Penamacor: uma varanda sobre a Beira

Vista das Casas da Penha, Penamacor. (Fotografia de Pedro Granadeiro/Global Imagens)
Do Cimo de Vila de Penamacor, com o seu castelo medieval, vê-se as serras à volta e a aldeia histórica de Monsanto.

No Cimo da Vila de Penamacor, André Duarte gosta de servir de guia para quem por lá se passeia. Aborda quem passa com um grande sorriso, pelo gosto de conversar. Já com os seus 81 anos, 50 dos quais passados aqui, vai contando as suas histórias, de quando era “atleta de contrabando”, como o próprio diz. Lembra dos tempos em que se arriscava a saltar a fronteira com estanho, volfrâmio ou café. “Hoje em dia, vamos ao supermercado e há muito café, antes não era assim”, diz, enquanto percorre a rua até à antiga torre do castelo. André, que continua ágil, salta de barroco em barroco para mostrar as melhores vistas. Dali, a 700 metros de altitude, veem-se várias serras, a da Malcata, ali ao lado, a da Estrela, de Alpedrinha, da Gardunha e também a aldeia histórica de Monsanto.

Conta, também, que quando foi para lá morar havia muitos mais habitantes. Pois ao contrário dele que para lá se mudou, muitos nasceram e passaram a infância na terra, e depois saíram para estudar e trabalhar. Como é o caso de António José Seguro. Mais conhecido pela sua vida política – foi secretário-geral do Partido Socialista -, do que pela hotelaria, quis voltar à terra para desenvolver um projeto de turismo rural, as CASAS DA PENHA.

António José Seguro (Pedro Martins/ Global Imagens)

“Nasci em Penamacor, depois fui estudar para Lisboa, mas sempre tive uma ligação fortíssima a Penamacor, onde estão as minhas raízes”, conta. Ali no cimo, que “parece uma varanda sobre o resto”, comprou umas “casinhas em ruínas” e começou a recuperá-las. “A ideia é ter um projeto de turismo que seja convergente com outro tipo de atividades que estou a desenvolver” (ver caixa), conta. As quatro casas que compõem o alojamento, recuperadas com materiais como vidro, granito ou pinho, foram nomeadas como forma de homenagear as gentes modestas que ali viveram e os seus ofícios: casa do cesteiro, do pastor, da forneira e do agricultor.
Seguro acredita nas potencialidades da região. “Há coisas que já existem e que não convém mexer para não estragar: o ar puro, a vista… falta muito é trabalhar em rede. Por isso, nós fazemos programas personalizados, temos uma pessoa da área de História a trabalhar connosco que fez o levantamento de vários percursos e elaborou guias direcionados para aquilo que as pessoas procuram”, diz.

Descendo a encosta, pelo centro desta pacata vila, vai-se ter ao PALACE HOTEL & SPA TERMAS DE SÃO TIAGO, aberto desde 2012. Uma elegante alameda de cedros liga o espaço exterior ao hotel, rodeado de um jardim desafogado. Instalado numa antiga quinta senhorial, o edifício de torres acasteladas , além dos seus 95 quartos, seis suítes, duas suítes presidenciais e dois quartos para hóspedes com mobilidade reduzida, com um balneário termal, SPA (estes ainda à espera de autorização da Direção-Geral de Saúde para voltarem à atividade) e restaurante. Os produtos e os pratos regionais mandam no cardápio, onde se destaca o borrego.

Um novo vinho e um novo restaurante
António Seguro está a desenvolver mais dois projetos na região. “Lancei um vinho no ano passado – Serra P (um vinho regional das Terras da Beira) – e estou a reconverter a quinta para turismo rural”. Além disso, adquiriu outra casa em ruínas, junto às Casas da Penha, e está à espera de aprovação para montar um restaurante.

Praias Fluviais de Meimoa e de Benquerença
Distinguida como Água Balnear Portuguesa com qualidade de Ouro, a praia da Meimoa, situa-se na orla da Reserva da Malcata. A de Benquerença, também conhecida como O Moinho, tem zona de lazer, bar com esplanada, parque de merendas, grelhadores, parque infantil e todas as comodidades para visitantes, zonade estacionamento para automóveis e bicicletas, e área de serviço de autocaravanas.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend