Cais do Pirata aposta em rum e conta histórias antigas

Este espaço já foi uma loja de louças e foram mantidos os tetos pombalinos abobadados. (Fotografia: DR)
Um bar que nos transporta para a própria história desta zona da cidade de Lisboa, outrora muito frequentada por marinheiros, e onde o rum aparece em destaque na carta das bebidas.

A história do proprietário, António Costa, confunde-se com própria história do Cais do Sodré. A ligação nasceu em 1982 como gerente do Tokyo, numa altura em que só existia o Jamaica como discoteca e os restantes bares ainda se dedicavam à prostituição, desde sempre famosa nesta zona da cidade. Por lá ficou até 1989, quando passou para o Viking, antes conhecido como Filadélfia. Em 2010, o filho estava à frente de outro bar de António, chamado Malmequer, na zona de Santos, mas houve obras no edifício e teve de fechar.

Com esta decisão, foi trabalhar com o pai para o Viking, entretanto adquirido por António, que permanece como proprietário. Foi quando se começou a falar da alteração da lei do arrendamento e surgiram os esboços do Cais do Pirata. «Fiquei preocupado com o destino que o Viking poderia ter, porque era arrendado, e pensei em comprar um espaço», conta. A solução foi encontrada logo ali na vizinhança. A casa na qual hoje funciona o Cais do Pirata era uma loja de loiças e manteve-se muitos anos com o negócio em alta porque vendia pratos com defeito, que as grandes fábricas mandavam para ali, a bares gregos. «Na cave onde agora existe o Roterdão, por exemplo, existia um bar grego. Eles têm uma forma de se divertir que é dançar em cima de cacos partidos», partilha António, que justifica: «Como aquela rua era muito frequentada por marinheiros, havia casas específicas para receber as várias nacionalidades que ocupavam as embarcações da NATO».

A remodelação do espaço do Cais do Pirata foi total mas mantiveram-se os tetos pombalinos abobadados. Não é muito amplo e facilmente fica composto pelos muitos turistas que frequentam a zona e se sentem atraídos pela música mais comercial que ali se ouve. Primeiro dedicou-se aos sons latinos, por não existir em nenhum bar na rua, mas hoje tem um estilo diversificado. Todas as noites há um DJ, alguns residentes: às quintas é o DJ Blak Gordon, às sextas é o DJ Vasco Amaral, aos domingos o DJ André Caxaria e aos sábados há festas temáticas. Tem uma boa oferta de bar e há uma carta de cocktails originais de rum. O shot da casa também é feito à base de rum e tem muita procura: chama-se Virar o barco e custa 2 euros.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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