Uma nova e sossegada esplanada, com cerca de 70 lugares, é o ponto de partida para as viagens até ao Japão e ao Perú, os dois territórios que inspiram, com algumas fusões, a cozinha do Nikkei. O restaurante situado na Doca do Bom Sucesso, em Belém, abriu portas há um ano e meio, mas decidiu celebrar o seu segundo verão com esta novidade ao ar livre.
Ainda que se esteja numa zona muito frequentada por turistas, todos os dias, o ambiente é descontraído e reservado neste local, até pelas palmeiras, oliveiras e outras plantas que rodeiam o perímetro do local. A esplanada fica na zona ribeirinha, mas a viagem não se faz de barco: faz-se, antes, pelo que vem chegando à mesa, pelas mãos do chef Maurício Padrón, um peruano apaixonado pela cozinha nikkei – fruto da imigração de japoneses no Peru, a maior parte para trabalhar em plantações de açúcar.
A nova esplanada ribeirinha do Nikkei tem cerca de 70 lugares. (Fotografias: DR)
Logo a começar pelas causitas. Cada unidade é perfeita para comer com uma dentada só, como um rolo de sushi. Tem na base batata peruana e na parte de cima vai-se variando o produto. Há de salmão picante, polvo, caranguejo escabechado e atum acevichado (4 peças a 6,90€). Já no leque dos tiraditos, os clássicos da cozinha peruana, frescos e a pedir dias de calor, e baseado no peixe cru e que faz lembrar o sashimi, há cinco variedades. O limeno (9,90€) leva peixe branco, aji amarillo, coentros e quinoa crocante, enquanto o palteadito (9,90€) junta peixe branco com chalaquito peruano, abacate e leite tigre.
Para quem gosta de um toque de picante e condimento no seu dia-a-dia, vale a pena provar as gyozas (4 unidades a 5,90€), bem crocantes por fora. São feitas com ravioli artesanal e levam salmão e um molho aji amarillo. Mas também importa pedir um Ebi Spice (13,90€), uma tempura de camarão com um molho picante, suavizado pelos acompanhamentos: rúcula e abacate. No Nikkei, que conta com uma elegante sala interior, também se provam quatro tipos de ceviche (desde 12,90€) e dois tártaros (a partir dos 14,90€) diferentes. Além disso, não poderiam faltar na carta do Nikkei as propostas de sushi – os habituais sashimi, niguiri, gunkan, hossomaki e uramaki, onde se trabalha variedades de peixe e marisco como salmão, atum, polvo, camarão, caranguejo e vieiras.
O sushi faz parte da carta, que tem várias influências nipónicas e peruanas. (Fotografias: DR)
Os tacos do Nikkei.
O casamento destas e outras propostas do Nikkei faz-se no novo bar de cocktails de autor que acaba de surgir na esplanada. Casos do Miss Vela Latina, que junta gin, xarope de frutos vermelhos e espumante; ou de um Wonderland, com base em rum, maracujá e uma mistura de especiarias. Propostas para beber e saborear ao almoço, ao jantar, ou durante a tarde, até porque o Nikkei não encerra – nem a sua cozinha.
A partilhar paredes com o Nikkei, e também propriedade dos mesmos donos, o Vela Latina já havia sido alvo de uma remodelação. A carta e a inspiração na cozinha portuguesa mantiveram-se, mas o restaurante clássico de Lisboa – que está aberto há qualquer coisa como 30 anos – reabriu com um ambiente mais modernizado. «Esta é uma casa com muita história. Não queria alterar algo com este peso. Quisemos mudar, mas sem ofender quem já tínhamos como clientes habituais», explica Viviane Leote, uma das proprietárias, que também tem sob sua alçada restaurantes como o Waka e o Confraria.
O restaurante abriu há ano e meio, e tem agora uma zona ao ar livre. (Fotografias: DR)
O resultado das alterações ficou à vista de todos. «De uma média de 30 almoços por dia, passámos aos 100», adianta a mesma responsável, que se prepara para renovar em breve o Café-Bar Vela Latina, também situado neste complexo, onde haverá outras novidades, a partir de setembro. O Nikkei contará, aos fins de tarde do fim de semana, com o DJ a dar ritmo e animação à sua nova esplanada. Sempre com o rio Tejo a espreitar a poucos metros dali.
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