Comer em Conta: a Pituscaria em Alfama tem petiscos e bem-receber

Na Pituscaria há pratos do dia até 10 euros. (Fotografia de Annette Monheim/GI)
Chama-se Pituscaria, é um balcão de petiscos, e apesar de se encontrar num dos corações turísticos de Lisboa, tem uma carta à medida do gosto e da carteira dos portugueses.

O movimento nas ruas de Alfama pós-confinamento ainda é frouxo, desabafa Jéssica Torres, mas nesta antiga churrasqueira fechada havia dois anos e reaberta como Pituscaria há dois meses faz-se de tudo para atrair a clientela portuguesa. O desígnio é simples: fazer bons pratos de cozinha tradicional e vendê-los a preços competitivos para o lugar e para as carteiras dos lisboetas, sem prejuízo de a carta de petiscos ser apelativa para estrangeiros. Provado o
menu do dia, acabado de lançar, percebe-se que a Pituscaria dá passos no bom caminho.

“Hoje temos arroz de polvo”, diz a brasileira Jéssica, sorridente, atrás do balcão que separa a cozinha da pequeníssima sala de sete lugares em bancos altos. O polvo, cozinhado a baixa temperatura, está no ponto, e o arroz vai buscar-lhe o sabor tendo sido feito com a água da cozedura. Dito assim não tem ciência nenhuma, mas faz a diferença: a verdade é que Jéssica, à semelhança das duas amigas com que quem já abriu outros dois restaurantes na cidade, tem larga experiência na matéria, inclusive com passagem por moradas Michelin.

As amigas Jéssica, Carla e Gabriela (responsáveis pelos Chica Chica Boom e pelo Porco Fumado, ambos em Alcântara) descobriram este recanto através de Leandro Nobre, o dono do espaço, e foi-lhes confiada a missão de criar o conceito, a carta e tratar de tudo com os fornecedores. No processo, o tamanho do espaço não pareceu ser problema: cabe ali uma garrafeira com 50 referências de todas as regiões (quase uma dezena a copo), enchidos, bolo
de mel da Madeira, compotas e chá para venda; e há planos de expansão para uma sala no edifício do lado.

Se não for o sorriso de Jéssica, ainda que por detrás da máscara, a dar as boas-vindas, é o de Leo ou Sabrina, os dois cozinheiros que se vão revezando nos turnos. É, afinal, das mãos deles que podem sair também espetada, alheira com batata-frita e ovo estrelado, peixe frito com arroz de tomate ou arroz de tamboril, entre tantos outros pratos típicos portugueses, como pratos do dia. Almoçar a ver os tuk-tuk descer a Calçada do Cascão dá direito ainda – além da dose na quantidade suficiente para se ficar satisfeito – a uma salada, bebida (chá gelado, cerveja ou vinho a copo) e café, por 9,50 euros.

À carta, a oferta é outra e exige tempo para pensar, tal não é a profusão de petiscos confecionados no tacho, no forno ou em fritura. Além dos clássicos chouriço alentejano assado, ovos mexidos com farinheira ou moelas, Jéssica destaca os já prediletos dos clientes pica-pau de novilho com pickles caseiros, peixinhos da horta com maionese de ervas e a salada de polvo com azeite fumado – um toque que faz a diferença. “O mais diferente que temos são os
maranhos com batata-frita”, diz.

Quem não quiser ter trabalho a escolher, pode optar por um menu de degustação de de quatro, seis ou oito petiscos a partir de 18,50 euros. Vale a pena guardar espaço, ainda, para os doces caseiros que vão preenchendo uma pequena vitrine, como bolos, mousse de chocolate, salame, pastel de nata ou doce de leite. Nada mais português, e outra coisa não seria de esperar.

 

O MENU
Diária…9,50 euros
Inclui prato do dia, salada, café e bebida (chá gelado, cerveja ou vinho da casa a copo)

Especialidades: pica-pau de novilho; peixinhos da horta; frango com molho de leitão;
salada de polvo com azeite fumado

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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