Um passeio pelo Bussaco recheado de História

Mata Nacional do Bussaco. (Fotografia de Artur Machado/GI)
A Mata Nacional do Bussaco assistiu a uma das mais importantes batalhas da Guerra Peninsular. Hoje há um museu que preserva a memória do confronto e caminhos para explorar esse tesouro natural nas pisadas das tropas.

A 27 de setembro de 1810, a mata do Bussaco, na vila do Luso, foi palco da primeira derrota francesa durante a Terceira Invasão. O confronto opôs cerca de 65 mil soldados do exército napoleónico, ao comando do Marechal Masséna, e 50 mil luso-ingleses, liderados pelo Duque de Wellington, terminando com os franceses a serem obrigados a contornar a serra. Apesar das baixas, as tropas invasoras continuaram a marcha em direção a Lisboa, sendo detidas definitivamente nas linhas defensivas de Torres Vedras, para onde Wellington se retirou com as tropas anglo-lusas após a vitória do Bussaco. Todos os anos o município da Mealhada assinala esta data com um programa cultural que inclui, entre outras atividades, caminhadas temáticas e uma feira oitocentista.

No resto do ano, as memórias dessa batalha são preservadas no Museu Militar do Bussaco, através da exposição de peças militares do princípio do século XIX, armamento e fardamento que pertenceu às tropas da Guerra Peninsular. Há miniaturas, gravuras, medalhas e até uma maquete que mostra as posições das forças em combate. O edifício faz conjunto com a Capela de Nossa Senhora da Vitória, que durante o confronto foi usada como hospital de campanha pelos Frades Carmelitas Descalços, do vizinho Convento de Santa Cruz do Bussaco, onde o próprio Duque de Wellington se terá hospedado.

O Museu Militar do Bussaco. (Fotografia: DR)

Do convento já só resta o núcleo da igreja. As restantes estruturas foram destruídas na construção do Palace Hotel. Os edifícios encontram-se no coração da Mata Nacional do Bussaco, uma relíquia natural preservada pela comunidade monástica que ali vivia. Para lá do bonito jardim central, o manto verde abre-se à descoberta, convidando a calcorrear os caminhos que se desfiam pelos seus 105 hectares, casa de mais de mil espécies de plantas. Entre os maiores atrativos do parque está o Miradouro da Cruz Alta, que abre uma belíssima panorâmica dos seus quase 550 metros; a Floresta Relíquia, onde se observam características típicas da floresta primitiva; a Via Sacra, feita à escala da de Jerusalém, com uma extensão de três quilómetros; ou o exótico Vale dos Fetos, povoado de plantas enormes, vindas da Tasmânia.

A Mata Nacional do Bussaco reúne mais de 100 hectares. (Fotografia de Artur Machado/GI)

Havendo tempo e disposição para uma caminhada mais longa, a Grande Rota do Bussaco permite conhecer mais a fundo o território através de um percurso linear de 56 quilómetros, cujo epicentro é a Mata Nacional do Bussaco e que liga os três concelhos limítrofes da mata: Mealhada, Mortágua e Penacova. Além da exuberante biodiversidade do parque, quem envereda pela grande rota também pode conhecer outras memórias da batalha que ditou o início da derrota francesa, como o Moinho de Moura, posto de comando de Masséna, já no concelho de Mortágua.

Recarregar energias

Para retemperar os ânimos depois da caminhada (ou antes), a curta distância da Mealhada (15 minutos) oferece aos apreciadores do leitão à Bairrada um bom pretexto para matar saudades da especialidade. Aposta segura no Pedro dos Leitões, que também serve outras propostas à altura. Para dormir encontra-se poiso bem mais perto, no clássico Grande Hotel do Luso, onde se pode ainda relaxar com um programa de spa termal.

O restaurante Pedro dos Leitões. (Fotografia de Maria João Gala/GI)

O Grande Hotel do Luso. (Fotografia de Maria João Gala/GI)

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