São João da Madeira: 5 dias de visitas com o Turismo Industrial

O programa de turismo industrial celebra o quinto aniversário com cinco dias de visitas gratuitas, de 23 a 27 de janeiro.

Há cinco anos que o município mais pequeno do país, em termos de área, anda a mostrar empresas tal como elas são, com máquinas ligadas, processos produtivos à vista, trabalhadores nos seus lugares. Este programa de turismo industrial dedicou-se, desde 2012, a levar os visitantes a conhecer espaços de trabalho genuínos, de empresas conhecidas como a Viarco (lápis), a Fepsa (feltros), a Helsar e a Evereste (calçado), entre outras, e outros espaços associados a novas formas de produção (como centros de design) e ainda o Museu da Chapelaria.

Para assinalar o quinto aniversário, o Turismo Industrial promove, entre os dias 23 e 27 deste mês, visitas guiadas gratuitas ao circuito (necessária marcação), que funciona na torre da antiga fábrica da Oliva (tornada incubadora de empresas) e inclui o já referido museu. Nele, pode-se ficar a conhecer como se vivia na cidade que, nas primeiras décadas do século XX, chegou a ter mais de 200 oficinas de chapeleiros em laboração. Este não é, por isso, um passeio qualquer.

Nele, pode-se ver como se trabalha na única fábrica de lápis do país, como se tratam e se moldam as matérias-primas dos chapéus e como se fabricam sapatos de alta qualidade.

Este é um percurso com barulhos, cheiros, maquinaria em funcionamento. A Helsar mostra como produz os seus sofisticados sapatos femininos e a Evereste como fabrica calçado masculino de qualidade. A Cortadoria Nacional de Pelo desvenda como é tratado o pelo de vários animais para o feltro, e a Fepsa, líder mundial na produção de feltros, como molda essa matéria-prima. E a Heliotextil explica como faz etiquetas, elásticos, fitas e outros acessórios têxteis.

Neste roteiro turístico, há também visitas a espaços formação e investigação, como a Academia de Design do Calçado e o Centro Tecnológico do Calçado. No total, há treze sítios disponíveis, podendo o circuito ser feito ao gosto de cada um. E estas visitas de aniversário vão incluir uma novidade, que é a visita adaptada a pessoas com deficiência auditiva, com tradução simultânea em língua gestual.

Alguns pontos das visitas:

Viarco
É uma autêntica pérola industrial. Edifício de traça de outros tempos, máquinas antigas, um escritório com retratos a preto e branco nas paredes. E o cheiro a lápis. A caminhada desde a grafite, que pinta as mãos de preto, ao produto final é acompanhada nesta fábrica única no país. A grafite é entalada na madeira. A madeira é aparada. E os lápis ganham a sua forma por entre a maquinaria que lhe trata do aspeto. Da ponta afiada, às cores que quer vestir.

Oliva Creative Factory
A estrutura de betão lembra o que ali se passou. As máquinas de costura, os ferros a vapor, as banheiras e torneiras que a metalúrgica Oliva fabricou não se apagam da história industrial portuguesa. A arquitetura foi preservada e o miolo transformou-se num espaço amplo de indústrias criativas, com arrojadas ideias de negócio, e num centro de arte com paredes preenchidas com arte bruta, arte contemporânea, arte clássica. É uma fábrica com história adaptada aos tempos modernos.

Sapatos, lápis e chapéus à mesa
Francesinhas metidas num rissol panado com pão de Ul são sapatos comestíveis. Os atacadores são feitos de cebolinho. Os lápis são feitos de cordon bleu e os croquetes são crayons. Folhado de camarão e algas, folhado de alheira e queijo da serra são chapéus no prato. A indústria também se serve à mesa neste roteiro, no restaurante Tudo aos Molhos – Francesinhas & Companhia, na porta 35 do Largo de Santo António (919109086). O conceito das “gastroformas” é simples. Se falta a essência, trabalha-se a forma.

Toque de saída
Durante o dia 23 de janeiro, várias empresas e os bombeiros sanjoanenses recuam ao passado e assinalam com sirenes as horas de entrada e de saída das fábricas, em homenagem aos trabalhadores.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Veja também:

Quinta-feira é dia de gin a 6 euros no Bar do CR7
Da roupa ao mobiliário. Há uma loja vintage para conhecer em Famalicão
A charmosa rua de Lisboa que inspirou Eça de Queirós




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend