Quatro escolas para aprender a andar a cavalo no Grande Porto

Centro Hípico de Valongo. (Artur Machado / Global Imagens)
No Grande Porto há vários centros equestres onde se pode aprender a andar a cavalo, por lazer ou desporto.

Pony Club do Porto – Bem estar com os pequenos cavalos

(Leonel de Castro/Global Imagens)

Quem se afastar um pouco da agitada rua de Costa Cabral ou do Pólo Universitário da Asprela e entrar na tranquila rua da Fonte do Outeiro parece que entra num mundo à parte. É aqui se encontra o Pony Club. O centro está instalado há três anos nas traseiras do Hospital Conde Ferreira.

“Abrimos, há sete anos, em Júlio Dinis, onde partilhávamos instalações com outra escola”, conta Diana Pinto que desde o início é aqui instrutora. O espaço pertence ao hospital e foi-lhes cedido. Os edifícios estavam em ruínas”, diz, apontando para as casas em pedra onde agora funcionam dois dos quatro picadeiros e outras valências do clube. Foi tudo recuperado por eles e em frente a um dos dois picadeiros ao ar livre está o pré-fabricado que se encontrava no outro espaço”.

O Pony Club nasceu com a “finalidade de promover a hipoterapia”, explica Diana. Foi um industrial do calçado que quis fazer mecenato e escolheu a via da solidariedade social. Assim, os póneis – pequenos cavalos que normalmente não ultrapassam 1,49 metros – foram os escolhidos “porque devido ao seu tamanho se adaptam melhor às crianças”.

Muitos são os pais que lá levam os seus filhos com necessidades especiais. Sejam crianças com trissomia 21, com transtornos do espectro autista, paralisia cerebral ou atrasos globais de desenvolvimento. “Aqui, têm oportunidade de quebrar a rotina de gabinete e conciliar desporto e terapia. Só por si, isso já é bom”, considera a instrutora, que fez formação de terapia com cavalos através da HETI – Federação Internacional de Cavalos para Terapia e Educação.

Diana tem, de resto, um perfil bem indicado para este tipo de trabalho. Além de montar desde criança, quis estudar medicina veterinária mas acabou por entrar em psicologia. Gostou e não voltou atrás. Vê a hipoterapia como uma forma de promover o bem estar. “É já uma prática muito antiga. O cavalo transmite bem estar ao cavaleiro e cria-se uma empatia grande entre os dois”, considera. Mas lamenta que ao contrário de outros países e apesar da grande procura, esta área não está ainda muito desenvolvida nem a terapia é comparticipada pelo Estado.

No Pony Club não há só póneis. Até porque as crianças vão crescendo e também há adultos a frequentar o clube. “Depois do foco inicial da hipoterapia, houve necessidade de alargar a oferta a outras áreas”, diz. Por isso, aqui também há iniciação à equitação e equitação desportiva, para crianças e adultos. Ao todo, têm há 20 animais, entre póneis e cavalos, como os sorraias, garranos, lusitanos e cruzados.

Além disso, mesmo ao lado das instalações, encontra-se uma horta comunitária, uma das maiores da Europa. É a horta do Parque José Avides Moreira, nas traseiras do hospital Conde Ferreira, que abriu em 2015. O clube tem lá dois talhões para utilizar com as crianças.

Campos de férias inclusivos e aniversários

Durante as férias escolares, as crianças podem passar os seus dias neste centro. Limpar, equipar e montar o cavalo, passar pela horta comunitária, cozinhar, muito há a fazer aqui. Os campos são inclusivos, todas as crianças, com ou sem necessidades especiais, são bem-vindas. Também organizam festas de aniversário.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Rua da Fonte do Outeiro, 272, Porto
Telefone
926550267


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245

 

Sport Club do Porto – Aprender a cavalgar num antigo parque do campismo

(Pedro Correia/Global Imagens)

Clara Resende já trabalha com cavalos há umas três décadas. Montar, é há mais: “Já monto há 40 e tal anos”, conta esta engenheira zootécnica e instrutora apaixonada pela arte equestre, enquanto mostra os cantos à casa da escola de Equitação do Sport Club do Porto, que está instalada e desde finais de 2016 no antigo Parque de Campismo da Prelada.

Apesar de estar mesmo no meio do ambiente urbano, quando se entra no espaço bem arborizado a sensação é de que se está afastado da cidade. Um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia permitiu que a escola pudesse ocupar este espaço. O Sport Club do Porto – que integra uma grande diversidade de modalidades, tem já mais de 100 anos, foi fundado em 1904, tendo o centro hípico inaugurado em 1954.

As aulas aqui leccionadas são para todas as idades, mas os mais pequenos devem começar só a partir dos seis anos. Depois, há pessoas mais velhas que “depois de reformadas têm tempo para cumprir o sonho de aprender a andar a cavalo”, conta.

As crianças com necessidades especiais têm também lugar aqui. “Em 1996 iniciámos a vertente da hipoterapia. As primeiras pessoas a notar as melhorias são os pais… no equilíbrio, na postura, na calma”. As crianças adoram e “não vêem isto tanto como uma terapia, mas mais como uma diversão”. O centro conta com um picadeiro coberto e dois campos ao ar livre, além de todo o espaço do parque arborizado, onde se pode passear.

Pack experimental

Para se frequentar as aulas é necessário ser sócio do Sport Club do Porto. Quem quiser só experimentar para perceber se gosta ou não da modalidade, pode adquirir um pack de cinco aulas.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Rua do Monte dos Burgos, 597, Porto
Telefone
228324948
Custo
() Preços: 65 euros (quatro aulas por mês)


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245

 

Escola de Equitação do Centro Hípico do Porto e Matosinhos – Bem estar de cavalos e cavaleiros

(André Rolo / Global Imagens)

Carolina Brito, proprietária da escola de equitação instalada no Centro Hípico do Porto e Matosinhos, começou a montar “por castigo”. “Quando tinha 13 anos, os meus pais obrigaram-me a escolher um desporto. Primeiro, pensei na esgrima, mas como não havia aulas no Porto, acabei por optar pela equitação”, lembra. Foi opção de que nunca se arrependeu.

O castigo fez-se um hábito que nunca mais conseguiu largar e acabou mesmo por ser a primeira mulher em Portugal a formar-se como instrutora de equitação, no Centro Militar de Educação Física e Desporto, em Mafra. Antes de adquirir esta escola, há oito anos, nesta estrutura que tem já mais de cem anos e conta com um clube e outras valências, dedicou-se à criação de cavalos lusitanos, na Herdade do Zambujal, na Marateca (Palmela) e também no Brasil.

Parou dois anos, quando foi mãe, e regressou ao Porto, começando a dar aulas nesta escola que na época pertencia a Rita Carneiro, amiga e colega em Mafra, que entretanto saiu e lhe passou a responsabilidade. Dirige a escola sob o lema “preservar a segurança dos alunos e o bem estar dos cavalos”, assegura. E a instrutora conhece muito bem os 10 cavalos com que trabalha, alguns deles resgatados de más condições e de abandonos. “Não interessa aqui as raças dos cavalos, mas sim se têm um bom caráter e uma boa personalidade, que se reflete na capacidade de tolerância aos erros e na paciência”, conta. E é mesmo preciso conhecer os cavalos intimamente para escolher a criança que o vai montar. Por exemplo, “a Creta é uma égua muito boa, mas é antipática, por isso não dá para utilizar na iniciação”, refere. Dos cavalos que aqui tem, que recentemente ganharam a companhia de uma jovem cabra, que se passeia no estábulo como uma autêntica mascote, o mais antigo, a que Carolina chama o “fundador” é o Tornado, um autêntico “case study”. “É um rufia”, diz, “já teve várias lesões, já devia ter ido para a reforma, mas aguenta-se aqui e tem um feitio muito peculiar”.

Além de nesta escola se aprender a montar da sela 1 à sela 4, o primeiro ciclo de aprendizagem, pode frequentar-se outras atividades. A escola organiza como festas de aniversário, campos de férias e passeios. Nos campos de férias, realizam-se todas as atividades relativas à rotina de um cocheiro. Também há baby classes, para as crianças mais pequenas começarem a aprender as primeiras noções e as regras de segurança. Não há limite de idade máxima para aprender a arte. “Aqui, aprende-se a montar dos 6 aos 100 anos”.

Valências do centro hípico

Além desta escola de equitação, o Centro Hípico do Porto e Matosinhos, fundado em 1910, agrega outra valências. Tem também uma Associação Equiterapêutica e vários professores particulares que ali dão as suas aulas. Logo à entrada há um restaurante recente, o Cepa Hípico (aberto de 3ª a domingo e com jantares 6ª e sábado) e a loja de artigos de equitação Cavalárya.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Avenida Antunes Guimarães 13, Leça da Palmeira
Telefone
229952133
Custo
() Preços: a partir de 50 euros por mês (uma aula por semana) + 25 euros por ano de seguro; a partir de 15 euros aulas avulso


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245

 

Centro Hípico de Valongo – Cavalgar em meio rural com a cidade mesmo ao lado

(Artur Machado / Global Imagens)

Inserido nas chamadas Serras do Grande Porto, mais precisamente numa encosta da Serra de Pias, o Centro Hípico de Valongo quer promover muito mais do que aulas de equitação. Claro que estas são essenciais, até porque Valongo é o único concelho a norte que tem a equitação como desporto escolar, explica Miguel Brandão, que há 10 anos abriu esta escola que com o tempo se foi tornando muito mais do que um centro hípico.

Nascido e criado em Arouca, Miguel esteve sempre ligado à terra e aos seus afazeres. “Fui criado nisto, vim de uma família de agricultores”, conta. Monta a cavalo desde jovem e trabalhou muitos anos em gestão de coudelaria. Depois de algum tempo a trabalhar no sul do país regressou ao norte, já com o projeto de abrir um centro hípico. Mas com o tempo, percebeu que queria ter outros animais e começou a criar a quinta pedagógica.

Agora, na quinta existem 42 cavalos, dois burros, mais 61 animais, entre galinhas, coelhos, cabras, porcos, vacas e cães, sendo que o objetivo para os próximos tempos é chegar aos 120 animais. Além de ser importante para as crianças e os jovens aprenderem a lidar com estes animais, e também porem as mãos na terra da horta mesmo ao lado, esta quinta tem outras funções. Por exemplo, as “cabras vão pastorear ao monte, ajudando a limpar o terreno deixando-o assim menos exposto a incêndios”, refere Miguel, que tem como uma das suas maiores preocupações o bem estar do meio em que se insere.

Por outro lado, os miúdos podem ter contato com uma ruralidade que vai escasseando nas cidade. “Muitas crianças nunca tiveram contacto com isto… pensam que as ervilhas vêm dos supermercados já embaladas. Quando vêem as vagens onde estão as ervilhas ficam espantados”, conta.

Estar neste espaço verde, que se situa na junta de freguesia de Campo e Sobrado, “é uma mais-valia”, considera. Aqui à volta, e para gáudio de cavaleiros e curiosos, encontra-se o único trilho equestre marcado pela câmara, que pode ser percorrido por amadores e mesmo por pessoas que nunca montaram a cavalo.

O centro promove vários programas de voluntariado. “O objetivo é pôr os jovens a fazer coisas úteis, como serem vigias na serra durante a época dos incêndios e mesmo para apanhar o lixo que se vai acumulando nos trilhos do monte”.

O centro, com um picadeiro coberto e outro ao ar livre, tem aulas a crianças e a adultos, para lazer ou equitação desportiva. “Aqui ninguém fica de fora, quem quer montar monta, mesmo que não tenha muito dinheiro para as aulas, explica Miguel”. Além disso, também aqui se organizam festas de aniversário e outros eventos.

Passeios de bicicleta grátis

O centro hípico tem à disposição cinco bicicletas que cede gratuitamente a quem quiser fazer um passeio pela serra. Só há uma contrapartida: trazer o lixo que se encontrou pelo caminho.

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Morada
Rua da Mourama, Campo, Valongo
Telefone
914439226
Custo
() Preços: a partir de 45 euros por mês


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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