A paixão pelas cozinhas portuguesa e italiana fez com que mãe e filha optassem por não escolher um interesse em detrimento do outro. O novo Irriverente acaba de abrir portas no Cais do Sodré, num edifício histórico do século XVIII que já foi o Palácio Marquês de Sampaio e junta os clássicos de um país aos produtos e sabores de outro.
Uma simbiose gastronómica que se traduz ao longo da carta, mas em especial nos risotos e pizas. Ou não fossem estes os principais pilares do espaço de Eunice Gonçalves, antiga presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e Catarina Morais, a filha.
No caso dos risotos, o destaque vai para o Mirandela, feito com um caldo de legumes e que junta alheira, um crocante desta última e um ovo escalfado por cima. O Ílhavo é um risoto de bacalhau, com caldo e crocante feito a partir deste; e há ainda o Ericeira, com sapateira, amêijoas e camarão.
Nesta sala ampla e cheia de luz natural, que mantém à mostra um arco da estrutura original, comem-se também pizas em formato quadrado, finas e crocantes. Não só porque são feitas com farinha de trigo tipo 00 e a massa fica a descansar durante 48 horas. «Também leva um ingrediente secreto», ri-se a pizzaiola. As doses são generosas e há 20 variedades, algumas vegetarianas. A Serra da Estrela, por exemplo, leva Queijo da Serra, Queijo da Ilha e parmesão; enquanto a Trás-os-Montes é feita com presunto, figos secos, parmesão e mel. As massas são frescas e caseiras e também fazem a ponte entre os dois países. Casos da Ria Formosa, o prato de pasta que leva amêijoas à Bulhão Pato ou a Algarve, com choquinhos à Algarvia.
O remate faz-se pelas mãos de uma das proprietárias, a filha, até aqui ligada ao desporto. «Trouxe da prática de râguebi para aqui o espírito de equipa», conta Catarina. É dela o brownie com mousse gelada de lima, caramelo salgado e praliné de frutos secos. Uma sobremesa que, tal como o restaurante, também une à mesa dois universos distintos: aqui é o crocante e o cremoso, o doce e o salgado.
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