Quinta da Aveleda: Uma adega velha num jardim mágico

Quinta da Aveleda (Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)
Jardins magníficos, vinhas a perder de vista, uma adega centenária e um legado que atravessa quatro regiões vinícolas do país, contado nas paredes de um loja acolhedora, são alguns dos encantos que fazem a Quinta da Aveleda.

Entre altos muros de granito nos arrabaldes de Penafiel, encontra-se uma das mais belas quintas do país, prestes a completar 150 anos na produção de vinho, um legado que tem vindo a passar a cada nova geração – já se contam cinco – da família Guedes.

A Quinta da Aveleda é um lugar de encantos, a começar desde logo pelos seus magníficos jardins ao estilo vitoriano, que vale percorrer a passo lento. Ali, convivem árvores centenárias e espécies exóticas, um vale de fetos, uma alameda com mais de 90 espécies de camélias e construções que parecem saídas de um filme de fantasia. É exemplo a Torre das Cabras, onde se encontram as ditas, a pitoresca casa de chá rodeada pelo lago, e a janela manuelina do séc. XVI, que Manuel Pedro Guedes da Silva da Fonseca – primeira geração da família ao comando da Aveleda – terá colocado no jardim, rodeado hoje por mais de 100 hectares de vinhas, não fosse afinal uma quinta vinhateira.

Uma visita à propriedade não fica completa sem uma passagem pela Adega Velha, imponente, onde envelhece a aguardente da casa, à qual dá o nome. A partir de janeiro, vai estar disponível um novo programa de visita desenhado em especial para os apreciadores do destilado, que permite ver o alambique a trabalhar – só funciona de novembro a março -, provar a aguardente diretamente da barrica, e seguir para uma prova comentada por um enólogo.

A aposta no enoturismo também passa por outros edifícios emblemáticos da quinta, como a cozinha velha, onde fazem oficinas de pão cozido no forno a lenha. Há um par de anos, os antigos escritórios foram transformados num espaço multifunções. A reabilitação, assinada pelo arquiteto Diogo Aguiar, manteve a identidade do edifício datado de 1870, com grande vigas em madeira no teto, um desenho elegante e acolhedor, e ainda peças e mobílias antigas que já existiam na quinta. Está aí instalada a nova loja, em cujas paredes se conta a história das principais marcas do grupo Aveleda, que além dos Vinhos Verdes estende-se ainda a propriedades vinícolas no Douro, Bairrada e, desde o ano passado, também ao Algarve.

Nas prateleiras encontram-se vinhos, aguardentes, vinhos do Porto, queijos, compotas caseiras feitas com frutos da época, biscoitos artesanais e até bombons com ganache de aguardente Adega Velha (uma parceria com a Arcádia). Uma bela seleção de produtos Aveleda para construir um cabaz à medida, já a pensar no Natal.

Mais adiante descobre-se a vinoteca, que guarda colheitas mais antigas, e por isso mais difíceis de encontrar no mercado. Ali, o visitante é convidado a deixar uma mensagem no livro aberto sobre a escrivaninha, e subindo as escadas tem acesso ao mezanino, onde se fazem provas mais intimistas, no conforto dos sofás. Num antigo estirador descansam algumas publicações relacionadas com o vinho, para consultar livremente, entre elas um exemplar do jornal Informação Vinícola, de 1946, a comprovar que se está numa casa onde não se esquece a história.

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