Há uma nova mercearia à moda antiga em Famalicão

Frutas e legumes biológicos, especiarias a granel e as memórias da antiga livraria da vila de Joane recheiam a renovada Cindinha. Uma mercearia de ar jovem, à moda antiga.

Serão poucos os que, na vila de Joane, não se lembram da Cindinha, ou pelo menos de ouvir falar da livraria que ali esteve plantada, ao lado da igreja, durante mais de quatro décadas. Agora, ao fim de 25 anos de portas fechadas, quem por lá passa tem novos motivos para entrar.

Marcos Gomes, neto dos antigos proprietários, decidiu, ao lado da mulher, Raquel, recuperar a casa dos avós e dar vida a um projeto há muito desejado pelo casal – abrir uma mercearia biológica, com produtos a granel, onde pudessem partilhar e promover o estilo de vida sustentável que defendem.

Mantiveram o nome por que era conhecido o espaço, em homenagem à matriarca da família. «A minha avó chamava-se Gracinda, mas toda a gente a tratava por Cindinha e a livraria era conhecida como a Cindinha da Igreja», conta Marcos.

Em boa verdade, pouco mudou do miolo da loja. Os livros e cadernos deram lugar a frutas, legumes, cereais, frutos secos, infusões, leguminosas e outros produtos alimentares. Mas grande parte do mobiliário é o mesmo, restaurado pelo casal de forma a não perder as marcas do tempo. Uma pequena sala em pedra descoberta, que foi em tempos armazém, guarda agora a secção de algas, chás e especiarias, bebidas vegetais, farinhas e massas. Por toda a loja encontram-se peças originais do edifício, como os antigos louceiros, as grandes vigas de madeira e até a balança que agora repousa na montra, a reavivar memórias a quem ali entra. «Vêm muitas pessoas ver com curiosidade, porque conheciam a livraria e acabam a contar histórias desse tempo», lembra Raquel.

Alguns dos frutos e legumes que ali vendem não percorrem mais do que alguns passos para chegar ao destino. É que, além da loja, Raquel e Marcos também tomaram conta da horta da avó Cindinha, nas traseiras da casa. «Estamos a continuar a produção dela», anunciam com orgulho.

Como não é suficiente para abastecer toda a mercearia, muitos dos produtos vêm de outras paragens, sempre com a bandeira da produção biológica, sazonal e o mais local possível – a quinoa, por exemplo, vem de um produtor em Barcelos.

Além dos produtos alimentares, também há lugar para alguns artigos de cosmética, como escovas de dentes de bambu, desodorizantes, cremes, cestas e sacos de material orgânico. Tudo em linha com o consumo sustentável. «Queremos incutir nas pessoas o desperdício zero, que tragam o seu recipiente de casa. O objetivo é mesmo voltarmos ao antigamente», admite Raquel. Um recomeço, à moda antiga.

Cadernos resistentes ao tempo
Do stock da antiga livraria dos avós, o casal ainda tem à venda, em jeito de homenagem, alguns cadernos, com mais de 25 anos, que resistiram ao passar do tempo e estão em perfeitas condições de conservação.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

Leia também:

Pizas caseiras e sobremesas gulosas em Famalicão
Entre Famalicão e Guimarães há um sítio para loucos por carne
6 novas mercearias do Norte que têm dado que falar




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend