Passadiços de Angeiras | Matosinhos
Cheiro a mar e peixe fresco
Tanques romanos em Angeiras.
(Amin Chaar / Global Imagens)
O passadiço que percorre a parte final da costa de Matosinhos – logo à frente, começa o município de Vila do Conde – passa por muitos pontos de interesse histórico e humano. Destino de veraneantes e de quem gosta de comer um peixe bem fresco, Angeiras preserva um modo de vida ligado ao mar, com os pescadores como figuras principais, que conservam a memória através das histórias que gostam de partilhar.
Pelo passadiço, chega-se à praia de Angeiras Sul, onde parte da história da região está musealizada na pequena Casa do Mar antiga, construção de lavoura tradicional onde os agricultores guardavam os seus instrumentos de trabalho tanto da terra como do mar, visto que a pesca era sazonal e complementava o trabalho agrícola.
Mesmo ao lado, um registo mais antigo reflete a importância que ali o mar tem para as suas populações. São 12 tanques da época romana (séculos III e IV d.C) escavados em rochas em frente à praia. Ali se salgava o peixe e se produzia garum, especialidade muito apreciada na época. Mais à frente está a praia dos pescadores, colorida por barcos de pesca e pequenas casas onde os pescadores compõem as suas redes . Quem for ali passear de manhã, pode vê-los chegar do mar e entregar o peixe no mercado, mesmo ali ao lado. LM
Submarino nazi perto da costa
Um submarino alemão da época da II Guerra Mundial – um U-1277 – está afundado junto à costa de Angeiras. É um bom sítio para pescar, diz quem sabe, e também para quem faz mergulho. A Submania, escola de mergulho em Matosinhos, organiza saídas de turismo subaquático ao local. Mas esta experiência só está acessível a quem tem certificação avançada de mergulho.
Submania – Escola de Mergulho
Rua do Carriçal, 143, r/c, Senhora da Hora
Tel.: 934837434
Corredor Verde da Ribeira do Espírito Santo | Vila Nova de Gaia
Um segredo ao pé da praia
Arcozelo, Gaia.
(André Gouveia / Global Imagens)
Este corredor arranca discreto, próximo da mítica e fotogénica Capela do Senhor da Pedra, mas, ainda assim, há muitos que não o conhecem. Trata-se de um caminho, com passadiço de madeira e piso em terra, com 2,5 quilómetros que acompanha a ribeira do Espírito Santo, desde a praia de Miramar até ao jardim de Santa Maria Adelaide, ao lado da capela homónima, no centro de Arcozelo.
Quem arrancar junto à praia terá como companhia nos primeiros metros o Centro de Educação Ambiental das Ribeiras de Gaia, o relvado do Club de Golf de Miramar e uma bonita zona da linha de água, onde as tamargueiras parecem abraçar-se por cima da ribeira. Pouco depois a paisagem altera-se para uma envolvente mais rural, pejada de vegetação e campos, onde são avistados alguns cavalos. O trajeto segue por uma passagem por baixo da A29, onde os passadiços de madeira dão lugar a um caminho em terra, ladeado por salgueiros e amieiros. Mais à frente surge um dos pontos mais interessantes deste corredor verde – um açude em pedra, cuja água da ribeira que por ele passa, alimentava o moinho ao lado usado para moer o milho, outrora ali semeado. Já não trabalha, mas continua a embelezar aquele troço de caminho, já perto do fim do corredor. Chegando ao jardim, os bancos e as mesas convidam a descansar as pernas ou a retemperar a energia com um petisco. ALS
Centro de Educação Ambiental das Ribeiras de Gaia
Encontra-se na Avenida Fernão de Magalhães e, desde 2002, promove o conhecimento da fauna e flora dos ecossistemas ribeirinhos. Apresenta aquários com espécies que existem nas ribeiras de Gaia, bem como exposições temporárias e permanentes, um biblioteca/mediateca e uma sala de monitorização da qualidade da água da ribeira do Espírito Santo.
Passeio dos Poetas | Torres Vedras
Exposição literária com vista para o mar
Passeio dos poetas.
(Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)
Em Santa Cruz, a aura de vila piscatória e a cultura literária fundem-se de forma especial naquele que é conhecido como Passeio dos Poetas. Esta espécie de exposição permanente com estátuas e monumentos foi criada pelo município para homenagear os autores que, no século XIX, encontraram ali inspiração – e tornou-se um motivo de visita só por si.
Falamos de Antero de Quental, que ali passou férias inspirando-se na escrita de vários sonetos filosóficos; de João de Barros, hóspede da Pensão Mar Lindo juntamente com a mulher; e de Kazuo Dan, poeta japonês do pós-guerra apaixonado pelo mar e o “sol poente” da vila. O percurso serpenteia ao ar livre e pode ser feito ao gosto de cada visitante. AR
Areais extensos para o verão
Torres Vedras compensa a falta de dias de sol direto durante o verão com a extensão das suas 22 praias, que ocupam 20 quilómetros. Pode ser uma alternativa a outras praias lotadas na Grande Lisboa.
Ponta da Atalaia | Sagres
Passadiços na ponta da Europa Continental
Sagres (Leonardo Negrão / Global Imagens)
Às portas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano, Sagres é sinónimo de ondas de surf, pesca de percebes, peixe fresco à mesa e de um Algarve mais sossegado. Mas também de vistas panorâmicas para o Atlântico, no topo de falésias imponentes, como as da Ponta da Atalaia, até por estarmos na zona mais ocidental da Europa Continental. Este local constitui uma das pontas recortadas de Sagres, mas é menos procurada que as extremidades vizinhas, a Fortaleza de Sagres e o Cabo de São Vicente. Na Atalaia, passeia-se a pé ou de bicicleta de olhos postos no mar e no areal dourado da Praia da Mareta, nos passadiços que aqui foram construídos. Ao lado, o miradouro homónimo é morada obrigatória nos finais de tarde, ou não fosse Sagres um dos locais de eleição para assistir ao pôr-do-sol. NC
GPS: 37.0023, -8.9306
