiradas nas bowls; ou os gunkan especiais, que chegam à mesa em duas unidades. Neste último ramo, destaque para o Gunkan Uzura (8,5€), que leva alga, flocos de bonito seco, gema de ovo de codorniz crua, sansho, cominho japonês, lima e cebolinho; e para o Gunkan Trufado (10€), com salmão, ovo de codorniz estrelado e trufa.
Para acompanhar, uma seleção de cervejas japonesas e algumas referências de sake. Antes da despedida, vale a pena provar o brownie de gengibre cristalizado com gelado de chá verde (4€). Para saborear na sala ou na esplanada, como pede um bom dia de verão.
U.M.I
Via do Oriente, 16 D (Parque das Nações)
Tel.: 925529929
Web: www.facebook.com/umisushilisboa
Das 12h30 às 15h30 e das 19h00 às 23h00. Encerra segunda.
Preço médio: 30 euros.
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