Seis castelos para passear pela história

Castelo de Santa Maria da Feira, um marco na arquitetura militar é hoje um pólo cultural (Foto: Maria João Gala/Global Imagens)
No interior das muralhas já não vivem reis e rainhas, príncipes e princesas e nas ameias não estão bravos guerreiros a vigiar o inimigo. Os castelos são agora lugares de fantasia onde podemos deixar a imaginação voar e aprender e ensinar o passado como se fosse a brincar. Escolhemos seis para passear à boleia da história.

Bragança: cidadela tranquila com museus e boa comida

Passear pela cidadela e visitar o que esta tem para oferecer é uma forma de aprender as tradições desta região raiana e a sua história. As máscaras e os trajes dos caretos, as lendas, a gastronomia local reinventada, tudo isto cabe nas estreitas e bonitas ruas que compõem a cidadela de Bragança.

Cenário de conflitos que se estenderam por vários séculos – com leoneses e castelhanos ao barulho – , Bragança ganhou a distinta Torre de Menagem que hoje é a sua caraterística mais reconhecível já no século XV. Mas as muralhas com as suas torres de vigia e a Torre da Princesa já existiam e continuam hoje firmes, delimitando a zona antiga da cidade, chamada de cidadela.

Esta é uma espécie de “aldeia”, por onde se entra pela estreita Porta da Vila e que se pode percorrer de uma ponta a outra em poucos minutos. Mas este aglomerado de casinhas em ruas tranquilas tem muito para ver.

O castelo de Bragança. (Fotografias: Rui Manuel Ferreira/GI)

Entre-se no Museu Ibérico da Máscara e do Traje, que mostra em três pisos as tradições ligadas às festas dos rapazes ou dos caretos, que se celebram no inverno no nordeste transmontano e em toda a região raiana. As máscaras e fatos coloridos mostram as personagens típicas destas celebrações. Atualmente, além das exposições permanentes – Festas de inverno do distrito de Bragança, Festas de Inverno da província de Zamora e Festas de Carnaval – pode ser visitada a temporária “Máscaras Transmontanas”, dedicada ao artesão Amável Alves Antão, até ao fim de outubro.

O Museu Ibérico da Máscara e do Traje.

Um pouco mais à frente, chega-se à Torre de Menagem onde se encontra instalado o Museu Militar. Subindo as estreitas escadas, fica a conhecer-se as vivências militares da cidade, até porque a maioria das peças foram doadas por habitantes que lutaram em várias campanhas em territórios africanos e na Primeira Guerra Mundial. Acessível, lá fora estão os adarves das muralhas que delimitam a leste a cidadela e a porta secundária. Ao lado estão ainda a Igreja de Santa Maria, que data do século XIV, tendo posteriores acrescentos, e o enigmático Domus Municipalis, edifício que remonta ao século XII, e que terá funcionado, entre outras coisas, como cisterna.

Cozinha criativa

O chef transmontano Luís Portugal apresenta no seu restaurante Tasca do Zé Tuga que tem a torre do Castelo e as muralhas como pano de fundo uma cozinha criativa baseada em bons produtos portugueses – a maior parte deles transmontanos e sazonais. O restaurante é um dos maiores chamarizes de Bragança intramuralhas e o chef gosta deste ambiente de aldeia. “As pessoas que aqui vivem são de famílias muito antigas e têm orgulho em ser da cidadela. Tratam-na bem”, considera o chef que se tornou conhecido há uns anos depois de participar no Masterchef. É Bib Gourmand no guia Michelin desde 2019.

Luís Portugal, chef e dono da Tasca do Zé Tuga.

O restaurante é Bib Gourmand no guia Michelin desde 2019.

Clássico da arquitetura

Não se encontra dentro de muralhas mas não deixa de ser um ícone da cidade. A Pousada de Bragança dirigida pelos irmãos Geada, onde também funciona o G, o primeiro Estrela Michelin de Trás-os-Montes, é um clássico da arquitetura do final dos anos 50. Foi desenhada por José Carlos Loureiro como um “grito de liberdade” deste arquiteto da escola do Porto. O edifício foi concebido sob uma ótica diferente do que era a estética da época, principalmente pelas enormes janelas que percorrem toda a extensão da sala e do restaurante, havendo assim uma vista panorâmica que enquadra o Castelo e a cidadela.

Os irmãos Óscar e António Gonçalves, do G Pousada.

Um dos quartos da Pousada de Bragança.

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Castelo da Póvoa de Lanhoso: o irredutível refúgio de D. Teresa

Empoleirado no cimo do Monte do Pilar, o Castelo de Lanhoso viu desenrolar a fundação da nacionalidade, e foi até palco de alguns episódios. Ali ter-se-á refugiado Dona Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, a caminho do exílio na Galiza, após a derrota na Batalha de S. Mamede.

Mais de mil anos passaram desde a construção deste fortificado, erguido no alto daquele que é o maior afloramento granítico da Península Ibérica. O penedo altivo e íngreme, servia como defesa natural, tornando impossível a subida dos invasores, e oferecia uma localização estratégica invejável, com vista desafogada para as montanhas e vales que o rodeiam. Hoje, do cimo da torre e da muralha, avista-se toda a vila da Póvoa de Lanhoso, envolta num sossego que não deixa adivinhar os episódios tempestuosos que ali aconteceram.

A torre de menagem, onde desde 1996 funciona o Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso, é uma construção posterior, mandada erguer por D. Dinis – que deu a Carta de Foral a Póvoa de Lanhoso -, no século XIII, na sequência de um incêndio que, diz a história, foi ordenado pelo alcaide D. Rodrigo Gonçalves Pereira, como vingança pela infidelidade da sua mulher, que se encontrava dentro do castelo com o amante.

No decorrer do século XII, e no desenrolar da fundação de Portugal, o castelo serviu por várias vezes de refúgio a Dona Teresa, mãe de D. Afonso Henriques. Ter-se-á abrigado ali, quando, ainda no comando do condado, e em contenda com a irmã D. Urraca, rainha de Leão e Castela, esta cercou o castelo, sem o conseguir tomar de assalto. E novamente, após a derrota da Batalha de S. Mamede, contra o seu filho e as tropas portucalenses.

As muralhas do castelo da Póvoa de Lanhoso. (Fotografias: Gonçalo Delgado/GI)

As vistas panorâmicas do Monte do Pilar.

No interior da torre, os símbolos gravados nos blocos de granito das paredes ressaltam a memória de outras figuras ligadas à história do castelo. Existem, ao todo, 335 pedras marcadas, com 44 marcas diferentes, uma espécie de assinatura do artífice que trabalhou aquela pedra, e contribuiu para a construção.

Quem visita o castelo pode ainda ver algumas exposições temporárias, juntamente com algumas peças de filigrana produzidas no concelho e vestígios encontrados em escavações no Castro de Lanhoso, situado na encosta do Monte do Pilar. No piso inferior, os visitantes são convidados a sair dali à descoberta de outros tesouros da região.

 

Dormir no campo

A Casa do Outeiro, datada de 1755, foi recuperada por Amélia e Manuel Carvalheiro, de forma a manter o traço original, mas com todos os confortos para acolher a família. Nesta antiga casa senhorial, rodeada de vinhas, jardins e um pequeno bosque, existem cinco quartos com casa de banho privativa, e diversas salas e recantos decorados com objetos de outros tempos, com uma grafonola de 1903, que “ainda funciona”, garante Amélia. Os hóspedes têm direito a pequeno-almoço com fruta da quinta, compotas e bolo caseiro, a passear lpela propriedade e a provar o seu vinho.

A Casa do Outeiro. (Fotografias: DR)

Um dos quartos da antiga casa senhorial, rodeada de vinhas, jardins e um pequeno bosque.

 

Templo do bacalhau

O restaurante O Victor, instalado há 50 anos numa casa de pedra na aldeia de São João de Rei, é uma lenda viva da posta de bacalhau. Alta e grande, cortada a toda a largura, é assada na brasa e servida com batatas a murro, cebola e um generoso fio de azeite. O cabrito assado e as carnes grelhadas também têm espaço na ementa, juntamente com sobremesas imperdíveis, como o pudim de pão e o leite creme. A escolha recomendada para acompanhar o que vai no prato é o vinho verde da região.

O Restaurante O Victor funciona há 50 anos em São João de Rei. (Fotografias: Gonçalo Delgado/GI)

O bacalhau é um dos protagonistas desta casa.

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História, cultura e Natureza no Castelo de Santa Maria da Feira

É uma peça única da arquitetura militar, monumento de respeito que condensa a multiplicidade de recursos defensivos usados durante seis séculos. Hoje é um polo cultural, palco da viagem medieval e do Perlim, que no Natal leva a magia de príncipes e princesas ao castelo.

É um símbolo da identidade nacional, não haja dúvida, a estrutura de pedra impõe respeito, entende-se ao primeiro relance, foi casa de senhores e senhoras, reis e rainhas, condes e condessas, segundo reza a História. Do alto das muralhas, uma vista larga sobre a cidade e a paisagem. O CASTELO DE SANTA MARIA DA FEIRA não é apenas um monumento do passado. Na Viagem Medieval, junta-se às recriações histórias, às lutas e guerras de outrora, aos momentos que marcaram a construção do país. No Perlim, parque temático de Natal, é castelo de encantar de príncipes e princesas.

(Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens)

Anterior à fundação da nacionalidade portuguesa, a origem remonta à fase da Reconquista, a primeira fortaleza data do século X, vestiu vários papéis. Foi castro de ocupação romana, muralha contra as invasões normandas, forte militar na época do movimento cristão que lutava pelos territórios conquistados pelos muçulmanos, sede de região militar, centro político que conduziria à independência do país – terá tido um papel decisivo no apoio à causa independentista de D. Afonso Henriques e mão forte nas ações militares que culminaram na tomada de Coimbra.

No século XV, os senhores da Terra de Santa Maria, os Pereira, condes da Feira, trataram das últimas remodelações, construíram a praça de armas, uma fonte brasonada, o Paço dos Condes que ardeu em 1722. A velha porta da vila é o lugar de entrada que dá acesso à torre de menagem, à torre do poço feita em granito com oito janelas fechadas, à praça de armas. No exterior, uma capela hexagonal dedicada a Nossa Senhora da Encarnação, reconstruída em 1656 pela condessa D. Joana Forjaz Pereira.

É um extenso e denso livro de História, aberto a visitas, e a iniciativas culturais. Ao redor, uma mata e uma quinta com um lago, uma gruta artificial, cenários bafejados pela natureza. O recente PERCURSO INTERPRETATIVO GUARDIÃS DO CASTELO propõe uma leitura da paisagem com 50 placas junto às árvores e arbustos mais emblemáticos – e são faias, sequoias, tuias, magnólias, sobreiros – ao longo de três quilómetros. Por dentro e por fora, no alto da cidade, tesouros para descobrir, redescobrir e apreciar.

Lenda
Reza a lenda que um alcaide mouro se disfarçou de mendigo e engendrou um plano para sequestrar uma donzela cristã para fingir ser o seu salvador. Ela apaixonar-se-ia por ele e os dois viveriam no castelo felizes para sempre.

FICAR

(Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens)

Do terraço do FEIRA HOSTEL & SUITES, vê-se o castelo e há um quarto batizado precisamente com o nome castelo. Os restantes aposentos honram o património histórico feirense, o Convento dos Loios que é museu municipal, a Misericórdia ao cimo da rua, a Quinta da Torre em São João de Ver, casa brasonada construída no século XVIII. As suítes dão para dois, três ou quatro hóspedes e há ainda um dormitório com 18 beliches individuais. Dormir é na parte de cima do edifício antigo que foi recuperado, comer é em baixo, no restaurante à base de comida tradicional portuguesa, dos mesmos proprietários do hostel. Um espaço com esplanada, jardim com árvores de fruto, e horta biológica de ervas aromáticas.

COMER

(Fotografia: André Gouveia/Global Imagens)

A oferta é variada, há pratos do dia, à noite trabalha-se à carta. O Aquarela tem sabores do mar e sabores da terra. Peixes e mariscos frescos, arroz de robalo selvagem, sapateira recheada, polvo na brasa, mexilhão fresco ao vapor. Vitela de panela, cachaço de porco na brasa com arroz de feijão, caril de grão com arroz selvagem, alheira vegetariana à lagareiro. Todos os dias, há opção vegetariana. Sábados ao almoço, cozinha-se feijoada à brasileira com picanha fatiada, feijão preto, arroz, farofa, couve mineira, banana e batata frita. Há iguarias brasileiras e argentinas no menu.

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Vila Viçosa: conhecer o castelo da terra de Florbela Espanca

O castelo da chamada “princesa do Alentejo”, mandado construir por D. Dinis há oito séculos, junta elementos góticos, manuelinos e barrocos. Em redor, há moradas que vale a pena conhecer e aproveitar para recordar Florbela Espanca.

Ao contrário de muitas fortificações espalhadas pelo país, situadas no topo de subidas íngremes ou colinas elevadas, ter um castelo relativamente rasteiro traz várias vantagens, tanto ao nível da acessibilidade para todos como pela sua proximidade com o centro histórico. É o que acontece naquela que é chamada de “princesa do Alentejo”. Erguido em 1297 por ordem e desejo de D. Dinis, o Castelo de Vila Viçosa está ladeado de pinheiros e oliveiras, facilitando passeios ao ar livre entre as muralhas que foram restauradas nas décadas de 1930 e 1950. Nestas caminhadas é possível apreciar a sua multiplicidade de influências e estilos, com elementos góticos, manuelinos e barrocos. Já no interior do castelo, importa visitar os achados e doações que compõem o espólio do Museu da Caça e da Arqueologia.

Classificado como Monumento Nacional desde 1910, o castelo é uma ampla janela para um dos principais largos da vila, mesmo ali ao lado, a Praça da República, onde se avistam filas de laranjeiras milimetricamente alinhadas, esplanadas de cafés e restaurantes, as típicas casas caiadas alentejanas, a estátua da poetisa Florbela Espanca (que aqui nasceu e viveu vários anos) e a imponente IGREJA DE SÃO BARTOLOMEU, exemplar da arquitetura seiscentista e do uso do mármore, produto-chave nesta região do Alentejo.

Atelier de Cristina Claro. (Fotografia: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

Quem preferir o barro, basta andar poucos metros até ao ATELIER CRISTINA CLARO, onde a ceramista vende peças únicas e inspiradas na ruralidade e na natureza, como azulejos com o montado alentejano, vidrados coloridos, figuras alusivas ao cante alentejano, jarras, travessas, pratos, flores e outros artigos que espelham a vida e obra de Florbela, que saem dos dois pequenos fornos no ateliê ao lado da loja.

A casa de Espanca
No centro da vila, na porta 59 da Rua Florbela Espanca, é possível ver a fachada da casa onde viveu a poetisa.

FICAR

(Fotografia: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

(Fotografia: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

Às portas de Vila Viçosa, o Alentejo rural estende-se em toda a sua plenitude ao longo de 23 hectares de pomares, olivais, amendoais, hortas biológicas, uma ribeira e duas piscinas exteriores. A HERDADE RIBEIRA DE BORBA nasceu há década e meia e foi renovada há três anos, sendo hoje versátil na sua oferta, das casas de campo de traça alentejana (muitas equipadas com cozinha, sala, terraço e lareira, para duas a oito pessoas) a suites, estúdios e domos de glamping. Percursos pedestres e cicláveis, piqueniques, provas vínicas em adegas vizinhas e passeios a cavalo são atividades que se organizam aqui.

COMER

(Fotografia: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

Há cerca de 70 anos que este clássico da vila tem casa composta, mesas cheias e público fidelizado e repetente. À frente do RESTAURAÇÃO está Manuel Palma, chef vila-viçosense autodidata que herdou o restaurante da sua família. Já em pequeno ajudava a mãe na cozinha e apanhou-lhe o gosto. Entre os pratos emblemáticos da casa estão as migas com secretos na brasa, os medalhões com molho de espargos, os lombinhos com redução de vinho tinto, as açordas, os gaspachos e a obrigatória e fofa sericaia, claro. Tem a distinção Big Gourmand no guia Michelin desde 2019.

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O Castelo de Porto de Mós é uma varanda para a Serra de Aire e Candeeiros

É de uma beleza incomum o castelo que faz lembrar um palácio. Destruído pelo terramoto de 1755, e depois levantado do chão, ergue-se sobre uma paisagem única: a vila de Porto de Mós, a Fórnea e toda a serra de Aire e Candeeiros.

É uma história de resistência a do castelo de Porto de Mós. Talvez aquela força nasça ali mesmo, nas entranhas da SERRA DE AIRE E CANDEEIROS, nas águas da fonte que anda a ser preservada, na calçada que leva os visitantes até às salas de exposições. Por estes dias, há um novo passadiço que torna mais acessível o monumento que se ergue sobre a vila. A meio do caminho, uma espreguiçadeira ampla convida à contemplação. “Todos os dias temos turistas. E é curioso porque nos últimos tempos somos visitados por mais turistas estrangeiros, famílias, com crianças pequenas”, conta à Evasões Eduardo Amaral, vice-presidente da Câmara de Porto de Mós, a meio caminho entre as torres do castelo e uma das salas destinadas precisamente a atividades com os mais novos. Por ali prepara-se agora a noite das bruxas, e adivinha-se o cenário perfeito: um castelo (assombrado), o cemitério aos pés, e o breu da noite.

(Fotografia: Nuno Brites/Global Imagens)

Porto de Mós, uma das vilas mais pitorescas da região de Leiria, guarda um dos mais originais castelos portugueses. “Ainda que as fontes narrativas aludam à presença, por finais do século XII, de um castelo em Porto de Pós – do qual teria sido alcaide o célebre D. Fuas Roupinho, personagem cuja existência está mais envolta em dúvidas do que em certezas, a verdade é que nem as fontes documentais nem a arqueologia confirmam essa hipótese”, escrevem Miguel Gomes Martins e Libório Manuel Silva no livro Castelos – Maravilhas de Portugal.

Ao longo dos séculos, o castelo acumulou influências militares, góticas e renascentistas. Porém, remete-nos para um Paço, uma residência senhorial fortificada, “cuja traça reflete a influência de modelos arquitetónicos italianos, com os quais o conde D. Afonso contactou em 1451-52 durante as suas viagens à Península Itálica”, o que é visível nos dois coruchéus que encimam as duas torres. Dali avista-se uma paisagem ímpar. Todo o casario, e a imensidão da serra de Aire e Candeeiros, de onde se destaca a Fórnea: um recuo pronunciado em forma de anfiteatro, de uma zona baixa para dentro de um planalto calcário, que começa em Chão das Pias – Serro Ventoso – e desce até Alcaria.

Grutas
As Grutas de Mira de Aire são as maiores grutas visitáveis em Portugal. Está aberta ao público um área de 600 metros, dos 11 quilómetros que as constituem. Devido ao seu interesse estão classificadas e protegidas

FICAR

(Fotografia: Nuno Brites/Global Imagens)

(Fotografia: Nuno Brites/Global Imagens)

Ana Martinez descobriu Alvados e as ruínas de uma antiga casa rural no final de 2007, no meio de umas férias em São Pedro de Moel. Era hospedeira de bordo, morava em Paris com o marido (empresário de moda) e ambos queriam mudar de vida. Apaixonaram-se pela serra e ali ergueram a Casa Boho, fiel ao estilo boémio de que sempre gostaram, em harmonia em a natureza. São 8 quartos (um deles suite júnior), um jardim e piscina ao redor de duas enormes nogueiras e muita vegetação. “Estamos no meio do nada mas perto de tudo”, dizem-lhe os hóspedes, que desde 2014 têm feito crescer aquela casa de alojamento local.

COMER

(Fotografia: Nuno Brites/Global Imagens)

(Fotografia: Nuno Brites/Global Imagens)

O restaurante Ponte Vista ainda cheira a novo (abriu este verão) e de qualquer mesa tem uma vista privilegiada para qualquer lugar. Porém, talvez a melhor seja aquela que nos devolve o castelo. Para sermos precisos: o melhor é o que se come ali. Desde as entradas à sobremesa, o difícil é escolher entre as opções do chef Telmo Coelho. Ao domingo, não há como escapar ao cabrito no forno nem ao cozido à portuguesa. É imperdível o bolo de requeijão com sopa de frutos vermelhos e crumble, ou o “instagramável” pudim de chá verde, feito numa forma a fazer lembrar as torres do castelo.

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Conhecer a história de Lisboa no Castelo de São Jorge

Da fundação islâmica no século XI à conquista cristã por D. Afonso Henriques e às ocupações romana e moura, passear pelo Castelo de São Jorge é conhecer a história de Lisboa. A mesma que se avista do amplo miradouro, no topo da mais alta colina.

Durante o verão, o festival Lisboa na Rua levou ao Castelo de São Jorge atividades como aulas de tango, concertos de orquestra, apresentações de livros e atuações dos Pauliteiros de Miranda. Com a chegada do outono, continua a haver razões para conhecer ou voltar à fortaleza construída por muçulmanos no século XI e situada na mais alta colina alfacinha. A começar pelas visitas temáticas diárias, que explicam o dia-a-dia de um muçulmano em Lisboa durante a Idade Média (às 16h30) e contam a evolução do espaço, desde as primeiras ocupações à reconquista cristã, em 1147, por D. Afonso Henriques (pelas 11h30).

(Fotografia: Paulo Spranger/Global Imagens)

O mesmo que tem direito a uma estátua no amplo miradouro à entrada do castelo, à sombra de largos pinheiros, e que continua a ser a principal varanda para a cidade. É daqui que se avistam o Tejo, os bairros costeiros da Margem Sul, o verde de Monsanto, a Basílica da Estrela, as Ruínas do Carmo e os bairros de Alfama e Chiado. No núcleo museológico encontram-se vestígios da ocupação romana, visigoda, moura e cristã e pelo castelo caminha-se nas alturas, entre as 11 torres que ainda hoje persistem. Há ainda sítios para sentar ao ar livre e o núcleo arqueológico que remonta à Idade do Ferro.

Cerâmicas S. Vicente. (Fotografia: Filipa Bernardo/Global Imagens)

Ourives Petisqueira. (Fotografia: Paulo Spranger/Global Imagens)

A curtas distâncias a pé não faltam sugestões para preencher o dia, das vistas panorâmicas da vizinha TORRE DA IGREJA (a mais alta de Lisboa, que também dá entrada na sala de exposições da Igreja do Castelo, usada em tempos para batizar os filhos dos reis), à cozinha da OURIVES PETISQUEIRA (pica-pau de secretos, sandes de pernil e de peixe-espada) e as cerâmicas úteis e decorativas e os azulejos tradicionais que se vendem e ensinam a pintar na loja e atelier CERÂMICAS S. VICENTE.

FICAR

(Fotografia: Diana Quintela/Global Imagens)

A dez minutos a pé do castelo, os novos LISBON CINEMA APARTMENS chegaram para prestar uma homenagem à sétima arte e à cidade, com cinco apartamentos T0, T1 e T2 (quase todos com sala, cozinha equipada e varandins) inspirados em clássicos como “O Costa do Castelo”, “A Canção de Lisboa” e “O Pátio das Cantigas”. Numa ruela de Alfama, a elegância contemporânea alia-se à nostalgia, balançando entre veludos e candelabros vistosos e azulejaria centenária e livros de Beatriz Costa.

COMER

(Fotografia: Filipa Bernardo/Global Imagens)

É difícil não passar por esta casa, junto da entrada do castelo, com o cheiro a bolos frescos que vai perfumando a rua. Na PASTELARIA SANTO ANTÓNIO, mesmo que volta e meia se crie fila para entrar, vale a pena esperar e provar as suas premiadas criações, ou não fosse esta a vencedora do Melhor Pastel de Nata de Lisboa em 2019, concurso anual do festival Peixe em Lisboa. A massa folhada crocante, a pouca gordura e o travo a limão fazem com que, em alturas de azáfama, o chef pasteleiro Luís Ascensão e a sua equipa já tenham vendido quatro mil unidades num dia.

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