Grande Rota Peneda-Gerês: em Campo do Gerês, dos passeios a galope às vias romanas

Grande Rota Peneda-Gerês: em Campo do Gerês, dos passeios a galope às vias romanas
Equicampo, em Campo do Gerês. (Foto: Rui Manuel Fonseca/GI)
Junto a uma das portas do Parque Nacional, há lições de História que incidem ora nas tradições da vida agro-pastoril, ora no legado que deixaram as vias romanas construídas há dois mil anos. Os passeios a cavalo para todas as idades ajudam a completar o ramalhete de atividades em Campo do Gerês.

Ao longo dos próximos dias, estamos a publicar reportagens pelas aldeias e vilas por onde passa a Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta localidade é uma de várias.

 

O Rudolfo é o mais novo, com oito anos. O Guapo o mais velho, com 12. A estes juntam-se outros três cavalos e éguas, como o Cenoura, a Roliça e o Chuchas, que ganhou este nome por estar sempre a chuchar a própria língua. “Às vezes batizo-os um mês depois de os ter, só depois de conhecer a personalidade de cada um”, conta Fernando Martins, dono da EQUICAMPO, na aldeia de Campo do Gerês. Há quase três décadas que gere esta quinta com seis mil metros quadrados, onde se fazem passeios a cavalo – incluindo batismos – para todas as idades e níveis de experiência, mas também caminhadas focadas na fauna e flora da região, escalada, rappel, slide e circuitos de arvorismo. Quem preferir ficar a ver, dispõe de um simpático bar em madeira, onde se bebem refrescos e petiscam hambúrgueres e cachorros.

Fernando Martins é o proprietário da Equicampo, em Campo do Gerês. (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

O terreno já pertencia à família e dá vida à paixão de Fernando pelo turismo, área de formação, e a natureza. “Sou o mais novo de oito irmãos. Todos saíram de Campo do Gerês menos eu”, ri-se. Entretanto, formou-se como treinador equestre, guiando agora percursos a cavalo que podem ir dos 15 minutos às duas horas, tanto pela quinta como pela Mata da Albergaria, por exemplo. Os circuitos de arvorismo vieram depois, tendo sido o primeiro no Gerês a oferecer estas atividades, há década e meia. “Tenho clientes fixos que vêm todos os verões”, adianta, entre festas ao Coda, o seu pastor alemão que rouba atenções e mimos a quem visita este espaço.

Os passeios a cavalo fazem-se tanto na quinta como em redor, na Mata da Albergaria, por exemplo. (Foto: DR)

A uns meros 700 metros dali, há verdadeiras lições de História e tradição no NÚCLEO MUSEOLÓGICO DE CAMPO DO GERÊS. Este espaço multifunções funciona como uma das cinco portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês e inclui dois polos culturais. O MUSEU ETNOGRÁFICO DE VILARINHO DA FURNA, nome da aldeia que aqui existiu e que está submersa desde os anos 1970, recupera as vivências e tradições agro-pastoris que aqui se viviam. Neste espaço criado há duas décadas, aborda-se o espírito de união da aldeia, mostrando arados e charruas, mós de moinhos de água e carros de bois, mas também como eram decoradas as cozinhas e quartos das antigas casas. O piso inferior é dedicado à fauna, flora e geologia da Serra do Gerês, com painéis que mostram árvores e plantas como amieiros, urzes-dos-brejos, medronheiros-bravos e cerejeiras-bravas, e informação sobre animais como a víbora-cornuda, o sapo-parteiro, a lagartixa-de-Bocage e o corço, tornado símbolo do Parque Nacional pela abundância.

O Centro Interpretativo de Vilarinho das Furnas. (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

O outro polo é o MUSEU DA GEIRA, num edifício com linhas modernas ali ao lado. Desde 2013, ensina-se aqui o legado e as técnicas de construção das vias romanas, há dois mil anos (que ainda hoje ocupam 30 quilómetros do concelho de Terras de Bouro), além dos transportes utilizados na época, como a réplica da biga, o equivalente da altura ao Ferrari, puxado por dois cavalos.

O Museu da Geira é uma viagem no tempo.

Um trilho focado na águia

Com partida e chegada sinalizada junto ao núcleo museológico, o Trilho da Águia do Sarilhão percorre, ao longo de oito quilómetros, vegetação ribeirinha, medronhais e carvalhais, além de locais onde a águia-real costumava criar os seus ninhos.

Uma albufeira rodeada de serra e mata

A dois minutos de carro quer da Equicampo, quer do núcleo museológico, está um dos melhores locais para apreciar a ALBUFEIRA DE ALVARINHO DA FURNA, com opção de estacionar o carro, estender a toalha e petiscar. Junto à estrada, uma pequena zona de merendas conta com vista desafogada para este largo caudal de água, que serpenteia a Serra Amarela na sua margem esquerda, com a Mata da Albergaria a cobrir de verde o lado direito da albufeira.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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