A Paisagem Protegida do Corno de Bico é uma pequena reserva natural de fauna e flora, no concelho de Paredes de Coura. Abrange uma área superior a 2000 hectares, com 104 espécies de aves, 47 espécies de anfíbios, 17 espécies de répteis, 13 espécies de mamíferos e sete espécies de peixes, sendo uma parte significativa de conservação prioritária. Encontram-se ali animais como o lobo, a lontra, a águia-real ou a lagartixa de Bocage, e ainda centenas de espécies vegetais, densas manchas de carvalho-alvarinho, bosques ripícolas junto a cursos de água, lameiros e turfeiras.
Fotografia: Rui Manuel Fonseca / Global Imagens
O território, que abarca cinco freguesias, tem grande beleza natural, mas também mão humana. Os garranos em liberdade, as vacas, o pastoreio, o verde elétrico dos campos em socalcos – tudo isso se conhece de perto seguindo o Trilho Corno de Bico a pé (ou de bicicleta). Este percurso paisagístico, integrado na Rede Municipal de Percursos Pedestres de Paredes de Coura, começa no lugar de Túmio, na freguesia de Bico, e passa por diferentes lugarejos, até chegar ao Corno de Bico, a 883 metros – a cota máxima atingida. Trata-se de um miradouro natural cercado de blocos graníticos, que oferece uma bela vista para o vale do rio Coura e mais além.
Fotografia: Rui Manuel Fonseca / Global Imagens
Carvalhal
Na região mais montanhosa da paisagem protegida domina o carvalhal, que permite uma experiência imersiva, observa o vice-presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, Tiago Cunha, apontando a presença de líquenes nas árvores, como que a atestar a qualidade do ar, já que são muito sensíveis à poluição. Também se vê arbustos como o azevinho, símbolo da Paisagem Protegida do Corno de Bico.
Fotografia: Rui Manuel Fonseca / Global Imagens
Núcleo Rural de Giesteira
Este lugarejo tipicamente minhoto, na freguesia de Vascões, tem casas muito próximas, com zonas de exposição solar, para secar os cereais, lavadouro e local de culto – uma capela privada. Ainda se pratica uma economia de subsistência baseada na agricultura e na criação de gado. Foi morada do padre Lourenço Caldas, associado a uma lenda.
Lenda do sábio da Giesteira
Conta-se que, em tempos longínquos, um padre se notabilizou pela inteligência, oratória e antecipação de acontecimentos, como a chegada do avião. Tanto, que ficou conhecido como “sábio da Gesteira”. Diz a lenda que, num dia de verão, o sacerdote passou junto a uma eira onde se malhava centeio acompanhado por um criado que levava uma croça de palha (para proteger da chuva), o que espoletou risos. O padre terá então alertado para o risco de ficarem sem centeio no prazo de uma hora – e caiu mesmo uma tromba de água.
Restaurante Lino
Este restaurante, no limite da área protegida, reabriu recentemente, com espaço e menu renovados. Agora aposta nas carnes autóctones, de produção própria. Além da posta de carne minhota, há picanha e sarrabulho. Morada: Coqueira, Castanheira. Tel.: 251782069 Preço médio: 25 euros.
Fotografia: Rui Manuel Fonseca / Global Imagens
Trilho Corno de Bico
Início e fim: Túmio, Bico, Paredes de Coura
Distância percorrida: 7,5 kms
Duração: 4 horas
Nível de dificuldade: fácil
Trilho do Sistema Solar
Este trilho, que constitui um modelo à escala 1:831 000 000 nas distâncias e dimensões dos principais astros do Sistema Solar, também leva ao Corno de Bico. O Sol fica no Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Corno de Bico (CEIA), em Chã de Lamas, Vascões, e os planetas distribuem-se, à escala, ao longo de 8,6 quilómetros.
